As postagens feitas por usuários do Facebook e do Instagram com declarações desejando que integrantes de grupos paramilitares venezuelanos fossem mortos não violam as políticas de conteúdo dessas redes sociais. É o que concluiu o Comitê de Supervisão da Meta, em comunicado divulgado hoje (5).
A decisão é relacionada a dois vídeos denunciados pelos internautas em que as legendas trazem apelos à violência contra os “colectivos”, como são conhecidos os grupos armados pró-governo. Em um deles, inicialmente removido, a legenda dizia “matem esses malditos colectivos”.
A decisão do conselho levou em consideração o atual momento político da Venezuela. (Imagem: Getty Images)Fonte: Getty Images/Reprodução
Já o segundo mostrava uma mulher no Instagram dizendo a supostos membros desses grupos a seguinte frase: “Vão para o inferno, espero que matem todos vocês”. O conteúdo foi mantido no ar, pois expressava “uma declaração condicional ou aspiracional contra um ator violento em vez de um chamado à ação”, declarou o comitê.
Além de manter a decisão do Instagram de não remover esta postagem, o conselho anulou a exclusão do primeiro vídeo feita pelo Facebook, alegando o mesmo motivo.
Ou seja, ele também deve ser interpretado como uma “declaração aspiracional”, expressando esperança e não apelo a ações violentas.
Decisões semelhantes já foram tomadas
Como explicou o Comitê de Supervisão da Meta, os usuários das plataformas da big tech podem postar desejos vagos de que os membros dos colectivos sejam mortos. Porém, são proibidas as postagens com ameaças específicas contra os grupos paramilitares venezuelanos.
O órgão comentou, ainda, que levou em consideração o contexto atual do país, citando a existência de poucos canais para a livre expressão e o papel dos colectivos em reprimir os manifestantes de forma violenta. Além disso, destacou que a Venezuela recentemente passou por um conturbado processo eleitoral.
Decisões semelhantes já foram tomadas pelo conselho em outras ocasiões, liberando a publicação de postagens com apelos à violência contra alguns atores políticos. Entre eles, vale destacar o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
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