70% dos meteoritos que chegam à Terra podem ter apenas três origens

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Imagem: Getty Images

Um grupo de cientistas sugere que aproximadamente 70% dos meteoritos que chegam à Terra tem a origem de três famílias de rochas espaciais. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão por meio da análise de três estudos relacionados; os artigos foram publicados nas revistas científicas Astronomy & Astrophysics e Nature.

Apesar de parecer que poucos meteoritos atingem o planeta, toneladas de rochas espaciais chegam à Terra todos os dias. Como a maioria desses objetos são muito pequenos, eles costumam queimar na atmosfera.

Os estudos foram liderados por pesquisadores do Centre national de la recherche scientifique (CNRS), do Observatório Europeu do Sul (ESO) e da Universidade Charles da República Tcheca.

Segundo os dados, 70% de todas as quedas de meteoritos registradas podem ter surgido de três famílias de asteroides, originadas de explosões que ocorreram entre 5 milhões e 40 milhões de anos atrás. Os responsáveis são os asteroides Karin, Koronis e Massalia; este último, inclusive, é responsável por cerca de 37% de todos os meteoritos conhecidos pela ciência.

“Especificamente, os condritos (tipos de meteoritos) H se originam de duas rupturas relacionadas aos asteroides (832) Karin e (158) Koronis, que ocorreram há 5,7 e 7,6 milhões de anos. Já os condritos L se originam de um evento de craterização ou reacumulação no asteroide (20) Massalia, há cerca de 40 milhões de anos”, é descrito na introdução do estudo.

A origem dos meteoritos

É importante destacar que isso não significa que os meteoritos que caem em outros planetas e objetos celestes tenham a mesma origem. Devido à localização da Terra no Sistema Solar, há uma certa ‘facilidade’ para que detritos originados de Karin, Koronis e Massalia, que estão localizados no cinturão principal de asteroides, atinjam o nosso planeta.

A imagem apresenta o meteorito El Médano 128, encontrado no Grand Canyon dos EUA.A imagem apresenta o meteorito El Médano 128, encontrado no Grand Canyon dos EUA.Fonte:  Jérôme Gattacceca / CNRS / CEREGE 

Os cientistas também afirmam que essas famílias de asteroides, que produziram meteoritos em antigas colisões, são fontes que já 'secaram'. Isso significa que, com o passar do tempo, outros asteroides mais recentes se tornarão as novas fontes de meteoritos e, eventualmente, substituirão os fragmentos provenientes de Karin, Koronis e Massalia.

Com os resultados dos estudos, 90% de todos os meteoritos observados pela equipe foram identificados, enquanto os outros 10% continuam com a origem desconhecida. Além disso, os pesquisadores utilizaram os dados em simulações de computador para rastrear a origem de asteroides gigantes que poderiam representar algum perigo de colisão com a Terra.

“Esta descoberta histórica foi possível graças a uma pesquisa telescópica da composição de todas as principais famílias de asteroides no cinturão principal, combinada com simulações de computador de última geração da evolução colisional e dinâmica dessas principais famílias”, é descrito em um comunicado oficial.

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