Cyberpunk 2077 é uma imersão jamais vista e tem cara de próxima geração

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A CD Projekt Red já disse estar com suas tecnologias “preparadas para a próxima geração”. A desenvolvedora polonesa também afirmou que prefere apostar numa fórmula “imersiva” em detrimento de componentes multiplayer que não façam sentido. Sim, esses poloneses são cautelosos quanto à abordagem que costumam adotar e não vão entregar o ouro de Cyberpunk 2077 tão fácil. Isso porque o jogo, na verdade, promete ser o pote do arco-íris.

O Voxel assistiu a uma apresentação fechada do game na E3 2018 com cerca de 45 minutos de gameplay, um tempo generoso para mostrar a ambição da equipe – que aqui vai MUITO longe. O que vimos é, no mínimo, um rápido vislumbre do futuro; um produto com cara de próxima geração, tamanha a imersão e o grau de profundidade que o submundo de Night City traz em seu sujo burburinho de um lugar distópico dominado por megacorporações.

Mas, afinal de contas, após tanto tempo em silêncio e o foco absoluto em The Witcher 3 e suas expansão, o que a CD Projekt Red tem a dizer sobre Cyberpunk 2077? Como funcionam as mecânicas de jogo, o gameplay, a exploração e tudo que classifica o título como um RPG? E quanto à câmera? E por que ele tem cara de próxima geração? Vejamos.

O seu personagem, as suas escolhas e inúmeras possibilidades

A essa altura do campeonato, você já deve saber que Cyberpunk 2077 é um RPG em primeira pessoa. O personagem principal se chama V e pode ter todos os seus atributos definidos pelo jogador – V é apenas uma letra para representar um personagem que pode ser feminino ou masculino. Até mesmo uma curta biografia pode ser definida. O jogador se torna um Netrunner, um Techie ou Solo – ou, se você preferir, uma mistura disso tudo.

Night City é um mundo aberto que oferece um novo patamar de imersão para o gênero; um lugar em que o conceito de cyberpunk é levado ao pé da letra – uma sociedade corrompida do jeito mais podre possível, na qual megacorporações controlam não apenas a privacidade individual de cada um como também a polícia, a educação e o acesso à informação. Temática tão bem-vinda em obras como Neuromancer, Ghost in the Shell e, no âmbito dos games, Deus Ex. Só que, novamente, do jeito mais podre e sujo possível. E, é claro, com muito neon.

Nesse contexto, você é um mercenário que sobrevive às custas do sistema. Night City, local em que se passa a demonstração apresentada, contém seis distritos, cada qual com suas características:

  • City Center: é o coração das corporações, o maior orgulho do local;
  • Watson: gigante corporativo que deu espaço a um mix de culturas asiáticas, com enorme presença de imigrantes;

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  • Westbrook: local dos playboyzinhos – mas não playboys gratuitos, e sim os que trabalham duro;
  • Heywood: subúrbio residencial com problemas envolvendo gangues;
  • Pacifica: trata-se da parte mais perigosa da cidade, um local completamente dominado por atividades de gangues;
  • Santo Domingo: é onde se concentra grande parte das indústrias.

Atmosfera: um novo patamar

Cada lugar tem atmosfera própria; as pessoas reagem verdadeiramente às suas ações – nada parece programado, ensaiado ou forçado. Ao atravessar ruas, você respira um ar de Shenmue enquanto outros, ao seu redor, podem te encarar com desconfiança, segurança ou indiferença. A movimentação é incrível; cada dedinho de animação foi minuciosamente pensado para que tudo seja capaz de se transformar num grande filme em movimento, com fluidez absurda na física e um realismo gráfico que foi difícil de “engolir” na apresentação – no sentido de impressionar, e não de desacreditar.

É um sonho jogável, e, o melhor de tudo: é crível. É claro que Cyberpunk 2077 está sujeito a mudanças até o lançamento – sem previsão por enquanto, convém ressaltar –, mas ver o jogo sendo testado à sua frente, na hora, sem nada pré-gravado, e sim apresentado ao vivo... Transmite outra confiança. O meu palpite é que o fantasma do downgrade vai passar longe aqui – talvez o contrário, aliás: o título certamente tem espaço para otimização.

Outro elemento-chave de Cyberpunk 2077 é a exploração, bastante vertical. O apartamento de V apresentado na demo está localizado num prédio enorme com diversos andares. Cada piso tem seus próprios NPCs, segredos e possíveis quests. Você define o quanto quer explorar esse burburinho ou seguir a rota principal. O sistema de diálogos do RPG ocidental está ali, sempre com diferentes escolhas que se desdobram em diferentes cenários.

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É possível explorar a cidade a pé, de carro ou de moto – nesses momentos, a visão transita para a terceira pessoa (mas você pode optar por manter na primeira se assim preferir). Há combate veicular com automóveis destrutíveis no melhor estilo Mad Max: injeção de adrenalina, brutalidade e peso.

Implantes cibernéticos também fazem parte da cartilha: há diferentes tipos de introduções ao seu corpo, desde visão aprimorada para enxergar pelas paredes até scanners que detectam calor nas proximidades. É tudo muito futurista, sofisticado e previsto por alguns episódios da série “Black Mirror” – paradoxalmente, há uma atmosfera de decadência e defasagem em meio a uma sociedade torta.

Com Cyberpunk 2077, a CD Projekt Red tem, em mãos, a possibilidade de ajudar a definir o futuro e contribuir para que o gênero evolua. No meu humilde palpite, é bem capaz que o jogo tenha versões para a próxima geração de consoles – mas a atual não será esquecida não: de acordo com a desenvolvedora, o título será lançado para PS4, Xbox One e PC. E nós já vimos, em nossa história recente, que a CD Projekt Red é um estúdio que honra sua palavra.

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