Encontrar vida fora do planeta talvez esteja entre os maiores sonhos da humanidade e a cada ano que passa a Nasa parece estar mais perto de comprovar isso. A grande novidade desta vez foi encontrada pela rover Curiosity, em Marte: evidências preservadas em rochas sugerem que o Planeta Vermelho abrigou vida no passado.
Elementos contêm carbono e hidrogênio e podem incluir oxigênio, nitrogênio e outros componentes
As novas descobertas são moléculas orgânicas presentes em pedras sedimentares de 3 bilhões de anos, próximo à superfície, assim como variações sazonais dos níveis de metano na atmosfera. O elementos encontrados contêm carbono e hidrogênio e podem incluir oxigênio, nitrogênio e outros componentes.
Isso ainda não comprova nada, pois embora comumente associados à vida, as moléculas orgânicas também podem ser criadas por processos não biológicos. Mas é um bom caminho para encontrar o que tanto procuramos. “Com essas novas descobertas, a (Curiosity) Mars nos diz para manter o curso e continuar buscando evidências de vida. Estou confiante de que nossas missões contínuas e planejadas irão desvendar ainda mais descobertas de tirar o fôlego no Planeta Vermelho", anima-se Thomas Zurbuchen, administrador associado para a Diretoria de Missão Científica na Sede da Nasa.
Variação de metano pode também conter pistas sobre vida
Os cientistas também descrevem a descoberta de variações sazonais do metano na atmosfera marciana ao longo de quase três anos de Marte, equivalentes a quase seis anos terrestres. Isso foi detectado pelo conjunto de instrumentos Sample Analysis at Mars (SAM) da Curiosity.
A química da rocha da água pode ter gerado o metano e os pesquisadores não podem descartar a possibilidade de origens biológicas. O elemento já havia sido detectado na atmosfera de Marte em quantidades grandes e imprevisíveis.
"Esta é a primeira vez que vimos algo que se repete na história do metano, por isso nos oferece um entendimento sobre isso. Tudo isso é possível devido à longevidade da Curiosity. A longa duração permitiu-nos ver os padrões nesta 'respiração' sazonal", explica Chris Webster, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.
Moléculas orgânicas podem ter servido de comida para seres vivos
"A Curiosity não determinou a origem das moléculas orgânicas. Se elas participaram da vida antiga, então elas foram comida para vida ou existiu na ausência de vida. A matéria orgânica nas amostras marcianas contém pistas químicas sobre as condições e os processos planetários”, diz Jen Eigenbrode, do Goddard Space Flight Center da NASA, em Greenbelt, Maryland.
Embora a superfície de Marte seja inóspita hoje, existe evidência clara de que, no passado distante, o clima marciano permitia que a água líquida — ingrediente essencial para a vida como a conhecemos — se acumulasse na superfície. Dados da Curiosity revelam que bilhões de anos atrás, um lago dentro da Cratera da Gale continha tudo o que é preciso para existir um ser vivo, incluindo blocos de construção químicos e fontes de energia.
“A superfície marciana fica exposta à radiação do espaço. Tanto a radiação quanto os produtos químicos quebram a matéria orgânica. Encontrar antigas moléculas orgânicas nos cinco primeiros centímetros de rocha que foram depositadas quando Marte pode ter sido habitável é um bom presságio para nós aprendermos a história nos aprofundarmos nesses elementos em futuras missões.”
Descoberta abre caminho para novidades com os rovers Mars 2020 e ExoMars
Encontrar metano na atmosfera e carbono antigo preservado na superfície dá aos cientistas a confiança de que o rover Mars 2020 da Nasa e o ExoMars da Agência Espacial Européia possam encontrar ainda mais elementos orgânicos, tanto na superfície quanto no subsolo superficial.
"Há sinais de vida em Marte? Não sabemos, mas esses resultados nos dizem que estamos no caminho certo", afirma Michael Meyer, cientista chefe do Programa de Exploração de Marte da Nasa.
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