O ano de 2013 promete ser único em se tratando do mercado de tablets. Pela primeira vez, três sistemas operacionais de peso devem disputar palmo a palmo a preferência dos consumidores. Hoje, quando o assunto é tablet, o domínio do iOS é absoluto e irrestrito, uma vez que a Apple detém mais de 50% do mercado.
Entretanto, a Google planeja mudar esse panorama adotando a mesma estratégia que funcionou para os smartphones, com aparelhos de diversas marcas a preços mais baixos, além, é claro, do seu próprio produto. Já a Microsoft espera correr atrás do tempo perdido, apostando todas as suas fichas no Surface com o novo Windows 8.
Listamos algumas características, positivas e negativas, dos três sistemas operacionais, bem como dos produtos em que eles estão incorporados, e levamos em consideração o panorama atual do mercado para todos eles. Afinal, quem será o rei dos tablets nos próximos anos?
(Fonte da imagem: Divulgação/Apple)
Interface: mais do que uma questão de gosto
Seja qual for o aparelho que você venha a escolher, o aspecto que mais vai fazer a diferença no seu dia a dia é a interface de usuário. É por meio dela que você terá acesso a todas as outras funções do produto e, por conta disso, é fundamental que haja uma perfeita sincronia entre as suas necessidades e a resposta enviada pelo aparelho.
Obviamente, nesse quesito deve ser levada em consideração a questão do gosto pessoal, um fator bastante subjetivo para ser avaliado. Porém, isso não significa que não seja possível apontar os pontos fortes e fracos de cada interface e, com isso, traçar uma linha evolutiva desejável pelo consumidor.
Android
Para aqueles que gostam de personalização, a interface do Android é a que oferece o maior número de possibilidades. Apesar de essa ser uma característica positiva para alguns, para muitos a falta de uma personalidade “única” faz com que o SO acabe tendo muitas “caras”, o que acaba sendo prejudicial. A demora na adoção das atualizações é outro ponto que pesa negativamente.
iOS
O sistema fechado do iOS tem as suas vantagens, em especial pelo fato da proliferação de vírus por meio dos apps ser mais restrita. Entretanto, desde que o iOS foi lançado, ele praticamente não muda e alguns usuários reclamam da falta de inovações. Contudo, não há como negar a sua eficácia e funcionalidade.
Windows 8
Com uma interface completamente nova e integrada às versões para desktop, o Windows 8 promete entrar pra valer na briga pelo mercado de tablets. Contudo, a ideia inicial da empresa, de proporcionar um aspecto de familiaridade com o visual, potencializando os usuários já conquistados, pode se mostrar um tiro no pé, uma vez que os consumidores ainda estão em um período de adaptação com o sistema operacional.
(Fonte da imagem: Divulgação/Microsoft)
Apps: quantidade x qualidade
De nada adianta ter um aparelho moderno em mãos se você não conta com uma boa base de aplicativos para desfrutar de todo o seu potencial. Nesse aspecto, Android e iOS saem na frente, com uma grande margem sobre qualquer outro concorrente que apareça pelo caminho. Entretanto, apenas quantidade não é sinônimo de qualidade e será justamente esse quesito que deve definir quem vai ser o vencedor na categoria.
Android
O número de app disponíveis não é um problema e quanto à qualidade não há o que reclamar. Entretanto, a “liberdade” dada aos desenvolvedores na hora de enviar aplicativos para o Google Play faz com que ainda seja grande o número de softwares com vírus encontrados. Por outro lado, o Android possui uma grande quantidade de app gratuitos, o que pesa consideravelmente na hora da escolha do consumidor.
iOS
A quantidade de apps também não é um problema para os fãs dos produtos da empresa da Maçã. As medidas protecionistas adotadas pela Apple fazem com que a sua App Store seja quase imune a apps maliciosos. Contudo, o que pesa contra o iPad é o fato de a maioria dos bons aplicativos serem pagos, algo que “elitiza” o tablet e afasta aqueles que preferem dispor de apps gratuitos.
Windows 8
O número de apps é consideravelmente menor. Alguns serviços reconhecidamente populares, como o Instagram, ainda não estão disponíveis para a plataforma da Microsoft. Contudo, isso não significa que exista uma carência de apps – você poderá trabalhar sem problemas com os já existentes. Mas é importante lembrar que os desenvolvedores ainda tratam o Windows 8 como uma aposta.
(Fonte da imagem: Divulgação/Google)
Mercado: o preço do sucesso
Se no mercado de smartphones a disputa entre os sistemas operacionais da Apple e da Google está bastante acirrada, quando o assunto são os tablets a situação muda de figura. A empresa da Maçã detém hoje mais de 50% do mercado e, ao menos por enquanto, está longe de perder o fôlego.
Android
A Google terá um longo caminho pela frente para conseguir diminuir a fatia de mercado da Apple. Entretanto, a estratégia da companhia já está definida: aparelhos mais baratos e com os mesmos recursos disponíveis nos tablets mais caros. A proposta da empresa é ganhar dinheiro com a venda de publicidade em seus serviços e, para isso, está disposta a formar uma base cada vez maior de consumidores.
iOS
A liderança de mercado nesse ramo faz com que a Apple possa se vangloriar de ser a verdadeira “rainha dos tablets”. Por mais que a concorrência avance, dificilmente a companhia perderá esse título nos próximos dois anos. Entretanto, isso não significa que esteja tudo bem.
O que pesa contra a Apple nesse caso é a sua política de preços, umas vez que outros aparelhos estão cada vez mais acessíveis. E um bom preço, em se tratando de quantidade, é fundamental.
Windows 8
Iniciante no mercado, a Microsoft deverá se lançar de duas formas: a primeira delas é com o seu próprio tablet, o Surface, que aos poucos conquistará seu espaço. Porém, o caminho que promete maior volume de vendas é o da comercialização de aparelhos de diversas outras marcas equipados com o seu SO. A estratégia é fazer o mesmo que a Google fez, mas contando com uma base expressiva de usuários de notebooks e desktops.
(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
Apple: o reinado continua?
Em se tratando do número de aparelhos vendidos, a distância da Apple para os seus concorrentes ainda é muito grande e é pouco provável que a empresa perca essa liderança em 2013. Entretanto, isso não significa que a empresa não tenha motivos para se preocupar ou que o iPad seja a melhor alternativa para quem precisa de um tablet.
O modelo apresentado pela Google, por exemplo, consegue aliar configurações eficientes com um preço baixo se comparado à concorrência, o que para mercados emergentes pode ser fundamental. Já o Surface, da Microsoft, deve apostar na familiaridade do consumidor com o sistema operacional Windows para atrair novos clientes.
Será um caminho árduo até que a empresa consiga se colocar com uma fatia de mercado mínima, de 5%, por exemplo, mas ainda assim a expectativa da Microsoft é grande. A Google, aos poucos, está ampliando a sua participação e os números devem ficar um pouco mais equilibrados nos próximos anos. Alguém será capaz de destronar a empresa da Maçã do mundo dos tablets?