A Qualcomm pretende dar um "empurrão" na tecnologia 5G em 2020 e apresentou recentemente o Snapdragon 865, seu chip para aparelhos top de linha que só funciona com um modem que suporta o novo padrão de conexão. Enquanto a novidade pode impulsionar a indústria, o Ars Technica aponta que a limitação pode acabar piorando os smartphones de alto desempenho que serão lançados no ano que vem.
O primeiro problema apontado pelo site é que o Snapdragon 865 não traz um modem integrado e, por causa disso, não consegue funcionar nem mesmo com 4G sem o X55. Ou seja, todos os celulares equipados com o processador terão um chip extra para encaixar no design. Em grau de comparação, o Snapdragon 855 possui suporte para 4G nativo e a adoção do 5G era opcional.
A presença obrigatória de um chip extra, e que não é pequeno, vai obrigar as fabricantes a abrirem espaço no design dos smartphones com Snapdragon 865, o que significa que os aparelhos devem ser maiores ou terem menos bateria. Além disso, como o X55 não é uma solução integrada, a tendência é que o componente acabe aumentando o consumo de energia do celular.
O Ars Technica até resgatou uma fala da própria Qualcomm em que a empresa condena o uso de chips separados para conexão. Durante o lançamento do Snapdragon S4, em 2012, a companhia disse que "quanto mais chips envolvidos na construção de um dispositivo, mais desafiador é conservar a vida útil da bateria e manter o desempenho". Curiosamente, o Snapdragon 865 segue exatamente o caminho oposto. Vale lembrar, inclusive, que os produtos da nova linha Snapdragon 765 seguem a antiga filosofia da firma e vem com chip de internet 5G onboard.
Celulares mais caros
Além de possivelmente afetar o desempenho, a tendência é que os smartphones com a nova plataforma da Qualcomm sejam mais caros. Segundo Pete Lau, CEO da OnePlus, a implementação do 5G pode aumentar o valor dos celulares entre US$ 200 e US$ 300. Como a maioria dos aparelhos top de linha chegarão com a conexão em 2020, quem sabe o acréscimo acabe não sendo tão alto, mas outros fatores podem pesar no bolso.
O consumidor também precisa levar em conta que algumas operadoras cobram taxas extras para uso do padrão de internet mais rápido. Nos Estados Unidos, os planos mensais da Verizon com suporte para 5G são cerca de US$ 10 mais caros do que o convencional.
Você pretende entrar na onda do 5G no ano que vem ou vai esperar a tecnologia estar consolidada para embarcar na conexão? Deixe sua opinião nos comentários!
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