A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a suspensão de acordo coletivo levou funcionários dos Correios a optarem pela continuidade da greve iniciada em 17 de agosto por tempo indeterminado, anunciou a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) no sábado (22).
Agora, um novo acordo junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) deverá ser realizado e, segundo a entidade, aproximadamente 70 mil trabalhadores não estão desempenhando suas funções, cerca de 70% do efetivo. Ainda assim, os Correios realizaram um mutirão de entregas no último fim de semana, visando minimizar os impactos da paralisação.
"A Fentect continuará desenvolvendo ações para garantir a manutenção dos direitos dos ecetistas junto aos sindicatos. Por isso, ficou decidido que essa semana sindicatos e trabalhadores devem buscar ampliar o número de trabalhadores ecetistas na greve, além de intensificar a realizações de piquetes de convencimento e atos de mobilização", diz nota da Federação.
Manifestações teriam sido iniciadas pela suspensão de acordo coletivo.Fonte: Reprodução
Situação delicada
O início das manifestações teria sido motivado pela suspensão do acordo coletivo que beneficia funcionários das agências, o que afetaria diversos direitos, a exemplo de vale-alimentação, vale-cultura, licença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização de morte, auxílio para filhos com necessidades especiais, pagamento de adicional noturno e horas extras.
No total, seriam 70 cláusulas retiradas dos contratos, com efetividade a partir deste mês e que ocasionariam a queda de remuneração, em alguns casos, de até 40%. Tanto os Correios quanto o STF não se manifestaram a respeito da decisão de continuidade da paralisação tomada pelos funcionários.
Em carta aberta, a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) ressalta: "A greve não é culpa do carteiro, do atendente, do operador de triagem, do motorista ou motociclista. Eles já ganham os menores salários entre os trabalhadores de todas as estatais brasileiras."