Coluna: o que você espera do seu próximo console?

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Em algum momento entre os anos 1980 e 1990, alguém apareceu na minha frente com o que bem poderia ser um apêndice do aparelho de televisão. Após ligar o lustroso aparelho, fui convidado a acreditar que as três figurinhas tremeluzentes no meio da tela — e que estranhamente se moviam juntas e produziam sons uníssonos — eram, na verdade, um time de futebol.

Mas os exercícios de imaginação não pararam ali. Os mesmo quadradinhos também tentavam simular crocodilos famintos, aviões beberrões, pistoleiros no velho oeste estadunidense e — quem diria? — até mesmo o icônico Super-Homem. Mas... Limitações à parte, o bom Atari 2600 mostrou para muita gente que era possível fazer mais do que ficar trocando de canais (com vaga esperança) em frente a uma TV.

Novos gráficos, nova geração

Mas então a terceira geração surgiu, e não poderia existir qualquer dúvida: “demos um passo tecnológico”! Bastava contemplar as primeiras imagens de The Lucky Dime Caper para ter a certeza de que algo havia acontecido. De fato, em vez de quadradinhos animados, havia figuras cujo realismo flertava com aqueles encontrados nos desenhos animados — ou será que alguém imaginaria o Pato Donald retratado nas primeiras plataformas?

As expectativas criadas pelos primeiros saltos de gerações mostravam claramente: para que uma nova geração surgisse, deveria existir uma tecnologia capaz de trazer gráficos ainda mais realistas, em imagens que pareciam se aproximar cada vez mais dos filmes.

Afinal, foi assim com Super Nintendo e Mega Drive; foi assim também com Nintendo 64, PlayStation e afins; e também foi assim para o PlayStation 2 e para o primeiro Xbox... Mas não, não parece ter sido exatamente esse o caso para a nossa atual geração, a sétima. Algo parece ter ocorrido.

Nova jogabilidade, nova geração

No momento em que a sétima geração começou a ganhar fôlego, alguém apareceu e disse: “essa ainda não é a sétima geração”. Basicamente, o argumento dizia que não havia inovações suficientes no formato de jogo para justificar um salto genuíno.

Afinal, Xbox 360 e PlayStation 3 certamente apareceram com gráficos relativamente mais bem polidos, e ninguém em sã consciência negaria que a jogabilidade online deu um salto qualitativo gigantesco.

Entretanto, isso tudo já havia sido feito anteriormente. A diferença? Os gráficos eram melhores. Em outras palavras, algo simplesmente apareceu para causar uma quebra; uma afronta inegável aos padrões colocados em vigor por gerações anteriores, cujo Santo Graal seriam imagens tão realistas quando... A própria realidade.

  • Wii e o público casual

Talvez buscar uma mudança real nos padrões do jogador típico de video games não seja o caminho mais apropriado. Na verdade, boa parte da parcela mais, digamos, ”dedicada” dos jogadores permanece buscando os mesmos saltos tecnológicos... Com ou sem uma história mais profunda — dependendo do seu estilo favorito.

Ao que parece, o movimento atual da indústria se aproxima muito do que a Nintendo soube perceber com notável perspicácia: o entretenimento eletrônico não é mais o reduto nerd dos primeiros anos.

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A grande massa da população parece finalmente ter voltado os olhos para uma diversão que perdurou durante bom tempo como curiosidade tecnológica. O pulo do gato? Acrescentar jogos simples, com mecânicas instintivas e de rápido aprendizado, mais uma proposta multiplayer irresistível.

Pronto. Famílias inteiras são arregimentadas para sala de estar, convidadas ilustres para sessões de ginástica ou para uma descomprometida partida de tênis. A grande ironia da coisa toda? Embora tenha forjado uma nova forma de jogatina e vendido quantias que deixariam os gigantes da indústria hardcore corados... O Wii apresentou os piores gráficos da atual geração.

Mas se os gráficos não respondem mais pelos saltos entre gerações, o que poderá assumir esse posto?

Novo ???, nova geração

Cá entre nós, mesmo a inovação trazida pelo Wii tem dado sinais inegáveis de cansaço. De fato, a fórmula já foi devidamente melhorada e replicada pela concorrência e, provavelmente, chacoalhar-se em frente a um aparelho de TV já não surpreende muita gente. Parece que nem mesmo a jogabilidade pode segurar a barra e manter os cofres cheios por muito tempo.

Bem, mas qual poderia ser o pilar da indústria de games durante os próximos anos? Aparelhos com capacidade estereoscópica (3D)? Jogatina portátil? Conteúdos holográficos?! (É melhor não duvidar muito disso).

Com o crescimento astronômico da indústria e a consequente agregação de públicos cada vez mais variados, é natural os padrões antigos sejam quebrados. Afinal, ninguém espera que uma pessoa que se envolve uma ou duas horas por semana com jogos busque a mesma experiência de um jogador hardcore, do tipo que coloca a própria vida social na berlinda por mais algumas horas de uma experiência que precisa, necessariamente, ser cada vez mais densa.

“A ideia de que, daqui há dez anos, nós teremos uma geração em que todas as pessoas jogam, e que não haverá qualquer tipo de estigma associado... Isso me parece grande!”, disse o diretor de produção de World of Warcraft, J. Allen Brack, ao site IGN.

  • O seu jogo o aguarda na prateleira

Img_normalEnfim, entre a jogabilidade em nuvens, o desenvolvimento de jogos independentes e novas formas de interagir com o seu universo de jogo, parece existir algo que muitas vezes é ignorado: as leis de mercado. Os games têm hoje um público tão amplo quanto diversificado, e isso só deve aumentar nos próximos anos.

Talvez, no fim das contas, não exista mais um padrão certo para os saltos entre plataformas. Mas parece seguro apostar que o produto que você precisa estará em algum lugar da prateleira — seja qual for o seu estilo.

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