Entre as armas mais comuns dos games de ação está o lança-chamas. É difícil imaginar um jogo que não tenha a participação deste artefato bélico. A arma consiste em um jato de combustível que pode ser líquido, em forma de gel ou gás e que é disparado exatamente como se fosse uma mangueira. O cano da arma possui um dispositivo de ignição que incendeia o combustível, tornando possível o direcionamento das chamas para cima das pobres vítimas.
No mundo real, essa arma começou a ser utilizada no início do século XX e teve a sua popularidade ampliada durante as batalhas da Primeira Guerra Mundial, pois os lança-chamas eram muito eficientes em pegar grupos de soldados escondidos nas trincheiras.
Durante a Segunda Guerra Mundial, eles continuaram a ser muito utilizados, principalmente pelos exércitos alemães. O único problema é que, como o combustível fica armazenado em uma espécie de mochila nas costas do soldado, ele se tornava um alvo fácil dos atiradores inimigos.
Quando o assunto são os games, o lança-chamas é um caso de amor e ódio. Há quem admire a versatilidade do equipamento, mas existem também aqueles que não querem nem chegar perto da arma. Dentro dos jogos, ela possui (quase sempre) as mesmas características dos modelos reais. Têm alto poder de ataque, mas curta distância. A maior vantagem desse tipo de arma é justamente poder acertar um grande número de inimigos ao mesmo tempo, algo que é muito útil em determinados momentos.
Muito mais do que uma simples arma
Engana-se quem imagina que o lança-chamas seja uma simples arma. E talvez seja justamente esse o fato de muitos jogadores excluírem o equipamento de seus inventários na primeira oportunidade. Antes de tudo, o artefato precisa ser compreendido e entendido.
Quem quiser dominar a chama precisa, antes de tudo, entender que essa arma não é um equipamento comum. Talvez o maior erro dos jogadores seja justamente tratar a arma como uma metralhadora, uma pistola ou uma bazuca.
O lança-chamas é diferente. Para dominá-lo, é preciso estratégia, já que ele só pode ser utilizado em ocasiões especiais. Como o seu alcance é diminuto, sempre é necessário se aproximar dos rivais. Por outro lado, o seu efeito é devastador, principalmente para grupos de inimigos.
A melhor pior arma de todas ou simplesmente diferente?
Essa discussão pode se tornar acalorada em algumas situações. Diferentemente de uma metralhadora, pistola ou escopeta, que servem para destruir tudo o que se move, o lança-chamas requer o uso de estratégia e conhecimento de diversos fatores envolvidos, como a quantidade de inimigos, o espaço físico em que você se encontra e a quantidade de combustível que a arma possui.
Ou seja: se você tiver pouco espaço, o fogo pode ajudar você a sobreviver. Se houver espaço para fugir, talvez seja melhor planejar novamente, já que o excesso de distância entre você e os bandidos pode fazer com que você apenas desperdice munição.
Isso pode ser explicado pelo fato de que geralmente a munição dessa arma é extremamente limitada e não pode ser desperdiçada. Junte a característica ao fato de a arma ter um grande poder de destruição, mas um alcance pequeno. Um ótimo exemplo ocorre no game Dead Space: no jogo, existe uma espécie de inimigo que explode, lançando uma centena de monstros em forma de larva que atacam por todos os lados.
Atirar em cada um deles é praticamente impossível, principalmente porque o jogo se passa dentro de lugares pequenos e fechados. É nesses casos que o fogo pode fazer a diferença: uma boa rajada de chamas em cima dos monstrinhos e pronto.
Tudo em nome do realismo e da diversão
Existem jogos que utilizam esse equipamento para ambientar o jogador ao clima que é apresentado. Um exemplo disso é a série Call of Duty. Nos primeiros games, a série retratava as batalhas da Segunda Guerra Mundial e, em muitas fases, o lança-chamas estava presente: completamente fiel aos modelos originais, permitindo aos jogadores abraçar os eventos históricos e sentir na pele o que os soldados da época sentiram.
Talvez poucos jogos atuais tenham uma aplicação tão divertida para o equipamento como Far Cry 2. O game possui um sistema em que o fogo pode se propagar pelos cenários (como aconteceria na realidade), incluindo árvores, veículos, casas e a própria savana africana. É possível atear fogo em torno da casa onde os bandidos se escondem e esperar até que tudo vá pelos ares — incluindo eles.
Todos os games da série Grand Theft Auto — com exceção do quarto jogo da série — trazem o lança-chamas. Durante a aventura, a arma não é a mais eficiente, principalmente pelo pouco alcance e velocidade dos disparos. Contudo, no modo livre, é extremamente divertido passear pela cidade incendiando tudo e despertando o pequeno piromaníaco que há dentro de todos nós.
Não é lança-chamas, mas é tipo lança-chamas
Existem alguns jogos em que a arma em si não é utilizada, mas sim o seu princípio básico: o fogo. Apesar disso, o seu funcionamento permanece basicamente o mesmo. De alguma forma, você precisa planejar o seu disparo com eficiência para vencer. Um ótimo exemplo disso é a série Castlevania, onde você pode atear fogo nos inimigos atirando água-benta neles. O alcance da arma é patético, mas, em determinados momentos, o seu poder de destruição é inigualável.
A série Ghouls ‘n Ghosts também possui uma arma semelhante. Nela, o Rei Arthur atira tochas de fogo que, ao caírem no chão, se propagam incendiando tudo o que tocam. Seu alcance é quase tão ridículo quanto o alcance do pulo do herói no jogo, mas, assim como em Castlevania, em alguns pontos somente o fogo pode iluminar o caminho da vitória.
Mais recentemente, a série BioShock levou os jogadores a um ambiente bizarro e assustador em que o protagonista (você) pode ganhar alguns poderes sobrenaturais para enfrentar os inimigos. Entre esses poderes está o de lançar fogo com as mãos.
O jogo é o mais completo nesse quesito: é possível tanto atear fogo nos monstros com o lança-chamas de verdade (a arma) quanto com as mãos. Existem diversos locais dentro das fases em que o chão está coberto com um líquido inflamável, sendo necessária apenas uma fagulha para acabar com a farra dos mutantes.
Outro exemplo recente é Skyrim. Durante a jornada do herói, é possível aprender magias e outros poderes fantásticos. Basta um pouco de técnica e logo você pode partir para cima dos inimigos incendiando tudo o que existe pela frente, disparando o fogo com as próprias mãos.
Quando a arma não é eficiente
Infelizmente, existem jogos em que simplesmente essa arma não funciona, ou seja, não é nem um pouco eficiente e não existe estratégia bem planejada que resolva isso. Quem jogou Contra III no Super Nintendo deve se lembrar da catástrofe iminente que seguia sempre que essa arma aparecia. Contra sempre foi um jogo de dificuldade elevada, beirando o absurdo. Parte da estratégia principal do game é acertar os inimigos de longe, algo que não pode ser feito com o alcance limitado do lança-chamas.
O fato é que o lança-chamas está presente na maioria dos títulos de ação. Você pode amá-lo ou odiá-lo. O que importa no final das contas é a diversão; e poucas coisas trazem mais satisfação do que ver os seus inimigos em chamas diante de seus olhos.
Via BJ
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