Galaxy A35 entrega tudo que a maioria das pessoas precisa [Review]

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Imagem: Felipe Pedro e Gustavo Katsumi

Passei os últimos meses usando o Galaxy A35 como se fosse o meu smartphone pessoal. O modelo pertence a linha intermediária da Samsung, mas que traz algumas evoluções interessantes para um modelo família do nível 30 da coreana. É um excelente smartphone em geral, capaz de entregar mais do que o suficiente para 90% das pessoas, e com um preço justo se considerarmos tudo o que ele oferece.

Somando aos benefícios, esse aqui é um dos dois celulares mais baratos da Samsung a receberem muito recentemente um recurso muito legal que chegou esse ano primeiro só para os top de linha da marca. É um recurso que eu realmente acho útil, então valeu a pena esperar isso antes de soltar esse review aqui.

Só que tem uma coisa, um pequeno porém, que me impende de coroar esse aparelho como o melhor custo-benefício da Samsung de 2024. Vem comigo nesse review que eu vou dar todos os detalhes e aí eu digo também o que é esse porém essencial.

Design e biometria

Começando pelo visual, aqui temos a linguagem básica repetida na maioria dos smartphones principais da Samsung dos últimos anos.

Agora, o A35 vem com a câmera frontal em um furo, em vez daquele recorte em forma de gota, as câmeras traseiras são destacadas com elevações próprias e alinhadas na vertical e as laterais dele são mais retas, o que permite até deixar o aparelho de pé sozinho se você quiser. Mas como os cantos ainda são arredondados, ele não fica desconfortável de segurar, mesmo sendo um aparelho grande e pesadinho.

Os materiais são de ótima qualidade, com vidro na frente e atrás e um plástico de boa durabilidade e bom acabamento nos lados. O único ponto que não é totalmente reto nas laterais é onde ficam os botões de energia e volume.

O Galaxy A34 é arredondado nas pontas e reto nas laterais. ((Imagem: Felipe Pedro e Gustavo Katsumi/TecMundo)O Galaxy A34 é arredondado nas pontas e reto nas laterais. ((Imagem: Felipe Pedro e Gustavo Katsumi/TecMundo)Fonte:  TecMundo 

O plástico faz aqui um ótimo trabalho para ajudar a manter a aparência bonita do aparelho mesmo depois de alguns acidentes. Eu derrubei ele algumas vezes ao longo dos meses, e as poucas marquinhas que ficaram são bem difíceis de perceber.

Falando em resistência, o A35 vem com proteção Gorilla Glass Victus+ no vidro frontal, o que é ótimo de ver em um aparelho dessa faixa de preço. Mas como diria o Zack, do canal Jerry Rig Everything: vidro é vidro e vidro quebra, então use capinha e película para evitar problemas.

Além disso, o celular tem certificação IP67 de resistência a água, algo ótimo para um celular intermediário dessa categoria. Sempre é bom evitar molhar mesmo assim, até porque nada é certeza absoluta, mas um pouco de segurança a mais sempre é bem-vinda.

Tela e som

Indo agora para a tela, o Galaxy M35 equipa um painel Super AMOLED grande, com 6,6 polegadas, resolução Full HD para ótimo detalhamento, taxa de atualização de 120 Hz para boa fluidez de movimentos e brilho máximo de 1.000 nits, o que é o suficiente para fazer de tudo com o aparelho mesmo sob luz solar direta. Jogar um game escuro, como Diablo Immortal, é um pouco difícil quando a iluminação está muito forte, mas ainda é possível.

A tela Super AMOLED entrega boa fidelidade de cores e pretos absolutos. (Imagem: Felipe Pedro e Gustavo Katsumi/TecMundo)A tela Super AMOLED entrega boa fidelidade de cores e pretos absolutos. (Imagem: Felipe Pedro e Gustavo Katsumi/TecMundo)Fonte:  Felipe Pedro e Gustavo Katsumi 

Quanto às cores, tudo ótimo também. Os tons de preto são excelentes, como esperado de um AMOLED, e as cores são vivas, mas sem exageros que tenham me incomodado. E também não rolou aquele tom meio lavado que eu notei no review do S24, então temos um ponto em que para mim o intermediário ganha até do top de linha.

Hardware

Dando poder ao aparelho está o chipset Exynos 1380, e isso não é um ponto negatvio, muito pelo contrário. O desempenho do A35 é bem bom, no nível esperado de um smartphone intermediário.

No dia a dia, apps em geral abrem e alternam entre si com boa agilidade em geral, e o aparelho só engasga brevemente hora ou outra ao sair de games mais pesados. Não tive problemas com aquecimento durante o mais tempão que passei testando esse aqui em todo tipo de condição e intensidade de utilização.

Eu consegui jogar Diablo Immortal sem dificuldades na maior parte do tempo e o celular só sofria com queda de frames quando tinha muitos inimigos ou jogadores de uma vez só na tela, o que é o normal de um aparelho intermediário, mesmo os mais caros que esse. Isso tudo com os gráficos do jogo no mínimo, mas sem os glitches bizarros que tive no S24 com Exynos.

O Galaxy A35 entrega performance competente para um intermediário da categoria. (Imagem: Felipe Pedro e Gustavo Katsumi/TecMundo)O Galaxy A35 entrega performance competente para um intermediário da categoria. (Imagem: Felipe Pedro e Gustavo Katsumi/TecMundo)Fonte:  Felipe Pedro (Felps) e Gustavo Katsumi 

O que só reforça a minha teoria de que o problema ali não é que o Exynos seja ruim, mas sim que a Samsung se distrai fazendo uma versão com Exynos e outra com Snapdragon, e aí não entrega o que poderia no seu chip quando essa distração acontece.

Nas memórias, o A35 vem com duas opções de configurações: 6 GB de RAM com 128 GB de armazenamento, ou 8 GB de RAM com 256 GB de espaço interno. A versão que eu testei foi a mais básica das duas, e mesmo assim eu não tive problemas, então o resultado pode ser até melhor na opção com mais memória.

Além disso, diferente dos top de linha, aqui ainda tem espaço para cartão de memória na bandeja de chips, desde que você não pretenda usar mais de um cartão SIM de operadora. Fechando o pacote, há suporte para conexão 5G, Bluetooth 5.3, GPS, NFC e Wi-Fi 6.

Interface

O Galaxy S35 vem rodando de fábrica a OneUI 6.1, que é a versão da Samsung para o Android 14. Por mais que seja tecnicamente a mesma versão o sistema que vemos nos S24, aqui a tão falada Galaxy AI não está presente — pelo menos não completamente. O celular tem alguns recursos de IA escondidos pelo sistema aqui e ali para quem souber onde olhar.

Por exemplo: se você abre alguma foto que tirou com a Galeria do celular, clica no botão de edição e depois no ícone de mais opções, vai encontrar a função de Apagador de objetos, que funciona igualzinho ao recurso que a Samsung incluiu como parte do Galaxy AI.

Ali dá para você apertar um botão para apagar sombras da imagem, outro para eliminar reflexos de vidros e telas, ou então pode circular algum objeto ou pessoa específica para remover da imagem. Só não tem a opção de mover objetos de um lugar para outro ou de ampliar as imagens com conteúdo gerado artificialmente.

O Circular para Pesquisar está presente no Galaxy A35. (Imagem: Felipe Pedro e Gustavo Katsumi/TecMundo)O Circular para Pesquisar está presente no Galaxy A35. (Imagem: Felipe Pedro e Gustavo Katsumi/TecMundo)Fonte:  Felipe Pedro (Felps) e Gustavo Katsumi 

Isso tudo para dizer que, por mais que esse aqui não tenha outras funções legais de IA, como as de tradução ou transcrição de falas, ligações e áudios, também não é como se ele não tivesse alguns recursos legais.

Agora está na hora de falar sobre o recurso que ele recebeu em uma atualização mais recente e que antes aqui no Brasil só existia oficialmente nos top de linha da Samsung: o Circular para Pesquisar, que para mim é um dos recursos mais úteis entre todos que a Samsung e a Google introduziram nos seus celulares em 2024.

“Ah, mas já dava para fazer tudo isso de outras formas antes”. Sim, mas nunca de uma forma tão rápida, simples e sem precisar de outros apps, um benefício real e raro em celulares disponíveis no país. Fora o Galaxy A35, os únicos celulares disponíveis no Brasil oficialmente que têm o Circular para Pesquisar em 2024 são os top de linha da Samsung, além do A55, A54 e o A34, que é o único celular mais barato que esse que já recebeu o recurso.

É provável que no futuro próximo outros aparelhos, inclusive de outras marcas, recebam o recurso, já que ele foi feito pela Google, e não só pela Samsung, mas esse é o cenário de 2024.

Fora isso, o sistema operacional em si continua sendo bonito, fluído, familiar para todo mundo que já usa Android, com direito várias opções de customização e aos principais recursos tradicionais da fabricante. Exceto o modo DeX, que continua sendo uma ausência notável nos intermediários da marca.

Vale ainda ressaltar que para o Galaxy A35 a Samsung promete 4 anos de atualizações do sistema, ou seja, ele deve ir até o equivalente ao Android 18, além de 5 anos de updates de segurança. Não chega perto dos 7 anos prometidos para os S24, mas ainda assim está bem acima da média para smartphones nessa faixa de preço, que dependendo da marca não chegam a receber nem duas atualizações de sistema.

Mais uma vez, eu gosto sempre de lembrar que a promessa de atualizações futuras não é uma garantia absoluta e nem garante o desempenho dos aparelhos após esses updates. Mesmo assim, isso é um ponto a favor desse aqui e pode ser um bom critério de desempate entre o celular da Samsung e alguns rivais.

Câmeras

Indo para as câmeras, na traseira do Galaxy M35 temos um sensor principal de 50 MP com abertura de 1.8 e estabilização ótica, junto a uma câmera ultrawide de 8 MP com abertura de 2.2 e ângulo de 123 graus e uma terceira câmera de 5 MP com abertura de 2.4 para fotos macro. Já a câmera frontal traz 13 MP e abertura de 2.2.

A câmera principal faz um trabalho realmente excelente em boas condições de iluminação e até mesmo em situações um pouco mais desafiadoras, como um pôr do Sol. É uma qualidade que eu diria acima da média na faixa de preço. Já no escuro mesmo, é possível notar uma perda considerável de detalhamento, mas as imagens ainda passam minimamente como algo que poderia ser compartilhado ou postado nas redes sociais.

As câmeras do Galaxy A35 entregam boas imagens em boa iluminação, mas nada impressionante em baixa iluminação. (Imagem: Felipe Pedro e Gustavo Katsumi/TecMundo)As câmeras do Galaxy A35 entregam boas imagens em boa iluminação, mas nada impressionante em baixa iluminação. (Imagem: Felipe Pedro e Gustavo Katsumi/TecMundo)Fonte:  Felipe Pedro (Felps) e Gustavo Katsumi 

A selfies diurnas também saem muito boas, desde que você não esteja totalmente contra a luz forte do sol. No escuro, as imagens saem borradas se você não usar a tela como flash, mas fazendo isso o resultado também fica ok, por mais que o fundo fique escuro.

Nos vídeos, o Galaxy A35 consegue gravar em 4K a 30 fps ou Full HD a 60 na traseira, e a estabilização ótica faz um bom trabalho aqui por conta própria. O recurso superestável limita a gravação a Full HD a 30 fps, e aumenta tanto o nível de ruídos em ambientes internos que sinceramente não vale a pena ativar.

Já a câmera frontal consegue fazer vídeos bons em 4K ou Full HD, sempre a 30 quadros por segundo, mas a estabilização ótica faz um pouco de falta quando você está em movimento enquanto grava.

Bateria

A bateria que alimenta o conjunto do A35 tem 5.000 mAh de capacidade, padrão para a maioria dos smartphones atuais. Com isso, ele permite atingir um dia inteiro de uso moderado, o que inclui navegação em apps, mensageiros e redes sociais, além de algumas fotos e vídeos, o que já é mais que o suficiente para a maioria das pessoas.

Em um padrão mais intensivo, com algumas no máximo umas duas horinhas de jogos online pesados, a energia acaba com cerca de 7 horas e meia de tela ligada, ou seja, você teria que recarregar o aparelho lá para o final da tarde se não quiser passar sufoco nesse caso. Não é um resultado excelente, mas cumpre bem o esperado.

O Galaxy A35 é um celular que entrega o suficiente para a maioria das pessoas. (Imagem: Felipe Pedro e Gustavo Katsumi/TecMundo)O Galaxy A35 é um celular que entrega o suficiente para a maioria das pessoas. (Imagem: Felipe Pedro e Gustavo Katsumi/TecMundo)Fonte:  Felipe Pedro (Felps) e Gustavo Katsumi 

Na hora de recarregar, aliás, o resultado poderia ser melhor se o aparelho viesse com o carregador de 25 Watts que tem suporte aqui, mas como o que vem na caixa é o modelo basiquinho de 15W, a recarga de zero a 100% leva cerca de 2 horas e 25 minutos, o que é um resultado ruim. Se você se encontrar tendo que recarregar o aparelho de tarde com frequência, mas sem muito tempo para isso, vai ter que investir em um carregador melhor.

O Galaxy A35 vale a pena?

O preço oficial do Galaxy A35 caiu recentemente no Brasil, mas mesmo assim os valores cobrado no site da Samsung são bizarros. Por lá, o modelo com 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento sai a partir dos R$ 2.069 à vista, enquanto o com 8 GB de RAM e 256 GB de espaço interno custa R$ 2.339 à vista. Isso é bizarro porque, em varejistas online, o menor valor que eu encontrei foi da própria loja oficial da Samsung em um marketplace, onde o A35 saía por R$ 1.429 à vista.

Esse valor por um celular que é basicamente ótimo em quase todos os aspectos, que ainda vai receber 4 anos de atualizações de sistema operacional e que tem o Circular para Pesquisar, é algo excelente em 2024. O único motivo para eu não dizer que é o melhor custo-benefício do ano é porque o Galaxy A55 já pode ser encontrado abaixo dos R$ 1.800, menos ainda se você der sorte em promoções.

Com isso, ele entrega os mesmos pontos fortes que o A35, só que com um processador que é mais poderoso, e portanto vai oferecer um desempenho melhor a longo prazo para você realmente conseguir ficar com o celular muito bom até o fim dos 4 anos de updates. Além disso, o chip do Galaxy A55 é mais eficiente, então a bateria tende a durar mais, e as câmeras ultrawide e frontal dele são melhores.

Por causa disso tudo, na minha opinião, o Galaxy A55 é um aparelho que vai se sustentar mais por mais tempo, o que torna a diferença de preço algo que faz sentido pagar se você puder. Já se o orçamento realmente estiver mais apertado, então o Galaxy A35 é sim uma opção que deve satisfazer muito bem as suas principais necessidades quanto a uma smartphone.

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