Anunciada na quarta-feira (15) da semana passada, a possibilidade de Gol e Azul se fundirem tem deixado consumidores preocupados em relação à chance de aumento dos preços das passagens aéreas. Caso o acordo seja confirmado, um único grupo ficará responsável por 60% do mercado de aviação civil no Brasil.
Diante deste movimento, especialistas acreditam que as tarifas tendem a ficar mais caras, por conta da diminuição da concorrência. Em entrevista ao g1, o economista e professor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), José Roberto Afonso, comentou que a elevação é, também, relacionada às dívidas altas que ambas as marcas possuem.
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Para ele, o possível aumento das passagens é uma consequência natural da fusão, especialmente com a dívida em dólar que as duas companhias aéreas têm no momento. E isso acabaria influenciando a estratégia da principal concorrente do novo conglomerado prestes a se formar.
Segundo o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Cleveland Prates, a Latam provavelmente seguiria o mesmo caminho após a fusão entre Gol e Azul. Adotando o conceito de coordenação tácita, a rival optaria por aumentar o valor das tarifas, se adaptando ao novo cenário, em vez de partir para uma disputa e reduzir seus preços.
Ministro acredita na redução de tarifas
Já o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, vê a união entre as duas companhias aéreas como positiva em vários sentidos, inclusivo evitando o aumento dos preços das passagens. Isso seria possível graças à redução do número de assentos vazios dos voos.
Durante conversa com a imprensa, na semana passada, Costa Filho também argumentou que os órgãos competentes irão fiscalizar as estratégias adotadas pelas empresas. Ele garantiu que a pasta estará de olho para impedir eventuais aumentos abusivos das tarifas.
Vale destacar que a fusão entre Gol e Azul ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Além disso, é necessária a conclusão do plano de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos.
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