A imortalidade ainda não é uma habilidade ao alcance dos seres humanos, mas nem por isso eles deixam de aproveitar a vida ao máximo e resistir até a última gota de suor. Hoje em dia, com o avanço da medicina e da tecnologia, o envelhecimento saudável é cada vez mais comum, e só consideramos alguém “velho, velho mesmo” após esse alguém ter passado dos 90 anos.
Parece que experts nessa área antienvelhecimento apostam tão forte na premissa que fizeram uma aposta de US$ 1 milhão para ver quem morre antes – aquele que sobreviver fatura o prêmio. O acordo foi feito por duas autoridades da “longevidade” na última edição do maior evento anual de investimento em saúde, o “JPMorgan Health Care Conference”.
A aposta foi selada entre duas figuras importantes do segmento: Dmitry Kaminskiy, parceiro-sênior da “Deep Knowledge Ventures”, empresa de Hong Kong que investe na área, e Alex Zhavoronkov, PhD e CEO da “Insilico Medicines Inc.”, companhia de bioinformática especializada em descoberta de medicamentos voltados ao propósito de doenças relacionadas ao envelhecimento. Os dois assinaram um termo milionário que aponta exatamente a direção para a qual a ciência caminha contra o eterno (e inevitável) problema do envelhecimento.
Regras do jogo!
As regras estabelecidas para a aposta foram as seguintes:
- Se um dos apostadores morrer antes do outro, US$ 1 milhão em estoque da Insilico Medicine será transferido para o sobrevivente;
- O acordo começa a valer uma vez que os dois apostadores tiverem chegado aos 100 anos;
- Os apostadores não podem acelerar o processo (por exemplo, um tentar matar o outro).
O Dr. Zhavoronkov acredita que esse espírito competitivo ajuda a combater os problemas relacionados ao envelhecimento, como se fosse uma forma de estímulo. “Competições de longevidade podem ser uma ótima maneira de combater o envelhecimento psicológico e o biológico. Espero que possamos iniciar uma tendência”, disse.
Os apostadores acreditam em três premissas para o sucesso da aposta:
- Eles estão convictos de que o tempo de vida das pessoas vai se estender muito;
- Competir por longevidade dá um incentivo extra para que as pessoas se cuidem melhor e tentem mais iniciativas nesse sentido;
- Competir por longevidade traz uma motivação extra para continuar vivendo.
“Gostaria de apostar com Bill Gates ou Mark Zuckerberg”
O parceiro Kaminskiy concorda com a visão do colega. “Eu gostaria muito de fazer apostas similares com Bill Gates, Elon Musk ou Mark Zuckerberg para que eles pudessem viver mais e criar grandes produtos, mas acho que eles não serão competidores acirrados em longevidade. Eu também gostaria de desafiar Sergey Brin e Larry Page em uma competição similar por causa do notável interesse que eles têm na esfera e no projeto Calico”, opinou.
Os médicos, especialistas e pesquisadores de doenças relacionadas ao envelhecimento receberam algumas alcunhas ao longo dos últimos anos: “estensionistas”, “transhumanistas” e até mesmo “imortalistas”. Geralmente, suas pesquisas focam em rejuvenescimento do tecido, restauração molecular, técnicas regenerativas, substituição de órgãos e mais.
Um desses especialistas, o Dr. Aubrey de Grey, gerontologista e cientista-chefe na SENS Research Foundation, acredita que os cientistas serão capazes de controlar o envelhecimento no futuro próximo, reporta a agência Reuters. “Eu diria que temos uma chance de 50/50 de trazer o envelhecimento àquilo que chamo de um nível decisivo de controle médico dentro dos próximos 25 anos ou perto disso”, palpitou o especialista.
“Acho que seremos capazes de viver por séculos, não décadas”
Por fim, Kaminskiy endossou a tecnologia como um importante meio de contribuir para a longevidade dos seres humanos. “A tecnologia está evoluindo com muita rapidez. Não tenho dúvidas de que seremos capazes de viver por séculos em vez de décadas [no futuro]”, concluiu.
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