Parlamentares dos EUA criticaram abertamente o possível plano do presidente Donald Trump para tentar salvar a fabricante chinesa ZTE. A empresa anunciou o encerramento das atividades na semana passada, após ser proibida de comprar componentes de empresas americanas pelos próximos sete anos. A punição aconteceu por ela ter violado uma sanção comercial ao vender tecnologia para Irã e Coreia do Norte.
Alguns dias após o ocorrido, Trump anunciou que estava trabalhando com o presidente chinês Xi Jinping para tentar reverter a situação. Em um tweet, o chefe de Estado americano disse que o fechamento da ZTE iria causar a perda de muitos empregos na China e instruiu o Departamento de Comércio a encontrar uma solução para o problema.
Essa proposta foi rechaçada por parlamentares americanos. O senador republicano Marco Rubio, por exemplo, disse esperar que a administração não siga em frente com esse acordo. “Eles [a China] estão basicamente organizando um assalto para roubar o que nós desenvolvemos e usar como base para o desenvolvimento deles, para que eles possam nos ultrapassar como líderes nas tecnologias mais importantes do século 21”, disse Rubio durante um encontro do Comitê de Relações Exteriores.
O senador democrata Ron Wyden também se pronunciou: “Quem é que tenta fazer concessões unilaterais em cima da hora depois que você passa todo esse tempo dizendo, corretamente, na minha opinião, que os chineses roubaram nossa tecnologia?”. Wyden foi um dos 32 senadores que assinaram uma carta acusando o presidente de colocar os interesses da China acima da segurança nacional americana.
Pelo menos um senador saiu em defesa de Trump, de acordo com a agência de notícias Reuters. O republicano John Kennedy disse que o presidente não pode ter simplesmente acordado e decidido que mudou de ideia em relação a ZTE. Ele acredita que a proposta é parte de uma série de negociações maiores. A ideia do governo de Trump para salvar a ZTE envolvia possivelmente diminuir as penas impostas à companhia em troca de cortar tarifas que a China cobra de alguns produtos americanos, como carne de porco, frutas e nozes.
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