O fim da Lei de Moore não é um assunto recente. Há algum tempo já se discute a possibilidade de frear os avanços do processamento de chips de computadores por conta da dificuldade em acompanhar a evolução a cada 18 meses – tempo que foi originalmente proposto por Gordon Moore. Porém, há uma luz no fim do túnel que promete ajudar a manter o constante crescimento – ou diminuição, no caso das pastilhas – da tecnologia a cada 24 meses.
A chamada litografia com luz ultravioleta extrema (extreme-ultraviolet lithography, ou EUV na sigla em inglês) é uma das soluções que promete manter a Lei de Moore "viva". Essa técnica já está em fase de testes em grandes empresas e a previsão é de que esteja em grande escala até 2018.
Gordon Moore formulou essa lei há mais de 50 anos
Como funciona?
A técnica de litografia com luz ultravioleta extrema funciona de forma muito semelhante às fotografias de antigamente. A luz é projetada por meio de uma máscara com padrões em uma superfície com substâncias que são sensíveis à luz. Quanto menor for o comprimento de onda, maior é a resolução possível desses padrões.
A indústria conseguiu levar a tecnologia atual à produção de 193 nanômetros em comprimento de onda, o limite até agora. Para continuar crescente, é necessário utilizar múltiplos passos de padrões para cada camada de um chip, o que faria com que a produção seja muito complexa. A adoção de luz ultravioleta extrema aliviaria a situação, com um comprimento de onda menor.
Máquina responsável pela aplicação da técnica EUV
Grandes investimentos
No ano de 2011, a Intel havia investido US$ 4 bilhões em uma empresa holandesa, mostrando que estava pensando seriamente sobre esse assunto. A ASML, a maior fornecedora de sistemas de litografia para a indústria de semicondutores, finalmente está dando frutos para a Intel.
Recentemente, a ASML revelou que conseguiu ultrapassar a última e maior barreira para a evolução tecnológica do EUV. As fontes de luz muito fracas implicavam um maior tempo de exposição das substâncias muito sensíveis. Assim, quando mais tempo gasto, maior o dinheiro investido também.
A técnica EUV ainda precisa baixar os custos
É preciso melhorar
Os avanços da companhia holandesa foram no sentido de aumentar a potência da fonte de luz. Ela foi capaz de elevar a marca em cinco vezes, saltando de 40 Watts no ano passado para 200 Watts em 2016, o que resulta no dobro de velocidade na produção de pastilhas – de 400 para 600 produzidas em um único dia.
Essa velocidade produção ainda está bem abaixo do que é alcançado pela técnica atual, que é capaz de fabricar até 30 mil pastilhas por dia. Porém, a expectativa é de que os custos da tecnologia usada caiam conforme os limites técnicos sejam superados, resultando em uma redução do preço e maior viabilidade da técnica UEV – além da possível "salvação" para a Lei de Moore.
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