O Telescópio Solar Daniel K. Inouye (DKIST) acaba de entrar em operação e já registrou imagens impressionantes da superfície do Sol. Ele está coberto por um plasma formado por gás ionizado exposto a temperaturas altíssimas. Futuramente, o dispositivo deve ajudar a resolver grandes enigmas acerca da estrela mais próxima da Terra.
O DKIST está localizado no topo da montanha Haleakala, no Havaí (Estados Unidos), e tem um espelho de 4 metros de largura — mais que o dobro do telescópio solar do Observatório Big Bear, no sul da Califórnia, que tem 1,6 metro e era o maior até então. Ele emprega ótica deformável, capaz de compensar a turbulência na atmosfera que pode gerar imagens desfocadas. Além disso, ele precisa de poderosos resfriadores por conta dos 13 quilowatts de calor que o espelho principal é capaz de coletar.
As primeiras fotos foram captadas em dezembro de 2019, mas a expectativa é trabalhar nelas até o fim de junho deste ano. Na primeira imagem apresentada, cada "célula" tem a área equivalente à soma de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A parte central de cada célula é mais brilhante, mostrando o plasma superaquecido subindo das profundezas do Sol. Já a área mais escura, a "borda" das células, mostra onde o plasma está esfriando e afundando de volta ao interior da estrela.
"Essas são as imagens com a maior resolução da superfície solar já captadas", disse Thomas Rimmele, responsável pelo projeto, ao The Guardian. O aparato tecnológico é incrível: a luz do Sol, após passar pelo espelho principal, é focada em um ponto que fica tão aquecido que é capaz de estourar um saco de pipoca em apenas 3 segundos.
O telescópio também será capaz de fazer medições mais precisas do campo magnético do Sol, inclusive em sua atmosfera. Essa compreensão pode explicar por que a coroa solar é muito mais quente do que a superfície do astro. Também deve ser compreendido como a estrela emite ventos solares capazes inclusive de interromper as telecomunicações na Terra.
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