Em um novo artigo publicado na revista Nature Geoscience, um grupo de pesquisadores afirma ter descoberto os motivos de o lado oculto da Lua ser tão diferente da parte visível a partir da Terra — assunto que já rendeu inúmeras teorias nas últimas décadas.
No estudo, que teve a participação de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Tóquio (Japão), da NASA e das universidades da Flórida, de Towson e do Novo México — todas nos Estados Unidos —, os autores investigaram a história geológica do satélite natural e encontraram uma nova explicação para esse mistério.
Após uma série de experimentos, análises de observações existentes da superfície lunar e modelagem computacional, eles chegaram à conclusão de que as diferenças nas concentrações de elementos radioativos na Lua poderiam explicar a assimetria entre os dois lados do corpo celeste.
O lado oculto da Lua é bem diferente da área visível.Fonte: NASA/Divulgação
De acordo com os cientistas, elementos instáveis presentes em maior quantidade nas partes do solo lunar voltadas para a Terra (como tório, potássio e urânio) geram calor por meio de um processo de decomposição radioativa, derretendo as rochas nos locais onde eles ficam. Como resultado disso, o surgimento das crateras, presentes em maior quantidade na parte oculta, é facilitado.
Elementos KREEP
Além do aquecimento causado pela decomposição radioativa dos elementos instáveis, a assimetria entre o lado escuro da Lua e a parte visível também pode ser explicada por uma propriedade das substâncias KREEP, que são o potássio, os metais das terras raras e o fósforo presentes no lado visível.
Conforme apontam os autores do estudo, os locais da superfície lunar ricos dessas substâncias têm pontos de fusão mais baixos, facilitando a transformação das rochas em magma.
Vale lembrar que a face visível tem mais manchas (planícies basálticas) e menos crateras, enquanto a face oculta apresenta uma menor quantidade de manchas escuras e uma crosta mais grossa, com muito mais crateras.
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