(Fonte da imagem: Reprodução/GuiadeTecnologia)
Usar óculos especiais para conseguir enxergar no escuro (visão noturna) pode ser coisa do passado, no que depender de engenheiros elétricos da Universidade de Michigan. Eles descobriram uma nova forma de perceber a luz infravermelha usando duas camadas de grafeno (uma folha plana de átomos de carbono, com espessura de apenas um átomo).
Ao contrário dos métodos anteriores, a substância não precisa ser arrefecida a temperaturas muito baixas. E o melhor: o dispositivo será bem pequeno e muito fino. Isso permitirá criar lentes de contato para que seja possível enxergar no escuro com nossos próprios olhos.
Um grande obstáculo precisou ser enfrentado pelos pesquisadores, Ted Norris e Zhaohui Zhong: a sensibilidade à luz do grafeno. O composto é, aproximadamente, cem mil vezes menos sensível à luz que um dispositivo comercial exigiria.
Outro caminho
Ao invés de focar nessa questão, os cientistas decidiram medir uma corrente elétrica que funciona ao lado da camada de grafeno. O resultado, publicado em março na revista Nature Nanotechnology, explica que, como a luz atinge a camada de grafeno, deixa um impacto mensurável sobre o fluxo de eletricidade abaixo dela. Isso produz um sinal elétrico que pode exibir uma imagem de visão noturna.
Logo, bastaria integrar esse recurso a uma lente de contato ou outro aparelho eletrônico portátil, expandindo a visão, oferecendo outra maneira de interagir com o ambiente. Mas, mesmo que a tecnologia tenha sido reduzida, não há como esperar lentes de contato de visão noturna nos próximos anos.
O problema é a sensibilidade e o desempenho, dois itens que ainda precisam ser melhorados. E isso exigirá muito trabalho para construir um produto que possa funcionar corretamente fora do laboratório.
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