O acordo comercial assinado nesta quarta-feira (15) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, está sendo chamado de "primeira etapa", mas também significa que a Apple pode começar a respirar, já que está afastada a taxação de 15% em iPhones, iPads e MacBooks (suspensa em dezembro) fabricados no país comunista e trazidos de volta para o mercado americano.
Os EUA concordaram em mexer nas tarifas impostas a produtos chineses: suspenderam as que incidiam sobre US$ 160 bilhões em produtos, como eletrônicos, e reduziram de 15% para 7,5% as taxações sobre outros US$ 112 bilhões em mercadorias.
Em contrapartida, a China vai comprar dos EUA mais US$ 200 bilhões em produtos agrícolas, manufaturados e serviços nos próximos 2 anos. Além disso, comprometeu-se a respeitar a propriedade intelectual de empresas americanas, não mais exigindo que elas compartilhem tecnologia como parte do preço em negócios com o país.
Muito do que é vendido por empresas chinesas vai continuar chegando aos EUA 25% mais caro, incluindo componentes eletrônicos para tecnológicos americanos. Mesmo que Trump afirme que quem paga essa conta é a China, estudos mostram que a carteira que se abre é mesmo a do importador estadunidense.
Questões para a "Fase 2"
O acordo assinado ontem foi um primeiro passo para esfriar as tensões entre os países, mas não resolve as diferenças comerciais entre eles (incluindo o banimento da Huawei), avaliam observadores ouvidos pelo South China Morning Post. Os dois devem agora se reunir semestralmente, prática em vigor nos governos Bush e Obama, mas abandonada por Trump.
"Resta saber se e quanto tempo esse tipo de conversa vai durar. À medida que as eleições se aproximam, Trump pode ser pressionado a endurecer o diálogo com a China e reiniciar o conflito comercial", disse o especialista em assuntos norte-americanos da Universidade de Língua e Cultura de Pequim, Huang Jing.
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