A explosão da Starship durante o teste de voo mais recente da espaçonave da SpaceX pode ter contribuído para aumentar a poluição nas camadas superiores da atmosfera da Terra, segundo o pesquisador da University College London, Connor Barker. O estágio superior do veículo não tripulado foi detonado a 146 km de altitude, poucos minutos após a decolagem, em janeiro, com os destroços caindo perto das ilhas Turks e Caicos.
Conforme revelou o especialista em química atmosférica, a “desmontagem rápida não programada” do equipamento teria gerado mais de 45 toneladas métricas de óxido de metal e uma quantidade bem próxima de óxidos de nitrogênio. Esse último material possui a capacidade de danificar a camada de ozônio que protege o nosso planeta.
Mesmo não se tratando de cálculos oficiais, como ressalta Barker, essas estimativas indicam que a poluição atmosférica resultante da explosão da nave da SpaceX equivale a um terço da gerada por meteoritos que queimam ao cair na Terra todos os anos. Saber a quantidade exata de poluentes é uma tarefa complicada devido à falta de informações sobre a massa do foguete queimada.
De acordo com o astrônomo e especialista em detritos espaciais, Jonathan McDowell, a Starship pesava 85 toneladas sem propelente durante o voo de teste. Em declaração dada ao Space.com no domingo (2), ele disse acreditar que “muitas toneladas” foram parar no oceano Atlântico depois da explosão.
Aumento rápido da poluição por naves e satélites
Com a grande quantidade de satélites orbitando a Terra, as reentradas aumentaram bastante nos últimos anos. Isso tem levado a uma maior concentração de alumina na mesosfera e na estratosfera superior, poluente que surge a partir da queima do alumínio presente nas naves.
No caso da explosão mais recente da Starship, a boa notícia é o uso do aço inoxidável na produção do estágio superior do foguete, o que evitou a geração de alumina. Essa substância em pó pode causar danos na camada de ozônio e modificar a refletividade da atmosfera.
Mas, de um modo geral, cientistas acreditam que a frequência cada vez maior dos lançamentos espaciais e das consequentes reentradas levará ao aumento rápido da poluição atmosférica, facilitando a concentração de gases poluentes e partículas nocivas. Tais materiais potencializam a destruição da camada protetora do planeta e podem afetar seriamente o clima.
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