Funcionários da Microsoft criticam contrato militar envolvendo o Hololens

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Na última sexta-feira (22), funcionários da Microsoft expressaram publicamente críticas à decisão da empresa em assinar um contato de US$ 479 para permitir que o exército norte-americano usasse o Hololens em treinamentos. Segundo o grupo que protestou, a decisão perverte a intenção dos criadores do acessório e é uma afronta àqueles que se recusam a trabalhar no desenvolvimento de armas.

Em uma carta endereçada ao CEO Satya Nadella e ao presidente Brad Smith, o grupo conhecido como “Microsoft Workers 4 Good” exige que a empresa quebre o contrato e cesse o desenvolvimento de qualquer iniciativa voltada à criação de armas. A entidade também pede pela criação de um quadro de ética formado por agentes externos capazes de assegurar que a companhia não volte a seguir esse caminho.

“Enquanto no passado a companhia licenciou tecnologia para o Exército dos Estados Unidos, ela nunca cruzou a linha do desenvolvimento de armas. Com esse contrato, ela faz isso. A aplicação do Hololens com o sistema IVAS é destinada a ajuda pessoas a matar. Ela vai ser usada no campo de batalha, e trabalha transformando o combate em um ‘videogame’ simulado, distanciando ainda mais os soldados das consequências sombrias da guerra e da realidade de derramamento de sangue”, afirmou a carta.

Perda de controle

Anunciada em novembro de 2018 pelo presidente Brad Smith, a parceria com os militares foi defendida na época por Brad Smith, que lembrou que a Microsoft trabalha com eles há mais de 30 anos. Em sua declaração, ele afirmou que os funcionários que se sentiam desconfortáveis poderiam ser acomodados em outros projetos ou times dentro da companhia.

Hololens

O Microsoft Workers 4 Good argumenta que muitos funcionários não são devidamente informados do uso de seus trabalhos e que muitos engenheiros envolvidos na criação do Hololens contribuíram com ele antes de saber da existência do contrato. “Esses engenheiros agora perderam a capacidade de tomar decisões sobre no que trabalham, se encontrando como membros dos que lucram com a guerra”.

Anteriormente, o grupo de funcionários já havia criticado a Microsoft por ajudar a financiar candidatos políticos que “não agiam a favor dos valores centrais” da empresa. Até o momento a companhia não fez um pronunciamento oficial sobre o assunto, se limitando a afirmar ao The Guardian que “sempre aprecia o feedback dos funcionários”.

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