Como a AMD está se preparando para o mercado brasileiro de placas de vídeo

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Quando o assunto é “placa de vídeo”, não existem empresas que sejam mais lembradas do que AMD e NVIDIA. As duas companhias são conhecidas pela excelente qualidade de seus produtos e pelas grandes possibilidades que são oferecidas por eles. Não é à toa que elas disputam cada pedaço do mercado internacional com dispositivos cada vez mais avançados.

Nos últimos anos, a NVIDIA foi a que mais se destacou, assumindo a liderança do mercado com uma certa folga sobre a concorrente. Mas como a AMD lida com isso? Quais passos esta fabricante estaria tomando para se manter com bons números e evitar o distanciamento da NVIDIA? Nós conversamos com Roberto Brandão (Diretor Geral e Country Manager da AMD Brasil e América do Sul) para trazer as respostas para isso com mais exatidão.

O mercado de PCs em retração é um problema?

Não é segredo para ninguém: o mercado de computadores está caindo em todo o mundo. Apesar de na Europa haver uma certa estabilização, na América do Sul e na Ásia ainda é bem difícil prever quando os números de computadores vendidos vai voltar a subir — sendo que o crescimento dos smartphones e tablets é parte da razão para isso.

Roberto Brandão afirma que isso não é tão preocupante quanto parece ser, pelo menos para a AMD. Ele contou ao TecMundo que houve realmente uma redução no volume de computadores que são vendidos em todo o Brasil, mas o preço médio dos aparelhos subiu muito nos últimos anos.

Isso não se deve à inflação, mas sim a uma mudança de comportamento de consumo dos brasileiros. Hoje, o grande fluxo não está mais nos computadores prontos em grandes varejistas, mas sim em upgrades de computadores mais potentes. E é exatamente nisso que a AMD entra.

GPUs dedicadas cada vez mais procuradas

Alguns anos atrás, computadores com placas de vídeo dedicadas eram uma parcela ínfima do mercado. Com o crescimento da procura por games nos computadores, também aumentou a procura por aceleradoras gráficas nos PCs. De acordo com Brandão, a prática quase dobrou nos últimos dois anos e é possível mostrar isso bem rapidamente.

No final de 2012, cerca de 1 em cada 15  computadores brasileiros era vendido com placas de vídeo dedicadas. No final de 2014, já era bem diferente: 1 para cada 8 computadores — mostrando um cenário interessante para as fabricantes de componentes. Ao contrário do que muitos podem imaginar, isso não diz respeito somente aos componentes de baixo custo.

O grande foco no mercado brasileiro

Como acabamos de dizer, placas de vídeo de baixo custo não são as mais influentes do mercado brasileiro. Conforme revelado pela AMD, os componentes considerados “Mainstream” (têm bom desempenho e são suficientes para alguns jogos mais avançados, como a Radeon 370) e “Performance” (top de linha e capazes de suportar até dois anos de uso em alto nível, como a 390X) são os mais procurados.

Foi oferecendo esses modelos para o Brasil que a AMD conseguiu chegar aos 30% do mercado brasileiro — um recorde para a empresa. A companhia ainda afirma que traz todas as opções para cá e a única diferença de abordagem no mercado está na forma de transporte, pois somente as placas mais avançadas são trazidas por avião — um processo bem mais rápido do que o frete por navio dos modelos mais fracos.

Como prosperar na crise?

Além da redução na procura por computadores, é preciso ter em mente também que vários mercados — incluindo o brasileiro — estão passando por um clima de desconfiança econômica. E como fazer para conseguir prosperar nesse cenário, que não parece nada favorável?

Roberto Brandão diz que o grande segredo está na capacidade de se reinventar que as indústrias possuem. É necessário entender o momento dos países e saber como melhorar as vendas ou pelo menos não deixar que a queda delas impacte tanto nos cenários finais.

Como você deve imaginar, o mercado que mais sofre com a crise é o de que equipamentos de baixo custo — pois é nele que os consumidores precisam fazer mais concessões na hora de trocar de eletrônico, por exemplo. Por causa disso, as companhias precisam reduzir as margens de lucro para que os preços não afetem a decisão de compra. Ao mesmo tempo, segmentos Mainstream e Performance sofrem menos impacto.

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Fontes

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