X pagou as multas de Alexandre de Moraes, mas continua offline; por quê?

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Na última sexta-feira (13), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a transferência de R$ 18,3 milhões do X e da Starlink para os cofres da União. A decisão, na prática, quitou as multas acumuladas pela rede social aplicadas pelo governo brasileiro.

Contudo, o X continua suspenso no Brasil, e o STF não expediu nenhuma ordem para reestabelecer o serviço por aqui. O motivo disso: a plataforma ainda tem pendências com o Supremo.

Isso é o que ressalta a professora da FGV Direito Rio, Marcela Kohlbach. "Além do pagamento do valor da multa, que já foi realizado, para o fim da suspensão do X no Brasil se faz necessário o cumprimento de todas as ordens judiciais proferidas no processo e a indicação, em juízo, da pessoa física ou jurídica representante em território nacional", pontuou em entrevista ao TecMundo.

As multas do X foram quitadas com ativos da empresa e da Starlink, outra companhia de Elon Musk, mas a rede social continua suspensa no Brasil.As multas do X foram quitadas com ativos da empresa e da Starlink, outra companhia de Elon Musk, mas a rede social continua suspensa no Brasil.Fonte:  GettyImages 

Na verdade, o pagamento das multas era apenas parte das ordens. "Verifica-se que a medida de suspensão se deu em razão do descumprimento da decisão que determinou que a empresa no prazo de 2 horas, procedesse ao bloqueio de canais/perfis/contas indicados", continuou Kholbach.

Perfis continuam ativos

Até agora, os perfis e os grupos mencionados pelo STF continuam ativos na plataforma. Os valores pagos através de mecanismos de monetização também não foram revelados.

Outra pendência, conforme destaca a jurista, é a nomeação de um representante legal da empresa no Brasil. O X encerrou suas operações no país no começo de agosto, pegando os funcionários de surpresa.

Até agora, o X continua sem representação legal no país. Desta forma, a suspensão se manterá por tempo indeterminado até que se cumpram todas as determinações do STF, ou que o entendimento do Supremo sobre o tema mude.

Toda rede social precisa de representante legal?

Conforme mostra a legislação brasileira, toda sociedade estrangeira que opera no Brasil precisa nomear um representante no país. Porém, a ampla disponibilidade de serviços na internet torna essa exigência quase impraticável.

Essa condição permite que o Bluesky, concorrente do X, continue funcionando no Brasil, mesmo sem um representante legal. A plataforma pode, sim, ser suspensa no país, mas somente se entrar na mira de órgãos judiciais.

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