Caso de perfil falso preocupa: estamos compartilhando informações demais?

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Já imaginou descobrir que há uma pessoa se passando por você em várias redes sociais, usando as suas fotos, vídeos, informações, interagindo com outros usuários e até se relacionando com eles? Isso é o que aconteceu com a britânica Ruth Palmer, vítima que teve toda a sua vida “roubada” por uma impostora que tem se passado por ela durante três anos.

Leah Palmer, o perfil falso, criou uma vida completa utilizando apenas dados que a vítima havia compartilhado em algumas redes sociais, como Facebook, Twitter e Instagram. Além de Ruth, amigos e parentes também tiveram suas contas copiadas e utilizadas para interagir com a impostora.

Ruth Palmer e seu marido, Benjamin Graves, descrito como "ex-namorado" psicótico.

Outra vida

No Instagram, Ruth Palmer possui 140 seguidores. Enquanto isso, Leah Palmer, a impostora, é seguida por mais de 800 pessoas e já publicou mais de 900 fotos na rede social – todas de Ruth e seus amigos. Além disso, o atual marido da vítima, Benjamin Graves, é descrito nas imagens como um ex-namorado psicótico.

Leah Palmer também se relacionava com outras pessoas nas redes sociais e no Tinder, tendo até recebido fotos explícitas de alguns usuários. “Um dos homens havia até mesmo terminado um noivado para ficar com a Leah”, conta Ruth ao site BBC. Além disso, a vítima disse nem ao menos saber o que era o tal de “Tinder”, app especializado para promover encontro entre pessoas.

Perfil falso no Instagram.

Derruba um, levanta outro

Quando tomou conhecimento da situação, Ruth Palmer entrou em contato com o suporte das redes sociais e solicitou a remoção dos perfis falsos. Apesar de eles terem sido excluídos, novos foram criados, utilizando as mesmas informações, fotos e vídeos.

A vítima diz que sempre manteve as suas contas com as configurações máximas de privacidade: "Não tenho páginas nem perfis públicos, porque sei que existem pessoas que podem fazer este tipo de coisa". O que mais preocupa Ruth é que a impostora seja alguém que ela conheça. "Criaram perfis falsos da minha mãe, de meus amigos... e todas as contas conversam entre si".

Perfil falso no Instagram.

Situação complicada

Segundo o especialista de segurança Alan Woodward, da Universidade de Surrey, no Reino Unido, esse é um caso clássico de roubo de informações pessoais na internet. A situação é bastante complicada, de acordo com o profissional: "Temos que ser justos com a polícia. O que eles podem fazer se alguém está apenas usando indevidamente uma imagem na internet? Milhares de imagens são colocadas na rede todos os dias. Mas é de algum jeito uma atividade criminosa, uma forma de fraude, porque pessoas estão se relacionando com alguém que sequer existe".

Para o advogado Adam Rendle, especialista no direito de imagens, a solução para casos como o de Ruth está no uso indevido das fotografias. "O impostor não têm direitos sobre as fotos e vídeos da vítima - mas o autor das imagens, sim. Por isso, a vítima pode usar este argumento para impedir que o impostor continue a usar o material. Os sites costumam tirar do ar conteúdos que infringem direitos".

Ruth Palmer e o marido, Benjamin Graves.

Reflexão

Mesmo alegando usar o máximo de proteção que as redes sociais oferecem, Ruth ainda assim foi vítima de ter toda a sua vida “forjada” por uma impostora. Se alguns de nós nem ao menos sabemos onde ajustar as configurações de privacidade, o que impede que o mesmo aconteça com os nossos perfis? Será que não estamos compartilhando informações demais na internet?

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