O Brasil sediará um dos centros de segurança biológica máxima mais avançados da América Latina nos próximos anos: o Laboratório Órion. Localizado em Campinas (SP), o projeto contará com uma área de 20 mil metros quadrados e terá Nível de Biossegurança 4 (NB4), sendo capaz de lidar com agentes biológicos altamente perigosos, como o vírus Ebola.
O Laboratório Órion integra o eixo temático Educação, Ciência e Tecnologia do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), dentro do subeixo Inovação e Pesquisa. O complexo, que ocupará uma área total de 24,5 mil metros quadrados, tem investimento previsto de R$ 1 bilhão e será administrado pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).
Equipado com estruturas NB2 e NB3, o Órion será o primeiro centro científico da América Latina a contar com unidades de Nível de Biossegurança 4 (NB4). Essa categoria permite a manipulação de patógenos de alta periculosidade, como o vírus Ebola e o vírus Sabiá, causador da febre hemorrágica. Até então, o Brasil contava apenas com laboratórios NB3, voltados para o estudo de vírus como o Sars-CoV-2, causador da covid-19, e o HIV.
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“O laboratório (NB4) será o primeiro no mundo a estar conectado a uma fonte de luz síncrotron, o Sírius, e tem potencial para liderar pesquisas sobre patógenos de alta periculosidade, além de possibilitar análises microscópicas detalhadas de agentes infecciosos, inserindo o Brasil em uma posição de destaque na América do Sul e fortalecendo colaborações científicas globais”, destacou a Casa Civil em publicação oficial.
Funcionários já estão em treinamento
De acordo com a Casa Civil, equipes do CNPEM já estão em treinamento para operar nos ambientes de alta biocontenção. Além disso, o laboratório utilizará técnicas avançadas de bioimagem e ferramentas analíticas, que estarão acessíveis à comunidade científica e a órgãos públicos.
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A inauguração do Laboratório Órion está prevista para o final de 2026, mas ainda não há uma data específica para a conclusão do projeto. Até agora, o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) demonstraram interesse em colaborar com o centro científico.
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