O Facebook está sendo acusado de racismo nos EUA por conta de uma opção disponível em sua plataforma para autopublicação de anúncios. Quando uma pessoa vai comprar algum espaço de publicidade na rede social, ela pode escolher excluir segmentos do público-alvo disponível. Entre as opções para eliminação de “afinidade étnica” temos: “afro-americanos”, “asiáticos americanos” e “hispânicos”.
Esse tipo de seleção baseada em etnia é proibida por uma lei específica
Como você pode conferir na captura de tela feita pelo ProPublica, essas três opções se referem a grupos de usuários dos EUA. Contudo, esse tipo de seleção baseada em etnia é proibida por uma lei específica nos EUA, que trata justamente da publicação de anúncios com potencial discriminatório.
O ProPublica ficou na dúvida sobre a legalidade do assunto e entrou em contato com um advogado norte-americano especializado em direito civil, chamado John Relman. Segundo a publicação, ele teria ficado surpreso com a possibilidade de estratificar o público-alvo por questões “raciais”. “Isso é horrível. Isso é completamente ilegal. Essa é a maior violação da lei federal que se pode encontrar”, disse ao site.
O Facebook foi consultado sobre o assunto, e um porta-voz comentou que a empresa toma providências para evitar que anunciantes explorem a plataforma de autopublicação para discriminar usuários da rede social. “Nossas políticas proíbem o uso de opções de filtragem para discriminar e requerem obediência à legislação”, disse Steve Satterfield, gerente de políticas do Facebook ao ProPublica.
Quando contestado sobre a legalidade dessa estratificação dos usuários, Satterfield explicou que a opção em questão se chama “afinidade de etnia” e não “etnia” propriamente dita. O Facebook não pergunta a origem étnica de quem se cadastra na plataforma, mas consegue determinar a afinidade de todos em relação a um grupo através de curtidas em páginas e interações em determinados assuntos.
Variantes para grupos diferentes
Ele ainda explicou que, em alguns casos, anunciantes gostam de fazer publicações focadas em um grupo de uma forma e, em seguida, fazer alterações para atingir outro público. Ainda assim, essa questão pode ser entendia como discriminação quando não há o cuidado de fazer isso de forma responsável ou mesmo criar as duas versões.
Ainda não há informações sobre a uma possível ação legal contra o Facebook nesse ponto, mas não é improvável que isso aconteça. O jornal norte-americano The New York Times já foi processado e condenado por conta de questões muito similares, por exemplo. No Brasil, não há informações sobre uma movimentação nesse sentido.
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