A Oxitec, empresa britânica de biotecnologia que desenvolve insetos geneticamente modificados para auxiliar no controle de pragas, escolheu o Brasil como campo de testes da ferramenta de controle biológico chamada Aedes do Bem. Seguro para pessoas, animais e meio ambiente, o produto é composto por mosquitos machos que não picam nem transmitem doenças, mas auxiliam na redução da população dos Aedes aegypti selvagens.
Presente em nosso país desde 2018, quando iniciou um teste-piloto na cidade de Indaiatuba (SP), a Oxitec concluiu a primeira fase do teste de campo da segunda geração de Aedes do Bem, obtendo um resultado de 96% de supressão da população do mosquito transmissor da dengue, Zika, e Chikungunya, em áreas urbanas tratadas na cidade paulista, em comparação com áreas não tratadas.
O produto está agora liberado para venda no ecommerce, onde funciona com uma assinatura mensal (R$145), que oferece as Caixas do Bem (com os insetos e outros materiais) e os refis mensais para uma temporada de seis meses.
Caixa com os mosquitos Aedes do Bem (crédito: Oxitec Brasil/Divulgação)Fonte: Oxitec do Brasil
Como funciona o Aedes do Bem?
Os Aedes do Bem são na verdade exemplares machos da espécie Aedes aegypti, ou seja, não picam e nem transmitem doenças, o que é feito só pelas fêmeas. Esses machos recebem uma característica genética autolimitante desenvolvida pela Oxitec para promover o controle populacional do inseto-praga. Quando eles acasalam com fêmeas presentes no ambiente, só descendentes machos chegam à fase adulta, reduzindo as próximas gerações de fêmeas.
As proles de machos do Aedes do Bem continuam replicando a característica genética de seus pais por sete a dez gerações, até desaparecerem por completo, o que ocorre cerca de 13 semanas após a última eclosão, fato comprovado pela autoridade brasileira em biossegurança CTNBio.
A tecnologia da Oxitec consegue combinar uma poderosa ferramenta no controle da dengue, Zika, e Chikungunya, que atua durante a alta temporada, através de liberações sustentadas. Sequencialmente, a população selvagem do Aedes aegypti vai sendo reduzida de forma rápida, eficaz e direcionada, o que significa que insetos benéficos, como abelhas, joaninhas e borboletas, são preservados.
Fontes