Além de já ter infectado mais de 8 mil pessoas no mundo, o coronavírus agora também está sendo utilizado para aplicar golpes na internet. De acordo com o Tech Radar, diferentes grupos de hackers estão se aproveitando da busca por informações sobre a doença para espalhar ataques via e-mail com malwares da família Emotet, utilizados para roubar dados de usuários desatentos.
Um dos primeiros casos de malware envolvendo o coronavírus aconteceu no Japão e foi detectado pela firma de segurança IBM X-Force Threat Intelligence. Segundo os especialistas, um grupo de hackers começou a distribuir e-mails trazendo informações sobre como não ser infectado pela doença, fingindo ser um órgão oficial do governo.
Apesar da aparência inofensiva e uso do nome de instituições governamentais, a mensagem trazia um arquivo do Word falso com um malware Emotet, que era instalado no PC após o download para roubar senhas, dados bancários e até histórico de navegação. Segundo a IBM X-Force, o golpe foi utilizado em grandes cidades do Japão, incluindo locais como Gifu, Osaka e Tottori.
Variantes do "coronavírus digital"
De acordo com a empresa de antivírus Kaspersky, os casos registrados no Japão não são isolados e mais de 10 tipos de arquivos maliciosos usando o coronavírus já foram encontradas por especialistas de segurança. Além de documentos em texto, os ataques por e-mail também utilizam outros recursos para tentar enganar os usuários, como enviar PDFs e até arquivos de vídeo infectados para roubar dados.
Em todos os casos, a isca sempre costuma ser a mesma: as mensagens prometem trazer informações sobre o vírus, incluindo sintomas e causas, e também instruções para se prevenir contra a epidemia. "À medida que as pessoas continuam preocupadas com sua saúde, podemos ver cada vez mais malwares escondidos em documentos falsos sobre a disseminação do coronavírus", explica Anton Ivanov, analista da Kaspersky.
O surto do coronavírus começou na China em dezembro do ano passado, mas a doença se espalhou durante o mês e casos já foram relatados em pelo menos 19 países, incluindo suspeitas no Brasil. A China já registrou cerca de 170 mortes por causa do vírus, mas cientistas já estão trabalhando em uma vacina para acabar com a epidemia.
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