Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos desenvolveu uma técnica sustentável para a obtenção de carbono — elemento indispensável para a produção de plástico, além de medicamentos, cosméticos e outros produtos.
Por meio do aproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar, os pesquisadores conseguiram criar um composto com 10 átomos de carbono (C10) com potencial para ser inserido na indústria de plástico.
Com as mudanças climáticas, diversos países se comprometeram a repensar a maneira de lidar com o carbono que, normalmente, é extraído do petróleo. Por esse motivo, espera-se que 20% a 30% da produção de carbono adote fontes sustentáveis nas próximas décadas.
Segundo o estudo publicado na revista Green Chemistry, o bagaço de cana contém um líquido incolor chamado valerolactona. Cada molécula deste composto orgânico possui 5 átomos de carbono. Sabendo disso, a equipe uniu duas moléculas do líquido para formar o C10.
O professor orientador da pesquisa, Antônio Burtoloso, afirmou que a síntese do C10 leva apenas um dia. Ele também destacou que o método utilizado pela equipe além de rápido, é simples de baixo custo — e ainda pode ser aplicado em larga escala.
Reaproveitamento de matéria-prima
Como explica o professor Antônio Burtoloso, não é necessário plantar a cana-de-açúcar para obter carbono e, por consequência, o plástico e demais materiais.
O foco da USP é trabalhar com o bagaço que sobra das produções dessa cultura. De acordo com um estudo publicado há três anos pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), o Brasil gerou 166 toneladas de bagaço nas safras de 2015 e 2016. Parte das safras acaba sendo descartada e esse excedente pode ser aproveitado para gerar C10.
A extração de petróleo apresenta muitos impactos negativos e, por esse motivo, a popularização deste modo de produção poderia representar um passo importante em direção à preservação ambiental. O que achou dessa novidade? Dê sua opinião nos comentários!
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