A febre dos controles sensíveis a movimento começou com o Nintendo Wii. Posteriormente, a Microsoft e a Sony também entraram na onda, trazendo propostas que, literalmente, chacoalhavam os jogadores do Xbox 360 e PlayStation 3, respectivamente. Em suma, nos consoles, você não precisa procurar muito para encontrar uma diferente do convencional.
Quem ficou de fora dessa brincadeira foi o PC. Aparentemente, o velho e excelente conjunto mouse + teclado dificilmente era trocado por alternativas mais ativas, como os já mencionados controles sensíveis a movimento.
Felizmente, a Razer, famosa fabricante de acessórios para jogadores hardcores, decidiu sacudir os jogadores com o Hydra, um curioso controle sensível a movimento feito exclusivamente para o PC. Nós testamos o joystick e agora você fica sabendo se realmente vale a pena ao menos se mexer para comprar um Hydra. Vamos aos detalhes.
Cheio de estilo
Assim como grande parte dos acessórios criados pela Razer, o Hydra esbanja estilo. Visualmente, o controle é bem atraente, graças ao seu design meio militar e reforçado pelas características luzes verdes. O pacote do Hydra traz dois controles, que mais parecem Nunchuks “durões”, e uma base de campo magnético.
Para configurá-lo, é necessário baixar o driver na página oficial da Razer e então iniciar o processo de ajuste. Depois disso, o Hydra já está pronto para ser utilizado. Cada um dos joysticks conta com sete botões e um controle analógico, além de acelerômetros que também podem ser utilizados para realizar determinadas ações.
A fartura de opções de comando já diferencia o Hydra dos demais controles, pois permite uma jogabilidade mais hardcore até mesmo aos jogos mais complicados. Definitivamente, aqui não faltam botões.
Mas cuidado para não se empolgar demais: o Razer Hydra conta com fios e isso pode limitar significativamente a movimentação do jogador durante a experiência. Além disso, o próprio receptor do acessório também tem seu alcance limitado e ainda pode sofrer com interferências de outros aparelhos eletrônicos.
Sua ergonomia é relativamente boa, mas, incrivelmente, deixa a desejar em relação ao próprio Nunchuk do Wii, por exemplo. Mesmo sendo um controle grande, o Hydra não se encaixa perfeitamente em suas mãos, devido, principalmente, à disposição dos dois botões traseiros.
Infelizmente, até o momento, apenas o game Portal 2 — incluído integralmente no pacote — tem suporte nativo para o Hydra. Com ele, o jogador poderá personalizar os comandos dentro do game, realizando uma série de ajustes.
A experiência em Portal 2 vai além do que os controles convencionais conseguem fazer, já que, com o Hydra, o jogador realiza ações inéditas. Você pode, por exemplo, afastar e aproximar o Companion Cube ao esticar seus braços.
Quanto à jogabilidade, o Hydra se comporta de maneira semelhante a um PlayStation Move, permitindo que o jogador mire com o controle para movimentar a visão do personagem. O uso do direcional analógico facilita na movimentação e deixa tudo mais intuitivo.
Um dos maiores pecados do Hydra é justamente o suporte nativo dos games. Fora Portal 2, nenhum outro game foi feito para ser jogado com o aparelho. Embora a companhia afirme que mais de 120 títulos tenham suporte para o Hydra, na realidade, o que temos é uma configuração de comandos pré-definida para estes títulos. Ou seja, você só não terá de ajustar os controles manualmente quando for jogar um desses títulos. O resultado da experiência nesses jogos não nativos é bem inferior em relação a Portal 2.
Com um preço salgado (US$ 140,00) e apenas um jogo com suporte nativo, o Hydra aparece como um produto funcional, mas que nos deixa com um pé atrás. É difícil afirmar que vale a pena investir em um acessório caro e que mal sabemos se será adotado como opção de controle nos demais jogos lançados.
No momento, o Hydra deve ser levado em conta apenas para quem realmente é apaixonado por controles sensíveis a movimento, já que muito de seu potencial ainda tem de ser explorado. Ou seja, se você está feliz com seu mouse e teclado, nem pense em levantar da cadeira.