Imagem de Astro Bot: Rescue Mission
Imagem de Astro Bot: Rescue Mission

Astro Bot: Rescue Mission

Nota do Voxel
100

Astro Bot: Rescue Mission é genial e redefine o VR como Mario 64 fez com 3D

A Sony anunciou de forma tímida Astro Bot: Rescue Mission neste ano, que teve um marketing pouco agressivo. Colocando à prova: você conhecia esse jogo? Aposto que não (ou no máximo viu por cima em algum lugar). Apesar de estar falando sobre o game, eu me incluo nessa lista e, inclusive, o deixei passar batido durante a BGS 2018.

Mas não julgue o livro pela capa como eu fiz: o que Astro Bot esconde debaixo do capô é uma genialidade que vemos poucas vezes durante uma geração. Não só o jogo é o melhor de PSVR até o momento, como também é um dos melhores de todo o catálogo do PS4 até o momento de publicação dessa análise (e pode ser comparado aos Marios mais recentes da Nintendo).

Astro Bot: Rescue Mission é um título que entende bem a plataforma em que foi publicado e soube como aproveitar o VR como nenhum outro conseguiu até o momento (apesar de alguns terem chegado perto). Comparáveis em tecnologia, não é exagero dizer que ele entende a realidade virtual da mesma forma que Super Mario 64 entendeu o 3D em 1996. Confira a nossa análise completa:

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Um jogo de plataforma comparável a qualquer Mario

Esse talvez seja um dos textos mais desafiadores que já escrevi na vida. Qualquer jogo em realidade virtual é difícil de descrever e opinar, já que se trata de uma experiência sensorial bem difícil de se transmitir para outros usuários. Apesar de ser um desafio comentar a seção de VR, Astro Bot tem uma genialidade que dispensa a parte técnica, com conceitos, level design e diversão que podem ser exaltados como qualquer jogo de altíssima qualidade.

Astrot Bot: Rescue Mission é espetacular. Desenvolvido pela Japan Studio, o game apresenta um nível de excelência que, se fosse um jogo comum (sem ser em realidade virtual), estaria facilmente ao lado de grandes obras de plataforma, como qualquer Mario já lançado. O conjunto da obra é louvável.

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O gênero plataforma se concentra principalmente em três pontos: desafios de pulos e avanço, desafios de inimigos e desafios para pegar colecionáveis. É impressionante como Astro Bot executa todos os três com maestria – e a relação entre os três também, claro.

A aventura o coloca no papel de um robô que acompanha Astro, o robozinho que foi o único “sobrevivente” de um ataque de um alienígena que roubou diversas partes de uma nave que tinha 160 outros robôs. Seu trabalho é viajar por diversos mundos e níveis diferentes para recuperar as peças e os companheiros perdidos. A fórmula clássica: simples, direta e divertida.

A progressão de dificuldade é excelente e aos poucos você entende os obstáculos e segredos do jogo. É preciso muita atenção para coletar tudo que a tela tem para oferecer e, apesar de não haver uma variedade gigantesca de inimigos, o posicionamento deles é muito bem-feito e faz com que você mude suas táticas durante o avanço.

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Cada fase é única e há 26 níveis ao todos, com 6 chefões espalhados entre eles. Os desafios criados pela Japan Studio é de cair o queixo: é puro brilhantismo. Os chefes de cada mundo utlizam armas especiais que usufruem do DualShock 4 e traz desafios muito bem-feitos e extremamente divertidos. A parte mais legal é que a imersão dentro do jogo é sensacional e faz com que você se sinta parte do mundo, mesmo que não seja da forma convencional do VR.

A forma como a equipe conciliou o jogador (que vale ressaltar: você e Astro são entidades diferentes e tem ações diferentes) com o personagem e o ambiente é louvável. Mas é muito difícil continuar sem explicar os aspectos da realidade virtual.

Astro Bot usufrui do VR como nenhum outro

Por ser um jogo em realidade virtual, a equipe soube trabalhar com os recursos da tecnologia e com tudo que o PlayStation 4 tem a oferecer. Enquanto eu jogava e elogiava para alguns amigos, diversos deles me perguntaram: “poxa, mas custava ter uma versão normal? Eu queria jogar também”.

A resposta é simples: Astro Bot não funcionaria sem o VR. Bom, talvez funcionasse, mas não da maneira que ele foi concebido. Aproveitando o mesmo personagem e locais, certamente seria viável, mas não da mesma forma. Pode ser um pouco esquisito a analogia, mas Astro Bot não funciona de forma comum da mesma maneira que Super Mario 64 não funcionaria no 2D.

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Um exemplo: durante a progressão, você se depara com um obstáculo; é impossível virar o analógico e controlar a câmera, pois ela está atrelada à sua visão. Nesses casos, você deve se inclinar com o corpo e espiar o que vem depois da esquina para evitar ataques de inimigos ou progredir no nível.

É comum que se torne comum você caçar nos arredores passagens escondidas, fossos e trampolins que levem Astro para áreas secretas. O mais legal dessa dinâmica é que você, que é um robô que acompanha Astro, não vai junto. Portanto, você terá que vê-lo pequeninho de longe, seja em baixo, em cima ou dos lados onde você esteja.

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Frequentemente haverão inimigos que interagem com você, e não com o protagonista, necessitando que você dê cabeçadas para rebater ataques ou desvie de projéteis para não atrapalhar o avanço de Astro. Tudo isso é apenas um único exemplo, mas há muito mais.

O controle do PS4 é uma ferramenta dentro do jogo: você terá diversas armas e utensílios acoplados ao DualShock 4 e elas são necessárias para a progressão. Há níveis que as dispensam, enquanto há leveis que utilizam cada uma delas especificamente, como shurikens, jatos d’água ou ganchos. Todas as ferramentas servem para o combate, para a resolução de “puzzles” e para derrotar chefões, todas brilhantemente utilizadas.

AO destaque é na imagem é para bater a cabeça e quebrar a madeira

Nada é gratuitamente inserido aqui. Nenhum recurso é gasto à toa. O grande ponto é que o PSVR foi posto à prova em todas as suas características, seja o sensor de movimentos ou até mesmo o microfone, que serve para você assoprar flores que estão no caminho. Havia um receio de que fosse um jogo de plataforma adaptado ao VR, mas a verdade é que Astro Bot: Rescue Mission é um game que nasceu para a realidade virtual.

Extremamente carismático e divertido

O motivo pelo qual me prolonguei em citar cada aspecto separado e descrevê-los com atenção é para que fique claro: um não vive sem o outro é aí que reside todo o brilhantismo de Astro Bot. Não existe maneira melhor de expressar: o jogo é extremamente divertido. Não é exagero, o jogo é uma raridade difícil de ver em um ciclo de vida de uma plataforma. A qualidade é muito, muito grande.

Sim, de fato Astro Bot não é um jogo gigantesco, já que tem cerca de 7 horas de duração. E realmente é verdade, as fases são mais lineares. Mas tudo isso é pensado para se encaixar. Não teria como o game tentar ser um Mario de mundo aberto ou permitir que você ande livremente. A excelência de level design consiste dessa forma, forçando você a experimentar tudo do jeito que a Japan Studio desenhou.

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Os alicerces são muito fortes, mas eles também são floreados de um carinho e carisma gigantesco. O visual do jogo é lindíssimo, os níveis são extremamente criativos e quase tudo no cenário é interativo: é sempre legal ver um nível de atenção bem maior que a média. Fases como a do interior da baleia, do cemitério e do fundo do mar foram extremamente marcantes e duvido que eu veja algo perto disso em um período breve.

Os robozinhos perdidos fazem barulho no cenário para que você os encontre: e cada um deles está tematizado no ambiente em que ele se encontra. É muito divertido estar na tela da praia e encontrar um companheiro que não está em sufoco, e sim relaxando em uma cadeira de praia com sol e água gelada. Ou talvez ver um nível inteiro inspirado no Japão e ver que diversos itens interagem entre si.

E o que dizer da trilha sonora encantadora? Eu sou do tipo de jogador que, frequentemente, encaro músicas de jogos como ambiente, sem prestar muita atenção. Mas as faixas de Astro Bot são chicletes, mas não no sentido pejorativo: elas são fenomenais em sua simplicidade e é fácil se pegar cantarolando.

Em outras palavras, Astro Bot: Rescue Mission passa a sensação de um jogo extremamente completo, bem-feito e que chega a ser difícil pensar em qualquer defeito. Talvez ter mais inimigos e mais fases seria legal? Sem dúvidas. Mas no escopo geral, essas coisas passam longe de ser um problema. O jogo custa mais barato e é pensado para a plataforma. Certamente eu gostaria que houvesse mais níveis! Queria o dobro! Mas não pela quantidade ser ruim, mas sim porque eu me diverti tanto, mas tanto, que eu queria mais e mais.

Fator replay alto: muitos colecionáveis

Se tudo isso não era o bastante para convencer sobre a qualidade de Astro Bot, a Japan Studio vem com a cereja do bolo. Além de ser um jogo extremamente divertido, lindo e recheado de genialidade, ele também incentiva bastante o replay. Cada nível tem 8 robozinhos para resgatar e um camaleão para encontrar.

Ao fim da jornada, a vontade de continuar o colecionismo é muito grande. Revisitar as fases e encontrar o robozinho que passou batido é muito recompensador, mesmo que seja em um local em que você já passou. A sensação de descobrir os pequenos segredos extremamente bem-feitos da desenvolvedora o fará dizer: “Caramba! Ele tava escondido AQUI?”.

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Esse tipo de revisita só realça a sensação que cada pequeno aspecto do jogo foi carinhosamente posicionado pela equipe. E tem mais: encontrar os camaleões desbloqueia níveis extras, completamente novos, em que você deve disputar corrida contra o tempo para conquistar medalhas. Isso realmente prolonga a jogatina.

Por fim, para fechar com chave de ouro, as moedas coletadas servem para comprar peças de cenário na nave de Astro. Com elas, você cria verdadeiro playground para passar um tempo entre uma fase e outra. Há realmente bastante conteúdo.

Vale a pena?

Astro Bot: Rescue Mission foi mais que uma surpresa. O game é incrível e é realmente uma revolução para a realidade virtual e vai em uma direção que quase ninguém explorou até o momento. Moss tentou reproduzir algo parecido no começo do ano, mas se manteve mais no caminho de adaptar o gênero plataforma do que reinventá-lo para a tecnologia.

Sem sombra de dúvida alguma, Astro Bot: Rescue Mission elevou muito o nível de jogos em realidade virtual. Realmente não é exagero compará-lo com grandes clássicos da breve história dos videogames. A Japan Studio soube compreender a plataforma e criou algo realmente memorável que colocará um novo parâmetro para tudo que está por vir, da mesma forma que Super Mario 64 fez em 1996 com o 3D.

*Astro Bot: Rescue Mission foi gentilmente cedido pela Sony para a realização desta análise.

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Pontos Positivos
  • Astro Bot é genial e é um novo nível de excelência para jogos VR
  • O level design é brilhante e utiliza o PSVR com esmero
  • Há muito conteúdo, com 26 fases, 6 chefões e muito mais para coletar
  • O fator replay é altíssimo e vai divertir mesmo depois das 7 horas de campanha
  • O visual é encantador e há um nível de atenção aos detalhes muito grande
  • A utilização dos recursos do PSVR e do PS4 (como o touchpad e o sensor de movimentos) é espetacular
  • A trilha sonora é extremamente bem-feita e há músicas que ficarão na cabeça
  • Astro Bot é extremamente divertido, cativante e deixa gosto de "quero mais" quando acaba
Pontos Negativos
  • Astro Bot te fará abrir a carteira para comprar um PSVR