O que aconteceria caso a AMD fosse vendida?

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Na semana passada, uma notícia bombástica impressionou nossa equipe. Segundo detalhes da Reuters, a AMD estaria com problemas de faturamento, e a falta de um lugar bem definido no ramo de processadores poderia indicar a venda da companhia muito em breve.

Apesar de o diretor da AMD ter desmentido os rumores, a declaração do representante não foi suficiente para acreditarmos que a fabricante está em sua melhor fase. Assim, aproveitando a deixa, resolvemos investigar e esboçar algumas possibilidades do futuro da empresa.

(Fonte da imagem: Divulgação/AMD)

Afinal, como seria o mercado caso a Intel comprasse a AMD? E se fosse a NVIDIA que resolvesse adquirir a fabricante dos chips Radeon? Existem outras interessadas? Hoje, vamos explorar algumas dessas possibilidades e entender como o mercado seria transformado.

O monopólio no mercado x86

Quando falamos em processadores, dois nomes vêm à cabeça: AMD e Intel. Há anos, as duas vêm brigando pela liderança no fornecimento de chips para desktops e laptops. Assim, existe certa lógica em pensarmos que a Intel teria grande interesse em abocanhar a AMD, afinal, ela não teria outras grandes empresas para atrapalhar suas vendas.

Avaliando negociações prévias da Intel, podemos ver que a companhia já adquiriu diversas empresas menores ao longo de sua história. Observando pela perspectiva atual, podemos concluir que seria muito fácil a empresa finalizar essa negociação. A Intel tem receita quase dez vezes maior do que a AMD, portanto dinheiro não é problema.

(Fonte da imagem: Reprodução/Intel)

Pode parecer que a Intel tem tudo em seu favor para realizar a negociação, mas uma aquisição desse porte não seria tão simples. Podemos dizer que seria quase impossível a Intel realizar tal compra, visto que nenhum órgão aprovaria o monopólio.

Um boost nos chips Intel Graphics

Apesar de ser muito difícil, grandes companhias sempre conseguem burlar as regras. Assim, não ficaríamos muito admirados caso a Intel conseguisse negociar. É importante lembrar que a empresa poderia fazer uma mutreta envolvendo ações e controlar a AMD de forma indireta.

Talvez você esteja se perguntando sobre o motivo para a Intel comprar a AMD. É evidente que a Intel não precisa de mais tecnologia para desenvolver processadores. Todavia, aproveitar todos os avanços e recursos da linha Radeon para melhorar seus chips e, de quebra, entrar no mercado de placas de vídeo seriam táticas geniais.

(Fonte da imagem: Montagem/Tecmundo - Original: AMD e Intel)

Já imaginou como seria a combinação de um Intel Core i7-3770K com uma Radeon HD 7660? É importante notar que os avanços da Intel não ficariam restritos apenas a tais mercados, pois a companhia poderia aproveitar as tecnologias da AMD para criar plataformas ainda mais robustas para servidores e competir de perto com a IBM.

IBM: uma forte possibilidade

Falando na IBM, não poderíamos deixar de cogitar essa empresa como uma forte compradora. Apesar de não ter presença marcante nos desktops e notebooks, a companhia responsável pelos supercomputadores poderia aproveitar essa situação de baixa renda da AMD para entrar de cabeça em novos mercados.

Além disso, a IBM poderia aumentar sua participação no fornecimento de componentes para consoles. Hoje, ela é a principal responsável pelos chips presentes no PlayStation 3, no Xbox 360, no Wii e também no Wii U. Ao adquirir a AMD, a IBM poderia começar a fornecer os processadores gráficos dos consoles e, consequentemente, aumentar sua renda.

(Fonte da imagem: Montagem/Tecmundo - Original: AMD e IBM)

Quando ao dinheiro, a IBM não tem qualquer problema para adquirir uma empresa do porte da AMD. Conforme notícia da Redmond Channel Partner, no ano fiscal de 2011, por exemplo, a IBM teve receita total de US$ 106,9 bilhões, ou seja, seria possível comprar a AMD e ainda manter mais de 100 bilhões no bolso.

Samsung: entrando em um novo mercado

A Samsung tem presença marcante em diversos setores. Monitores, televisores, smartphones, memórias, processadores para portáteis e até mesmo navios ajudam a compor os rendimentos da companhia. Tudo isso leva a empresa a ser o que é hoje e a alcançar incríveis US$ 247 bilhões de receita (dados referentes ao ano fiscal de 2011).

Com tanto dinheiro, talvez você fique pensando por que a Samsung compraria a AMD. A resposta é óbvia: atuar em mais um setor de tecnologia e obter mais lucro. Considerando que a firma coreana já dispõe de alta tecnologia para o mercado de memórias, não seria má ideia investir no setor de processadores para desktops e, principalmente, no de chips gráficos.

(Fonte da imagem: Reprodução/AMD)

Essa aquisição possibilitaria não só a atuação em novos mercados, mas poderia garantir produtos mais robustos. Os notebooks da Samsung, por exemplo, poderiam ser fabricados quase que inteiramente com componentes da empresa coreana. Os smartphones poderiam ganhar chips gráficos mais poderosos.

É importante notar que essa fusão não seria benéfica apenas para os produtos da Samsung, mas também poderia gerar uma competição mais acirrada no mercado dos processadores x86. Considerando o grande potencial financeiro, a empresa coreana poderia desenvolver novas arquiteturas, tecnologias e técnicas de fabricação.

Qualcomm e Texas Instruments

Se você não acompanha muito as notícias de tecnologia, talvez não faça nem ideia de que companhias são a Qualcomm e a Texas Instruments. Todavia, apesar de não serem muito famosas, essas duas empresas fornecem componentes que são instalados em uma série de aparelhos, incluindo diversos smartphones.

Assim como a Samsung, essas duas empresas têm grande participação no mercado de processadores ARM — e qualquer uma delas tem dinheiro para fazer um negócio desse porte. Pode parecer um pouco ilógico, mas seria de grande valia incorporar a bagagem da AMD no desenvolvimento de novos produtos para o setor mobile.

E não é só isso. Tanto a Qualcomm quanto a Texas Instruments poderia aproveitar as arquiteturas dos chips Radeon para introduzir novidades nos portáteis. Claro, essas são inovações, pois ambas poderiam ter benefícios ao mergulhar nos mercados de PCs.

E a NVIDIA?

Além de lutar no mercado de processadores, a AMD também tem grande participação no setor de chips gráficos. Justamente por conta disso, poderíamos colocar a NVIDIA como uma possível compradora. No entanto, a fabricante dos produtos GeForce fica de fora dos lances por conta de um problema maior: dinheiro.

(Fonte da imagem: Divulgação/NVIDIA)

Conforme os dados mais recentes, a NVIDIA tem receita menor do que a AMD e, mesmo que a fabricante dos chips Radeon esteja em uma fase de crise, o preço de venda não seria muito baixo. Ainda que estejamos apenas lançando hipóteses, podemos ficar contentes em saber que a NVIDIA não teria como criar um monopólio no setor de processadores gráficos.

Há inúmeras hipóteses e nenhuma certeza

Como você pôde ver, caso a AMD fosse vendida, seu futuro seria bem incerto em um primeiro momento. Há muitas outras companhias que poderiam entrar nesse leilão, mas é difícil cogitar negociações por parte de grandes empresas.

A Apple, por exemplo, é uma empresa que não teria coragem de embarcar nessa, pois ela não precisa desenvolver hardware e já tem uma grande parceria com a Intel — ainda que alguns produtos da série AMD Radeon sejam utilizados em computadores da Maçã.

A Sony nem se fala, afinal, ela está com diversos problemas financeiros e não estaria em um bom momento para pensar em adquirir outras companhias.

(Fonte da imagem: Reprodução/AMD)

Enfim, apesar de tantas possibilidades, pode ser que a AMD não seja vendida e que tudo continue normalmente. Diante de rumores, não há como prever se a empresa vai perder oportunidades de lucro, manter sua receita ou bater recordes.

Por ora, para nosso próprio bem, podemos esperar apenas que a AMD continue forte e oferecendo seus produtos de alta qualidade e baixo custo e, acima de tudo, mantendo a concorrência saudável.

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