(Fonte da imagem: Reprodução/The New York Times)
Já faz algum tempo desde que foram criadas as primeiras fábricas automatizadas. De lá para cá, os braços mecânicos usados nas linhas de montagem deixaram de ser simples equipamentos designados para uma única tarefa.
Hoje, essas máquinas são capazes de desempenhar múltiplas tarefas com facilidade e muito mais precisão que seus “antepassados”. Ao mesmo tempo, elas são tão velozes que a maioria das fabricas é obrigada a “enjaular” seus robôs em estruturas de vidro – uma forma de estabelecer um perímetro de segurança para que as pessoas não acabem se ferindo por estarem próximas demais de seus incansáveis companheiros de trabalho.
Vendo isso tudo, não há como deixar de se perguntar quais as vantagens e desvantagens trazidas por essa automatização no estado atual. Confira algumas das mudanças mais importantes que ela causou.
Fora das linhas de montagem
No início da automatização da indústria, a presença de robôs era uma exclusividade das linhas de montagem. Entretanto, isso não pode mais ser dito, já que atualmente é possível encontrá-los em várias outras áreas, de acordo com o The New York Times.
(Fonte da imagem: Reprodução/The New York Times)
É o caso do que vem ocorrendo com o setor de distribuição: companhias como a C & S Wholesale Grocers, a maior distribuidora de produtos alimentícios dos Estados Unidos, já está utilizando robôs para carregar, organizar e armazenar seus estoques – tarefa que eles desempenham com muito mais eficiência que uma pessoa comum.
Até mesmo o meio rural está aceitando a automatização lentamente. Na Califórnia, uma fazenda trocou parte de seus funcionários por quatro braços mecânicos, os quais utilizam ventosas especiais para colocar embalagens de alface orgânica em caixas de transporte.
Robôs no comando
Outro caso interessante é o de Josh Graves, um funcionário de uma distribuidora de alimentos. Diferente do que acontece com o caso mencionado anteriormente, Graves trabalha levando produtos de um lado a outro de um armazém diariamente com sua empilhadeira — e o robô é quem dá as ordens no trabalho.
Segundo Graves, em uma entrevista ao The New York Times, ordens são enviadas a ele constantemente por um computador central através de fones de ouvido que devem ser usados durante o horário de trabalho.
“O cérebro”, como ele e seus companheiros de trabalho apelidaram carinhosamente, determina os objetos a serem carregados e para onde eles devem ser levados. Mas ele não se limita a isso: o computador controla a velocidade de cada veículo ao mesmo tempo em que informa o posicionamento de cada máquina e o que ela está fazendo para os gerentes da companhia.
Os prós e contras da automatização
Quando vamos falar das vantagens e desvantagens trazidas pelas máquinas, a briga é a mesma de sempre: de um lado, as pessoas reclamam que a automatização vai acabar com o emprego de incontáveis trabalhadores. Do outro, as fabricantes de robôs afirmam que seus produtos apenas geram empregos em outras áreas. E no meio disso está a empresa, que precisa decidir entre otimizar seus lucros ou manter a simpatia do público.
(Fonte da imagem: Reprodução/The New York Times)
Normalmente, a vitória na disputa fica para o lado dos robôs. Mas isso não é por falta de motivo: uma linha formada apenas por braços mecânicos é capaz de trabalhar sem qualquer pausa, em áreas muito menores que os humanos.
Além disso, esses equipamentos tendem a gerar grandes lucros a longo prazo, já que uma máquina com custo médio de 250 mil dólares substituindo dois empregados com salário de 50 mil ao ano deve economizar 3,5 milhões ao fim de seus 15 anos de vida útil.
Por fim, não há como negar que, assim como as fabricantes de robôs afirmam, realmente são gerados novos trabalhos para gerenciar tais equipamentos e cuidar dos toques finais que as máquinas são incapazes de fazer. Eles apenas esquecem de dizer que, para cada vaga criada, várias pessoas tem que se tornar desempregadas – um preço que muitos não estão dispostos a pagar em troca dessa “evolução”.
O mundo ainda é dos humanos
Apesar das vantagens trazidas pelos robôs em uma linha de montagem, ainda estamos muito longe de ter uma fábrica 100% automatizada. O fato é que, por mais rápido e preciso que um computador possa ser para desempenhar a tarefa de um humano, ele não é capaz de pensar como um, sendo incapaz de tomar decisões fora de sua programação.
Isso é algo que até mesmo especialistas como Bran Ferren, roboticista veterano e designer de produto da Applied Minds, concordam. “Você precisa ter pessoas por perto de qualquer jeito. E pessoas são muito boas em descobrir coisas, por exemplo, como eu coloco esse radiador ou encaixo essa mangueira? E essas coisas ainda são difíceis para os robôs fazerem”, disse ele.
Fonte: The New York Times
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