Litoral paulista e mais 5 regiões costeiras do Brasil podem ficar submersas, diz estudo

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Imagem: Programa NOAA Teacher at Sea

Uma pesquisa recente, divulgada pela ONG Climate Central, revelou que uma grande extensão de áreas costeiras, até agora acima da linha da maré, poderá descer abaixo dos níveis de risco de inundação. Isso significa que locais seguros correrão mais riscos de serem invadidos anualmente pela água do mar, expondo ao risco cerca de 93 milhões de pessoas.

A avaliação foi feita com base no cenário mais recente de emissões médias a altas de gases de efeito estufa, elaborado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Segundo a organização internacional, entre as 50 grandes cidades mundo invadidas pela água do mar, cinco áreas costeiras estão nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil.

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A preocupante lista se junta a uma pesquisa da ONU, divulgada às vésperas do COP28, no ano passado, que aponta a cidade de Santos, no litoral paulista como uma das cidades costeiras expostas ao risco de inundação, até 2050. Conforme a estimativa, o fenômeno impactaria a vida de 5% da população da cidade.

Regiões costeiras do Brasil que poderão ser inundadas até 2100

Segundo a pesquisa, a Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, ficará submersa até 2100.Segundo a pesquisa, a Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, ficará submersa até 2100.Fonte:  Getty Images 

Na pesquisa da Climate Central, o Brasil aparece em sétimo lugar na Tabela 2, que lista os países de alta população com grandes aumentos de residentes em terras projetadas para sofrer inundações costeiras pelo menos anuais até 2100. A população na zona anual de risco em 2030 é projetada em 1,3 milhão de pessoas, passando para 2,1 milhões em 2100. Confira abaixo as regiões com risco de inundações no Brasil:

Rio de Janeiro

O relatório Zonas de Risco Estendidas pela Elevação dos Mares da Climate Center aponta, além da capital, diversas cidades costeiras do estado do Rio de Janeiro com possibilidade de serem afetadas pela elevação dos níveis do mar. Entre as áreas que poderiam ficar submersas, estão a Ilha do Governador, no lado ocidental do interior da Baía de Guanabara, e o bairro Campos Elíseos, em Duque de Caxias.

Entre as cidades atingidas, foram também listadas Campos dos Goytacazes, na Região Norte Fluminense, e Cabo Frio, na Região dos Lagos.

Pará

A ilha de Marajó também pode ficar parcialmente submersa.A ilha de Marajó também pode ficar parcialmente submersa.Fonte:  Getty Images 

O estado do Pará é citado no relatório como um dos locais mais impactados pelo avanço do mar. Segundo as projeções do IPCC, atualizadas pelo modelo digital de elevação CoastalDEM versão 3.1 da Climate Central, a Ilha de Marajó deverá ficar totalmente submersa, assim como partes dos municípios de Belém e Bragança.

Amapá

Nesse estado da região Norte do Brasil, a pesquisa aponta que deverão ser encobertas pelas águas a Reserva Biológica do Lago Piratuba, unidade de conservação para preservar a diversidade biológica, e também a ilha de Maracá, estação ecológica restrita à pesquisa.

Serão também afetadas: a cidade de Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa, e algumas regiões da capital Macapá, banhadas pelo rio Amazonas.

Maranhão

Os icônicos Lençóis Maranhenses poderão ser encobertos pelo mar.Os icônicos Lençóis Maranhenses poderão ser encobertos pelo mar.Fonte:  Getty Images 

As projeções para o estado do Maranhão indicam que parte da costa da capital, São Luís, poderá ficar completamente submersa até 2100, bem como as ilhas de Santana e Carrapatal, no município Humberto de Campos.  Além disso, o icônico Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, no litoral nordeste do estado, deverá ficar parcialmente encoberto pelas águas.

Rio Grande do Sul

Recentemente inundada durante um mês pelo rio Guaíba, a capital Porto Alegre pode ficar submersa pela água do mar nas próximas décadas, bem como as cidades de Pelotas e Canoas. Estão também ameaçadas as ilhas de Torotama e Machadinho, no município de Rio Grande.

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