Atualmente, nomes como Canon e Nikon estão diretamente ligados à fotografia profissional. Fato é que estas marcas surgiram no começo do século passado e seguem crescendo e se adaptando ao mundo moderno.
Neste artigo, vamos listar algumas evoluções e como as empresas passaram do mundo analógico para o digital, das velhas câmeras de filme para os equipamentos ultramodernos da atualidade — e veremos que nem todas foram bem-sucedidas e que algumas, como a Sony, foram as pioneiras dessa mudança.
Canon
A primeira câmera da Canon data de 1933, um protótipo de nome KWANON. Logo em seguida vieram os modelos para venda com lentes 50 mm— acredite se quiser! — da Nikon (Nikkor). Os modelos iniciais, como a S, permitiam a alteração de velocidade, utilizavam filmes 35 mm (os mais tradicionais até hoje) e tinham controle de abertura e foco por distância, já que não apresentavam um visor direto — ou seja, vinham sem o mecanismo de espelhos que permite que você visualize exatamente a imagem que sua lente está captando.
Canon S, de 1939. (Fonte da imagem: Divulvação/Canon Camera Museum)
Ao longo dos anos, a marca foi se adaptando, produzindo câmeras mais modernas e com mais recursos. Um dos modelos mais clássicos é a AE-1, com visor direto e totalmente manual. Esta câmera ainda é vista circulando por aí, nas mãos dos mais nostálgicos.
AE-1, de 1976 (Fonte da imagem: Divulgação/Canon Camera Museum)
A marca, ao mesmo tempo, veio trazendo para os consumidores opções mais simplificadas e automáticas. Foi o início das atuais câmeras compactas em estilo “point and shoot”, que pouco exigem de quem as opera.
Atualmente, a Canon é uma das líderes do mercado da fotografia digital. A transição ocorreu de forma suave e bem-sucedida, consolidando ainda mais a marca. A fabricante japonesa contou com produção simultânea de câmeras analógicas e digitais entre os anos de 1995 a 2000.
A marca não é tão reconhecida por sua produção de câmeras compactas, apesar de estar crescendo no mercado com equipamentos como a G1 X. Mesmo assim, a qualidade de sua linha de câmeras, lentes e flashes profissionais é indiscutível.
Nikon
Junto com a Canon, a Nikon é uma das protagonistas do mundo da fotografia, e existe até mesmo uma rixa entre os fãs de cada marca. E esta é outra fabricante que evoluiu com sucesso para o mundo da fotografia digital. Ela foi fundada em 1917, mas só em 1988 recebeu o nome Nikon.
Nikon 1, 1948. (Fonte da imagem: MIR)
As primeiras câmeras foram lançadas no final dos anos 1940, modelos rangefinder como as primeiras câmeras da Canon. Só na década de 1980 a empresa lançou câmeras compactas e automáticas, voltadas para o público amador.
Nikon L35 AF, de 1983 (Fonte da imagem: MIR)
Por outro lado, a fabricante entrou no mundo digital antes de sua concorrente e também demorou muito mais para sair do mundo analógico. Sua última câmera com uso de filme 35 mm data de 2004, enquanto sua primeira digital foi lançada em 1991 — mas já no final da década de 1980 a Nikon vinha trabalhando em protótipos para câmeras digitais.
DCS-100, uma parceria da Nikon com a Kodak. (Fonte da imagem: MIR)
A primeira câmera vinha com um visor externo e enorme — que você precisava conectar à máquina para visualizar a produção de imagens(sem) — e produzia arquivos de resolução máxima de 1,3 MP.
Atualmente, além de produzir câmeras DSLR, lentes e flashes profissionais de alta qualidade e amplamente utilizados por fotógrafos de todo o mundo, a Nikon também tem se destacado no mundo das câmeras compactas, com lançamentos de grande impacto no mundo da tecnologia, como a Coolpix A, uma compacta estilo “point and shoot” com sensor de câmeras profissionais.
Coolpix A (Fonte da imagem: Divulgação/Nikon)
Sony
A Sony é, sem dúvidas, uma das grandes responsáveis pela revolução no mundo da fotografia nos últimos 30 anos. Você com certeza já teve uma CyberShot e deve se lembrar das Mavicas — câmeras enormes e com imagens de baixa qualidade, mas que gravavam seu conteúdo em disquetes e permitiam fácil acesso às suas fotos.
As primeiras experiências da fabricante começaram já na área da fotografia digital, em 1981, com uma câmera que tinha um sensor digital CCD e que passava a imagem para um filme analógico. Mas a primeira digital de verdade foi a Mavica MVC-FD5, de 1997.
Mavica MVC-FD5 (Fonte da imagem: Divulgação/Wikimedia)
Depois disso, a Sony evoluiu para as câmeras compactas, com a linha CyberShot. As primeiras câmeras tinham resolução de 0,3 MP, mas em questão de poucos anos (no início do século XXI) já foi possível comprar câmeras de 2,6 até 8 MP.
Sony CyberShot DSC-F717 (Fonte da imagem: Divulgação/Wikimedia)
Em 2006, a Sony finalmente entrou no mundo das DSLR, com a compra da fabricante japonesa Konica Minolta — muito popular na metade do século XX, com câmeras analógicas de alta qualidade. Eles chegaram a lançar a linha Dimage, com câmeras digitais semiprofissionais, mas nunca chegaram a alcançar verdadeiro sucesso.
Linha Dimage (Fonte da imagem: Divulgação/Wikimedia)
A partir da compra da Konica Minolta, a Sony utilizou a tecnologia para desenvolver a linha de câmeras Alpha, com lentes intercambiáveis e qualidade compatível com os produtos da Canon e Nikon. No entanto, o alto preço dos equipamentos e lentes, combinado com a solidez da liderança de suas concorrentes também japonesas, faz com que a Sony ainda tenha um papel de coadjuvante no mundo da fotografia digital.
Linha Alpha (Fonte da imagem: Divulgação/Wikimedia)
Leica
A Leica é uma das marcas mais tradicionais do mercado atual. Sua entrada no mundo digital não teve estardalhaço nem muito sucesso, mas recentemente ela tem se dedicado ao desenvolvimento de câmeras rangefinder digitais, com muito estilo e qualidade inquestionável. A empresa também não encerrou oficialmente o fim de sua produção de câmeras analógicas, com seu último lançamento em 2009.
Os primeiros protótipos da Leica surgiram em 1913, mas foi depois da cobertura das Guerras Civis dos anos 1930, na Europa, e da Segunda Guerra Mundial que esta pequena notável ganhou o mundo, sendo utilizada pelos principais fotógrafos da época.
Leica de Cartier-Bresson. (Fonte da imagem: Divulgação/Wikimedia)
Robert Capa, Henri Cartier-Bresson e David Seymour, entre outros fundadores e participantes ativos da agência Magnum, foram os grandes responsáveis pela difusão da marca — agência essa que reúne, até hoje, os principais fotógrafos documentais e fotojornalistas do mundo.
A entrada no mundo da fotografia digital aconteceu na década de 1990, de forma modesta. Foram lançadas câmeras compactas e até mesmo DSLRs, que não conquistaram o público — especialmente por seu preço altíssimo. Por outro lado, a empresa tem uma parceira de peso com a Panasonic, sendo responsável pelo padrão de qualidade das lentes da linha Lumix.
Atualmente, a Leica se destaca pela produção de câmeras digitais conceituais, como a MP-9, Hermès. O único problema é que produtos como esse giram em torno de US$ 50 mil, o que só aumenta ainda mais o status de que suas câmeras são produtos únicos e exclusivos.
Outras marcas que continuaram: Fuji e Olympus
Algumas marcas podem até não se destacar no mercado atual, mas fizeram a sua transição de forma bem-sucedida. Este é o caso de exemplos como a Fuji e a Olympus. A primeira sempre foi popular pela produção de filmes para câmeras analógicas.
Quando o mundo digital tomou de assalto a fotografia, a Fujifilm passou a desenvolver câmeras digitais para os mais variados estilos, com máquinas compactas, semiprofissionais e até modelos retrô muito charmosos.
Já a Olympus é uma empresa que produz câmeras desde a década de 1930 e que seguiu como coadjuvante no mundo digital até 2008, quando anunciou junto com a Panasonic a tecnologia Micro 4/3. Este novo padrão pode ser encontrado em câmeras da linha NEX, da Sony, com câmeras de tamanho compacto, mas lentes intercambiáveis.
Primeiro protótipo do padrão Micro 4/3. (Fonte da imagem: Divulgação/Wikimedia)
Apesar de ainda ser uma tecnologia em desenvolvimento, ela promete crescer muito mais nos próximos anos, com produtos mais acessíveis e funcionais. Por esse tipo de colaboração, a Olympus é outra japonesa que não pode ser ignorada no mundo da fotografia.
A queda de uma gigante: Kodak
A Kodak é provavelmente um dos nomes mais reconhecidos da fotografia até hoje. Fundada no final do século XIX, a empresa se destacou pela extensiva produção de filmes e papéis fotográficos — além de câmeras fotográficas analógicas compactas.
Sua inserção no mundo digital começou cedo, com protótipos já na década de 1970. No entanto, a empresa falhou em se adaptar ao novo mercado e acabou pedindo falência em janeiro de 2012. Atualmente, ela está em processo de venda de patentes e departamentos de filmes e papéis, além de anunciar a sua saída do mercado para impressoras, scanners e câmeras.
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