Reuters. Por Tim Kelly - A Sony cortou sua previsão para o lucro de 2012-2013 e rebaixou suas expectativas de vendas para os principais produtos, incluindo os consoles portáteis de videogame PSP e PS Vita, em um momento no qual o novo presidente da companhia tenta reavivar a gigante do setor de eletrônicos.
A Sony informou que o lucro operacional de abril a junho caiu 77 por cento, mais do que o esperado, para 6,28 bilhões de ienes (80 milhões de dólares), sobre um ano antes, e culpou o iene valorizado e a fraca economia. Analistas previam uma queda de 36 por cento.
A rival Sharp, enquanto isso, anunciou um prejuízo operacional de 94 bilhões de ienes (1,2 bilhão de dólares) para o trimestre terminado em junho, e planeja seu primeiro corte de empregos em mais de 60 anos, à medida que a indústria japonesa de eletrônicos tenta acompanhar concorrentes estrangeiros.
As ações da Sony atingiram o menor patamar em 32 anos em julho, devido à menor confiança de investidores de que a companhia será capaz de diminuir consideravelmente a distância frente a concorrentes como Apple, Samsung Electronics e Microsoft.
"Acho que eles estão em uma posição bem difícil", disse Yuuki Sakurai, presidente da Fukoku Capital Management. "Se não mostrarem claramente o que vai mudar sob a nova administração, acho que o mercado vai punir as ações de novo."
No mais recente sinal de dificuldades, a Sony cortou algumas projeções para vendas de produtos para o ano que termina em março de 2013.
A empresa disse esperar vender 15,5 milhões de TVs, queda sobre a estimativa apresentada em maio, de 17,5 milhões. A Sony prevê agora vendas do PSP e do PS Vita de 12 milhões de unidades, ante meta anterior de 16 milhões, mas manteve a projeção de vendas de 16 milhões consoles de videogame PlayStation no período.
A Sony também cortou sua projeção de lucro operacional para 2012-2013 para 130 bilhões de ienes, ante 180 bilhões de ienes anteriormente. A previsão média de 18 analistas consultados pela Thomson Reuters era de lucro operacional de 139 bilhões.
Após assumir o comando da Sony em abril, Kazuo Hirai prometeu recuperar a companhia, após anos de forte competição de rivais estrangeiros terem minado sua dominância no setor de eletrônicos de consumo.
O executivo agora enfrenta o desafio de comandar a empresa em meio a uma crise da dívida na zona do euro que está prejudicando a demanda global por eletrônicos e corroendo a rentabilidade dos produtos da Sony.
A empresa afirmou que a economia dos EUA também enfrenta problemas e que o crescimento nos chamados Brics --Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul-- está sendo menor do que o esperado.
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