Golpe em curso na Turquia: comunicações são cortadas

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A Turquia está sofrendo um golpe militar, iniciado na tarde desta sexta-feira (15). As Forças Armadas anunciaram que estão controlando o governo do país, exercido pelo presidente eleito Recep Tayyip Erdogan. Até o momento, não há nada oficial de que o golpe realmente aconteceu, sendo que o presidente negou que os militares tiveram sucesso — mas está pedindo para que a população turca vá para as ruas defender a democracia.

De acordo com os relatos, os militares fecharam diversos acessos na Turquia, como à capital Ancara e a Istambul. Além disso, fecharam o tráfego aéreo nas duas cidades e, ao que parece, cessaram as comunicações de prédios de governo e meios de comunicação estatais.

Golpistas não vencerão, disse o presidente

Erdogan comentou que o golpe militar é "uma revolta de uma minoria dentro do Exército". Os comentários e apelos foram realizados via FaceTime, aplicativo de video chamada para iOS. "Não acredito absolutamente que estes golpistas vencerão", disse.

  • Atualização (sábado, 12h00): Binali Yildirim, primeiro-ministro turco, informou que, pelo menos, 265 pessoas foram mortas durante a tentativa de golpe. Ainda, mais 1.440 ficaram feridas. De acordo com o governo eleito, "a situação do país agora está sob controle"

Apesar de golpes militares serem uma afronta à democracia e aos direitos humanos, é engraçado notar que o presidente Erdogan realizou uma chamada via FaceTime, já que existem relatos indicando que ele bloqueava acesso aos aplicativos similares. Segundo esses relatos, os militares estão inclusive aproveitando a própria infraestrutura criada por Erdogan há alguns anos, quando o presidente tentou conter protestos contra seu governo que foram realizados online. Sim: Erdogan cometeu crimes graves no que toca aos direitos humanos e liberdades.

Cenas de violência e resistência

O confronto está sendo transmitido ao vivo por meio das redes sociais. Algumas das cenas mais assustadoras envolvem helicópteros militares AH-1 Cobra disparando contra os civis que correm para se proteger em solo. Confira o vídeo abaixo:

Em contrapartida, outros vídeos publicados via Facebook registram o momento em que os civis cercam um tanque de guerra e começam a tentar forçar a saída dos soldados, utilizando marretas, serras e outras ferramentas para abrir a escotilha do veículo.

Mais vídeos que também estão se espalhando pelo YouTube mostram o momento em que o Parlamento Turco é atingido por uma bomba. Há cenas internas com correria e pessoas gritando. As imagens abaixo mostram um ângulo externo no momento em que a explosão acontece.

Declaração das Forças Armadas

"As Forças Armadas Turcas tomaram completamente a administração do país para reinstalar a ordem constitucional, a democracia, os direitos humanos e de liberdade, as regras da lei e a segurança geral que estava danificada. Todos os acordos e comprometimentos internacionais ainda são válidos. Nós afirmamos que nossos bons relacionamentos com todos os países no mundo continuarão", divulgou o Exército em comunicado para a imprensa.

É interessante notar, no comunicado, o destaque para os direitos humanos e a liberdade. É notório, ao longo da história mundial, que as Forças Armadas são uma máquina de repressão — e que militares não costumam ter apreço real pela democracia. Caso o golpe realmente seja confirmado, será que as palavras das Forças Armadas continuarão vivas?

O povo tem mais voz

Niall Mulholland, político local, comentou que o presidente eleito Recep Tayyip Erdogan é de um "autoritarismo brutal e que ajudou o ISIS (Estado Islâmico)". Contudo, o Exército Turco é coligado com forças norte-americanas e não está ao lado dos trabalhadores turcos.

As notícias ainda estão chegando e, assim que tivermos mais informações, esta matéria será atualizada. Ainda, o povo turco está reunindo para lutar e protestar contra os militares e a favor da democracia. Abaixo, uma imagem da praça Taksim, às 19h00, desta sexta-feira.

O povo

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