O governo dos Estados Unidos finalizou a escrita de uma nova lei que deve entrar em vigor em breve no país. A medida proíbe a comercialização de carros, softwares e até componentes eletrônicos de origem russa ou chinesa em território norte-americano.
De acordo com a nova legislação, qualquer tecnologia de conectividade em automóveis vinda desses dois países será proibida por "riscos à segurança nacional". Essa é mais uma ação do governo dos EUA contra acusações de espionagem e ciberataques a partir de governos atualmente opositores politicamente, em especial Rússia e China.
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A restrição a softwares de autonomia, segurança ou comunicação começa em carros modelo 2027 e sistemas desenvolvidos depois dessa data, valendo para plataformas que funcionam via Wi-Fi, Bluetooth, via satélite ou rede celular.
Já o banimento de hardware passa a valer para modelos 2030. A lei complementa uma regra em vigor que aumentou em 100% as taxas sobre carros elétricos da China.
A expectativa é de que Donald Trump, que assume a presidência do país em 20 de janeiro de 2025, deve sancionar e manter a lei criada pela administração de Joe Biden.
Nem fabricação local se salva
Além dessas restrições, a medida proíbe a partir de 2027 a venda de "veículos conectados" de empresas controladas por entidades chinesas ou russas nos EUA — mesmo que a fabricação tenha ocorrido no país.
Esse é um dos pontos mais polêmicos do comunicado, já que pode prejudicar o mercado local. A fabricante de carros elétricos Polestar, cada vez mais popular nos EUA, pode ser banida por causa do financiamento chinês, apesar de ser sueca. O mesmo aconteceria com a Zeekr, que foi escolhida pela Waymo, uma subsidiária da Google, para ser o carro autônomo de próxima geração da marca.
Até mesmo marcas locais, como Ford e GM, terão que mudar os próprios planos: elas fazem a fabricação de alguns modelos na China em busca de subsídios e mão-de-obra mais barata, mas devem ter que fechar as operações ou obter uma autorização especial.
Sistemas autônomos ou veículos dos dois países ainda ficam proibidos de serem testados em estradas norte-americanas, prática que estava cada vez mais comum por marcas de pequeno porte.
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Uma das únicas exceções pode ser a BYD: a lei indica que há autorização para veículos mais pesados que 4.535 kg, o que significa que os ônibus elétricos da fabricante ainda devem ser montados nos EUA.
Fontes