Assistimos ao filme “No Olho do Tornado”, que tem muitos efeitos e desgraça

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Imagem: Divulgação/Warner Bros.
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De tempos em tempos surge alguma nova ideia de retratar um desastre natural nos cinemas. Esse tipo de ideia já deu certo inúmeras vezes, com longas que exibem terremotos, vulcões em atividades, meteoros, tsunamis, enchentes, furacões (também conhecidos como tufões), tornados e todas essas desgraças reunidas (como nas películas que retratam o fim do mundo).

Desta vez, temos um filme da Warner Bros. chegando às salas de todo o Brasil que pretende retratar as desgraças que a natureza pode provocar quando está muito irada. O enredo aqui não é centrado em um único personagem, de modo que a história é contada através de várias pessoas. Contudo, o bacana é ver que os protagonistas da história são os tornados.

O cenário principal é a cidade de Silverton e todo o drama é embasado na impotência do ser humano frente a tamanho desastre. Não é o filme mais comovente do tipo, tampouco o mais convincente, mas há muito que aproveitar aqui. Na verdade, esse filme é tipo o “Twister 2014”, mas sem a vaca voadora (para quem não viu o Twister de 1996, vale lembrar que era um filme com uma receita bem similar).

Alerta spoiler

Como de costume, precisamos ressaltar que, antes de entrarmos em detalhes específicos da trama, vale uma pausa para deixar o alerta: esta crítica contém spoilers. Se você continuar lendo, pode saber de alguma informação que acabará estragando o aproveitamento do filme. Nós avisamos.

O desespero de perto

Além de impressionar o público com efeitos especiais, filmes de desastres naturais existem pura e simplesmente para contar os dramas de inúmeras pessoas infortunadas que acabaram passando por situações desesperadoras. Assim, é muito difícil contar uma história do tipo sem introduzir alguns personagens que possam servir como fio condutor para a trama.

Em “No Olho do Tornado”, somos apresentados a diferentes grupos de pessoas que vão encarar os ventos furiosos da mãe-natureza. Primeiro, temos Gary (Richard Armitage, também conhecido como Thorin Escudo-de-Carvalho) e seus filhos Trey e Donnie. Apesar dos problemas familiares, eles vivem bem e estão produzindo vídeos de cápsulas do tempo (pequenos clipes para rever quando estiverem mais velhos).

Depois, somos apresentados à equipe de Pete (Matt Walsh, conhecido por sua participação em “Ted”). Aqui, temos um grupo de caçadores de tornados que querem registrar os desastres bem de perto. Entre tantos desconhecidos com filmadoras, temos uma especialista em tornados chamada Allison (que é a belíssima Sarah Wayne Callies de “The Walking Dead”).

Além desses principais, temos outros personagens agregados. Alguns realmente fazem a diferença no andar da carruagem, como é o caso de Kaitlyn (Alycia Debnam Carey), que tem participação significativa no enredo. Outros, contudo, não são tão importantes, mas têm alguma relevância, já que uma história sobre uma cidade passando por um desastre pode ter inúmeros protagonistas.

Os atores principais desempenham bem seus papéis na maior parte do tempo, mas o roteiro não permite que a plateia dê muita importância para eles. A dramaticidade é limitada por conta dos ventos constantes e das mudanças no foco da trama. Não que ela seja inexistente, até porque é impossível ficar tranquilo frente a tamanha situação, mas apenas em uma ou outra cena é que conseguem mexer mais com o público.

O importante é fazer as coisas voarem

Se por um lado o drama é controlado, por outro temos uma enxurrada de cenas frenéticas que deixam a plateia com o coração na mão. As cenas dos tornados (sim, no plural) foram bem desenvolvidas e a sensação que dá é que estamos no meio da desgraça. Os efeitos especiais foram bem aproveitados, sendo que apenas uma ou outra cena não consiga convencer.

É interessante que, por se tratar de uma abordagem em primeira pessoa (já que temos vários personagens filmando), temos a sensação de que estamos realmente próximos da cena. Apesar de essa visão ser bem explorada, são notáveis algumas falhas quando os personagens estão falando com a câmera — e quando, na verdade, não tem ninguém filmando.

O áudio de “No Olho do Tornado” é peça fundamental para colocar os espectadores no meio do desastre, e estou falando apenas dos recursos sonoros e sons ambientes. Os barulhos de vento, do ranger dos objetos sendo levados para as alturas e de todo o restante é impressionante! A trilha sonora também foi bem preparada e acompanha o ritmo frenético dos tornados.

A história não fica só nas fugas do vento, sendo que outras situações ajudam a ampliar o roteiro do filme. Há muitos cenários a serem explorados, garantindo uma jornada longa e variada, maquetes a serem destruídas (que são perfeitas para as cenas de longa distância) e objetos para colocar no tornado. De fato, só faltou realmente a vaca!

Bom, se você chegou até aqui, você já leu um bocado de spoilers, então só quero aproveitar a chance de dar mais um e dizer que: o tornado de fogo (que tá no cartaz inclusive) é irado! Aliás, essa não é a única variante deste protagonista, sendo que as cenas finais compensam toda a espera.

É Hollywood, minha gente!

Não convém entrar nos detalhes finais da trama, mas não espere ter grandes surpresas. No fim das contas, “No Olho do Tornado” é um filme que quer surpreender a plateia com os efeitos especiais e mostrar o desespero das pessoas que passam por uma situação tão aterrorizante. O filme obtém sucesso na destruição, mas deixa a desejar no desenvolver dos personagens.

De qualquer forma, mesmo sendo um filme mediano, recomendamos a ida ao cinema, já que os efeitos especiais de ordem colossal ficam muito impressionantes na telona. Este é o tipo de longa-metragem que ficaria ainda melhor em uma sala devidamente preparada para uma experiência em 4D.

“No Olho do Tornado” estreia nesta quinta-feira (28 de agosto) nos cinemas do Brasil.

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