Algumas regiões do hemisfério norte estão sendo afetadas por fortes ondas de calor e uma pesquisa mostrou que isso pode fazer com que voar em um avião seja uma tarefa um pouquinho mais complicada – e a explicação disso está nos efeitos aerodinâmicos do ar em diferentes temperaturas.
Conforme o ar fica mais quente, sua densidade diminui e, assim sendo, fica mais difícil para que o avião tenha o empuxo necessário para decolar. Isso significa que quando as temperaturas estão extremamente altas – como na casa dos 48, 49 graus Celsius –, dependendo do lugar, os aviões simplesmente não tem uma distância segura nas pistas para levantar voo.
Uma pesquisa publicada no Climatic Change mostra que o aquecimento global está tendo uma boa parte de responsabilidade nisso: a medida que a temperatura geral do planeta sobe, as ondas de calor podem acontecer com mais frequência e, como consequência, as companhias aéreas terão que encarar esse problema com cada vez mais – o documento, inclusive, projeta um aumento de temperatura na casa dos 4 a 8 graus Celsius em aeroportos ao redor do mundo até 2080.
De acordo com o estudo, 10 a 30 por cento dos aviões completamente carregados não conseguirão voar nos horários mais quentes do dia no futuro, o que vai gerar a necessidade de as empresas organizarem seus voos em horários alternativos ou até mesmo forçar a retirada de parte do peso – seja com combustível, carga ou, claro, passageiros.
“Nossos resultados sugerem que restrição de peso poderá trazer um custo pouco comum para as companhias aéreas e impactar as operações de aviação ao redor do mundo”, explicou Ethan Coffel, aluno da Universidade de Columbia e um dos envolvidos no projeto. O documento revela também que a temperatura global média já subiu 1 grau Celsius desde 1980 e a expectativa é que, até 2100, suba mais 3 graus se nada for feito em relação a isso.
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