A estratégia tinha mesmo poucas chances de dar certo: um juiz federal indeferiu ontem o pedido da Huawei para que considerasse a lei que a impedia de negociar com agências federais e seus contratados “inconstitucional”. Em sua decisão, o juiz argumentou que o governo agiu dentro de seus poderes quanto a aplicar à Huawei as restrições impostas na Lei de Autorização de Defesa Nacional.
O cerco à gigante chinesa se aperta mais ainda com uma proposta do governo de alterar a Regra de Produto Direto Estrangeiro (que sujeita bens fabricados no exterior com base em tecnologia ou software americanos a regulamentos dos EUA) e forçar a proibição da venda de componentes a empresas de sua lista negra.
A mais atingida seria a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), a maior fabricante mundial de chips, que fornece para a Huawei e mais Apple, Qualcomm, Nvidia e AMD, entre dezenas de empresas. Se as regras mudarem, ela não poderá mais vender seus chips para a gigante chinesa.
Justiça apenas para um
O Departamento de Justiça americano acrescentou no início da semana acusações ao processo iniciado em 2019, incluindo a de que a fabricante chinesa ignorou as sanções impostas pelo país ao Irã. Porém, os promotores decidiram, em 2012, não ir atrás do banco britânico HSBC Holdings Plc, que teria feito a mesma coisa.
O HSBC aceitou um acordo e pagou uma multa para enterrar as acusações de violação de sanções contra o Irã e mais lavagem de dinheiro. Mesmo depois disso, o banco teria continuado a processar as transações do país árabe por meio de sua agência em Nova York, ocultando a operação de um auditor designado pela Justiça. Segundo revelou a Reuters, promotores americanos fizeram vista grossa, em troca da cooperação do banco na investigação do governo contra a Huawei.
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