Atirar e coletar armamentos continuam extremamente viciantes e divertidos
Aproveitando a onda das “remasterizações em alta definição”, a Gearbox e a 2K Australia reúnem em Borderlands: The Handsome Collection aquela que possivelmente é a maior quantidade de conteúdo a já ganhar um tratamento do tipo. Focada nos consoles da nova geração, a coletânea traz Borderlands 2, Borderlands: The Pre-Sequel e todos os pacotes de DLCs já lançados para ambos os títulos.
A principal novidade fica por conta da inclusão da resolução nativa 1080p e de uma taxa próxima aos 60 quadros frequentes, um avanço em relação às limitações vistas no PlayStation 3 e no Xbox 360. Também foram adicionadas texturas remodeladas e um sistema de iluminação ligeiramente aprimorado, além do suporte ao multiplayer local para até quatro pessoas.
Enquanto aqueles que nunca se aventuraram pela franquia de jogos de tiro podem achar o produto uma oferta imperdível, infelizmente não há muito aqui que possa agradar a novos fãs. A não ser que você faça questão de ter a melhor qualidade gráfica possível em seus jogos, são poucas as razões para investir na novidade (especialmente se você já possui a versão para PC).
Conteúdo generoso e variado
Mesmo que a 2K Games tivesse decidido fazer somente a remasterização de um único game da série para os consoles atuais, dificilmente alguém reclamaria da quantidade de conteúdo que a empresa disponibilizaria. Tanto Borderlands 2 quanto The Pre-Sequel, sozinhos, garantem centenas de hora de diversão em suas experiências básicas — estendidas de maneira absurda pelos DLCs inclusos em Handsome Collection.
Além das classes adicionais incluídas aos poucos pelas desenvolvedoras, o pacote inclui todos os cenários e aventuras extras que aqueles que investiram nos jogos originais tiveram que aproveitar de maneira progressiva. Embora a qualidade desse conteúdo varie um pouco, em geral ambos os títulos apresentam um alto nível de diversão e não decepcionam com sua fórmulas baseadas em tiroteios e armamentos variados.
A principal vantagem da remasterização é o fato de você poder aproveitá-la junto a mais três amigos de forma local ou online. Dessa maneira, além de retirar um pouco da dificuldade das aventuras (que, embora possam ser aproveitadas de maneira solo, podem se mostrar um tanto tediosas dessa forma), você garante a oportunidade de testar táticas diferenciadas e realmente aproveitar os poderes de cada uma das classes disponíveis.
Mesmo que a fórmula da Gearbox já pareça um tanto desgastada (algo que já evidenciamos em nossa análise de The Pre-Sequel), ela se mantém bastante divertida e um tanto única. Desde sua origem, Borderlands pode ser considerado tanto um jogo de FPS quanto um RPG de ação, e essa combinação garante ao título uma identidade bastante diferenciada de qualquer outro jogo de tiro do mercado.
The Handsome Collection é definitivamente aquele tipo de game que você quer ter em mãos para fins de semana preguiçosos ou para quando quer receber amigos em busca de uma jogatina sem grande compromisso. E, caso você seja daqueles que insistem em fazer tudo em um título, prepare-se para gastar algumas centenas de horas testando cada uma das 12 classes (seis em cada game) e das variações de build oferecidas em cada uma delas.
Experiência calcada no passado
Como estamos lidando com uma remasterização, vale notar que The Handsome Collection não é exatamente impressionante do ponto de vista visual. Embora os jogos sem dúvida estejam mais bonitos e apresentem um desempenho superior ao visto no Xbox 360 e no PlayStation 3, as versões disponíveis aqui estão no máximo no mesmo nível já exibido por PCs poderosos — o que não é exatamente ruim.
Durante nossa análise (realizada a partir da versão PlayStation 4), só sentimos alguns pequenos problemas de desempenho em The Pre-Sequel. Ao acionarmos o multiplayer local, o game sofre com uma visível redução em sua taxa de quadros por segundo, exibindo slowdowns notáveis em momentos de ação intensa (algo que esperamos que seja corrigido em um patch futuro).
Para completar, ambos os games continuam exibindo alguns problemas comuns à Unreal Engine 3. O mais evidente deles é o fato de que, ao reiniciar o jogo ou entrar em uma área nova, é preciso esperar alguns segundos enquanto as texturas são carregadas — nada que incomode muito, mas que evidencia o caráter de “velha geração” dos títulos.
Vale a pena?
Conforme disse na introdução desta análise, Borderlands: The Handsome Collection se destaca tanto pela quantidade de conteúdo apresentada quanto pela qualidade deste. Sozinhos, cada um dos jogos do pacote oferece centenas de horas de diversão, mesmo para aqueles que não estão dispostos a investigar tudo o que foi criado pelas desenvolvedoras.
No entanto, quem espera algo realmente novo dificilmente vai ter motivos para investir no pacote. Caso você já tenha tido sua cota de Borderlands 2 ou de The Pre-Sequel no Xbox 360 ou no PlayStation 3, os gráficos em resolução 1080p e o framerate que se aproxima dos 60 fps estáveis são vantagens que não chegam a realmente compensar um novo investimento.
Já aqueles que pretendem dar uma nova chance para a série ou simplesmente querem ter em mãos uma ótima desculpa para reunir amigos, The Handsome Collection é bastante recomendado. Mesmo apostando na fórmula já um tanto cansativa das “remasterizações”, a coletânea disponibilizada pela 2K Games tem uma ótima relação entre custo e benefício e prova que a série criada pela Gearbox se sustenta bem mesmo tendo envelhecido em alguns quesitos.
- Quantidade absurda de conteúdo
- Todos os DLCs já lançados até o momento estão inclusos
- Multiplayer local para até quatro pessoas funciona muito bem
- Pequenos problemas técnicos permeiam The Pre-Sequel
- Só traz novidades reais no quesito visual
Nota do Voxel