Japão alerta para risco de 'megaterremoto' após abalos; saiba o que é um

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Autoridades japonesas alertam para o risco de um megaterremoto nos próximos dias. O alerta ocorreu após o registro de um terremoto de 7,1 graus na escala Richter na região sul de Kyushu (ilha no extremo sudoeste). Especialistas dizem que um megaterremoto de grandes proporções tem de 80 a 90% de chances de ocorrer e pedem atenção aos moradores.

O terremoto que atingiu Kyushu foi principalmente sentido nas prefeituras de Miyazaki e Kagoshima. Apesar disso, somente nove pessoas teriam tido algum tipo de ferimento, mas todos leves. Dentre os desdobramentos do caso, deslizamentos foram reportados na cidade de Shibushi e ondas incomuns foram avistadas no porto de Miyazaki.

Embora o incidente não tenha gerado desastres de grandes proporções, sismólogos da Agência de Meteorologia do Japão alertam sobre a possibilidade de um megaterremoto em um período próximo.

Miyazaki fica próxima a áreas de instabilidade tectônica. (Imagem: Google Earth/Reprodução)Miyazaki fica próxima a áreas de instabilidade tectônica. (Imagem: Google Earth/Reprodução)Fonte:  Google Earth 

Sem confirmações, os especialistas não querem causar pânico e nem sugerem evacuações imediatas, mas pedem para a população ficar atenta.

Fossa de Nankai gera temor

O temor por parte dos sismólogos é que o primeiro terremoto tenha atingido a Fossa de Nankai. Essa região é o produto de milhões de anos de atividade geológica, resultante da subducção entre a placa tectônica das Filipinas e a Euroasiática, uma das placas com maior índice de abalos sísmicos por estar em uma zona de convergência.

Um tremor de grandes proporções abalar a área significa um cenário de instabilidade na região. Por si só, a Fosse de Nankai tem uma estrutura que pode gerar megaterremotos naturalmente em um período a cada 90 a 200 anos. O último incidente foi registrado em 1946.

Região da Fossa de Nankai circunda boa parte do litoral japonês. (Imagem: Headquarters for Earthquake Research Promotion/Divulgação)Região da Fossa de Nankai circunda boa parte do litoral japonês. (Imagem: Headquarters for Earthquake Research Promotion/Divulgação)Fonte:  Headquarters for Earthquake Research Promotion 

Com tremores de 8,1 graus, o megaterremoto de 1946 devastou as regiões de Honshu e Shikoku. Mais de 36 mil casas foram destruídas e 1,3 mil pessoas morreram. A tragédia foi seguida por um tsunami com ondas entre 5 e 6 metros.

O que é um megaterremoto?

Mesmo que não tenha uma definição muito concreta, o Serviço Geológico dos Estados Unidos define terremotos acima de 8 pontos na escala Richter como "megaterremotos". Fenômenos dessa intensidade podem liberar mais de 53 bilhões de kg de energia, causando danos imensuráveis e colocando milhares de vidas em risco.

Vale lembrar que o maior terremoto já registrado ocorreu no Chile, em 1962, e marcou 9,5 pontos na escala. O Japão sabe bem como é viver cenários como esse, já que o país foi vítima de um grande terremoto em 2011, de 9,1 pontos, que desencadeou um tsunami destruidor na ilha.

Megaterremotos liberam mais energia que a bomba de Hiroshima. (Imagem: Serviço Geológico dos Estados Unidos/Reprodução)Megaterremotos liberam mais energia que a bomba de Hiroshima. (Imagem: Serviço Geológico dos Estados Unidos/Reprodução)Fonte:  Serviço Geológico dos Estados Unidos 

Riscos e consequências

Segundo projeções dos especialistas, um megaterremoto de magnitude 8 ou 9 deve acontecer na região nos próximos 30 anos. Todavia, o professor e pesquisador da Universidade de Tóquio, Naoshi Hirata, comenta que a população potencialmente afetada pelo desastre deveria permanecer vigilante por cerca de uma semana e considerar protocolos de evacuação.

Para os sismólogos, o evento de grandes proporções a atingir o Japão poderia deixar mais de 200 mil mortos e causar um prejuízo bilionário ao país.

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