Cientistas conseguem reviver urso-d’água depois de 30 anos de congelamento

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Por mais que as pesquisas científicas prossigam a todo vapor no campo do aumento da longevidade humana, ainda não foi encontrada uma forma de permitir que nós possamos estar vivos para ver os próximos séculos – nem mesmo por meio da criogenia. No reino animal, no entanto, a história é bem diferente, e agora cientistas japoneses conseguiram reviver um microscópico bichinho aquático mesmo depois de deixá-lo congelado durante 30 anos.

O diminuto animal em questão é o membro de uma espécie chamada de tardígrados, também conhecidos como ursos-d’água, invertebrados aquáticos famosos por sua capacidade de sobreviver a frio e calor extremos e até mesmo às condições do espaço – saiba mais sobre eles clicando aqui. Depois de um processo de descongelamento de vários dias, um dos bichinhos congelados três décadas atrás conseguiu não apenas reviver, mas também se reproduzir.

Embora tenha dado sinais de vida logo nos primeiros dias após o início do processo de reanimação, o tardígrado em questão levou quase duas semanas para voltar a se alimentar. Já no 45º dia após acordar, o animal depositou 19 ovos produzidos assexuadamente, dos quais 14 eclodiram e se tornaram novas criaturas. Durante o processo, um ovo de urso-d’água congelado por 30 anos também foi trazido de volta à vida e deu origem a um espécime saudável.

Magia da ressurreição

Os tardígrados são capazes de sobreviver a todo esse tempo de congelamento graças a um processo natural chamado criptobiose, em que seu metabolismo é reduzido a menos de 0,01% da taxa normal. Para isso, os ursos-d’água assumem um formato de “tonel” e expelem toda a água presente em seus corpos, o que impede que a estrutura de suas células seja danificada durante o congelamento.

Depois de serem descongelados, os espécimes coletados em novembro de 1983 na Antártica foram colocados em uma placa de cultura e receberam hidratação, voltando à vida de forma gradual. Segundo os cientistas envolvidos, estudar o processo vai permitir compreender melhor como os ursos-d’água conseguem sobreviver a condições tão extremas.

“Queremos desvendar o mecanismo para sobrevivência em longo prazo ao olhar para o dano sofrido pelo DNA dos tardígrados e a habilidade deles de repará-lo”, afirmou Megumu Tsujimoto, um pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa Polar. Mesmo que os japoneses tenham sucesso na empreitada, ainda vai demorar muito tempo até que consigamos usar a criogenia para conhecer séculos futuros. 

Você acredita que algum dia os humanos vão poder imitar os tardígrados e sobreviver depois de passarem décadas congelados? Comente no Fórum do TecMundo

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