Por que a Nintendo não investe em gráficos como a Sony e a Microsoft?

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Quem nunca se perguntou qual seria a razão da poderosa Nintendo não ter seu sistema gráfico tão potente (ou impressionante) quanto os exibidos por Microsoft e Sony? “Ah, mas jogabilidade é mais importante do que gráficos” ou “para que são necessários gráficos de alta resolução (High-Tech)?”. Essas respostas são perfeitamente compreensíveis. Contudo, evasivas.

O que está de fato sendo questionado é: por que a "Big N" simplesmente não pode ter as duas coisas, jogabilidade e gráficos? O que a impede? Qualidade técnica? Provavelmente não. É difícil acreditar que em uma monstruosa empresa, com o histórico que esta tem, com recursos mais do que suficientes, além de todo o público fervoroso, haveria problemas em desenvolver e apresentar gráficos condizentes com a sétima geração de consoles.

Desde os primórdios até hoje em dia...A origem do poderA Nintendo surgiu em 1889, fundada por Fusajiro Yamauchi. A princípio, foi uma fabricante dos chamados “Hanafuda”, que nada mais são do que um jogo japonês de cartas. O sucesso foi bastante grande, entretanto, ao longo do tempo a direção da empresa foi mudando, devido a falecimentos. Porém, o controle sempre permaneceu com a família Yamauchi.

No ano de 1977, ocorreu um dos acontecimentos vitais para a Nintendo como a conhecemos: a entrada do monstro sagrado, Shigeru Miyamoto.  Por quê? Pois, simplesmente, ele é o criador de Super Mario, Donkey Kong e Zelda. Sem contar que, ainda hoje, ele tem participação em jogos como Star Fox, Earthbound, Metroid, Nintendogs e Wii Sports.

Em 1992 é lançado o Super Nintendo, vendendo prodigiosos 46 milhões de unidades ao redor do mundo inteiro. Quatro anos depois, no Japão, é lançado o Nintendo 64, fazendo com que milhões de pessoas se enfileirassem, para comprar o primeiro console de 64-bits. Em 2001 nasce o GameCube, quatro anos depois o DS, e, no final deste mesmo ano, é lançado o Wii.

32 bits x 64 bits x 128 bits

A cada geração de consoles, é comum vermos dobrar o número de bits dos processadores. A passagem do Super Nintendo para o N64, que era sempre seguido de perto pelo primeiro PlayStation, foi de grande impacto visual. Os antigos 16 bits da SEGA, e os da própria Big N, foram substituídos por duas plataformas com duas vezes mais potência e capacidade gráfica.

Seguindo a evolução dos aparelhos, vieram o GameCube e seu concorrente mortal, PlayStation 2. Essa geração de games conta com 128 bits. E é até esse momento que se faz possível estabelecer uma comparação na disputa por melhores definições de imagem, que na realidade estava bastante equilibrada. O GC não perde em nada para o PS2, o qual por vezes possui gráficos mais vorazes, como é o caso de Resident Evil 4.

Os jogadores nunca são consensuais em dizer que os gráficos da plataforma cúbica superam em muito os da Sony. Os embates visuais eram sempre bastante acirrados. Havia um equilíbrio entre as marcas, inclusive fazendo parte da concorrência o não tão bem-sucedido DreamCast (da SEGA). Entretanto, a partir da próxima transição de gerações, a Nintendo perde a batalha.

Diversão suada

O que houve na sétima geração dos consoles? Agora, a Microsoft entrou na briga para valer, lançando o poderoso Xbox 360; a Sony um pouco depois apresentou o belo e potente PlayStation 3; e a Nintendo trouxe o inovador e surpreendente Wii.

A grande sensação do Wii é a jogabilidade proporcionada pelos controles com capacidade de captar movimentos. Toda uma nova era de jogabilidade estava nascendo. Porém o distanciamento gráfico ficou evidente. O respeitadíssimo Miyamoto começa a justificar a opção da Nintendo publicamente.

“Muitos de nossos funcionários queriam gráficos de alta definição. Mas foi de consenso geral que os gráficos não importariam, se os jogos não fossem divertidos.” — nas palavras do próprio criador de Mario, em uma entrevista sobre jogos para “mamães”. Nessa linha de raciocínio, ele ainda enfatiza que o desafio na criação do Wii, foi construir um console de US$ 200, levando em conta todos os recursos que foram gastos no desenvolvimento do Wiimote R&D.

Então é por isso... Abrangência é a chaveDe fato, quem mais seria entrevistado sobre jogos para as donas de casa, se não alguém da empresa que criou os irmãos Mario? A política da Nintendo é combinar diversão e novas formas de jogabilidade, proporcionando e garantindo, assim, mais emoção prática (e até física) aos jogadores. O foco vai para longe de apenas qualidade visual.

Exatamente por essa razão é que os consoles da Big N têm hardwares e capacidades de processamento muito mais modestas do que os outros. Fato este que onera menos a produção e montagem dos video games, podendo chegar aos consumidores com preços mais acessíveis que a concorrência.

E qual a vantagem real dessa opção? A abrangência com a qual podem ser atingidas diferentes camadas do público, sem preconceitos. Não é difícil conhecer alguém que tenha um Wii ou que tenha tido outro console anterior do tipo GameBoy ou SNES, quem sabe até um VirtualBoy. A restrição e exigência para o uso se tornam muito pequenas. Não é um pré-requisito o domínio de um idioma, japonês ou inglês, por exemplo, para acompanhar o enredo de um jogo (quesito este em que a Nintendo bate um bolão).

Games como Wii Sports, Super Mario Galaxy, Crash Bandicoot, Donkey Kong Country Returns, Pokémon, Super Smash Bros., Epic Mickey, são vários títulos que, sem sombra de dúvida, podem ser jogados, e muito apreciados, por pessoas de qualquer idade. Sem contar os esportivos, com a jogabilidade diferenciada por causa do Wii Remote, como as partidas de futebol em FIFA ou as corridas alucinantes em Need For Speed.

Amálgamas brancas

Seguindo a estratégia comercial da Nintendo, de jogabilidade diferenciada, sempre é possível aumentar a massa de equipamentos possíveis de se acoplar ao console, adquirindo inúmeros periféricos. Cada um destes equipamentos serve para diversificar os controles, claro, aumentando o tempo de diversão de cada jogo.


Os mais famosos acessórios são o controle em forma de volante, do Mario Kart Wii; os instrumentos musicais bateria, guitarra, baixo e microfone (usados em jogos da franquia Rock Band e de Guitar Hero); e o Wii Fit, transformando o video game em uma academia de fitness ou de yoga.

Apocalípticos ou vencedores?Sobre o futuro...A sétima geração dos consoles é cheia de surpresas. O estrondoso sucesso dos controles que funcionam através da captação de movimento deu origem a dois novos acessórios, que entram na briga direta pelos usuários: o Kinect (da Microsoft, para Xbox 360) e o Move (da Sony, para PlayStation 3).


Novos produtos, mas com as mesmas finalidades, pedem sempre algum diferencial, caso queiram se manter no mercado ou até tomar a frente nas vendas. Para a infelicidade do Wii, os atributos técnicos das duas novidades ultrapassam em muito a tecnologia da Nintendo. A sensibilidade na percepção e reprodução dos movimentos melhorou muito. Agora só faltam os jogos saírem em maior número.

Wii 2?

A polêmica dos gráficos da Nintendo continuará por mais algum tempo, pelo menos até 2012, quando provavelmente os consoles da oitava geração serão anunciados. Ao que tudo indica, a qualidade das imagens proporcionadas pelo futuro console da Nintendo passará por uma grande revolução.

Porém, o que é esperado é que a plataforma da Big N venha com qualidade gráfica equivalente à do PS3 e Xbox 360. Ou seja, novamente será inferior aos dois possíveis concorrentes (PS4 e Xbox720).

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Será que a Nintendo está mais uma vez preocupada em disponibilizar alguma grande novidade em termos de jogabilidade, “garantindo assim mais emoção ao jogador”?  É bastante claro que se a empresa não encontrar algum novo diferencial, estará em sérios apuros.

A gigante dos games já declarou ter consciência dessa situação e que terá que preparar um novo atrativo. De acordo com Reggie Fils-Aime, COO da Nintendo para as Américas, a tecnologia de alta definição, sozinha, não justificaria a criação de uma nova plataforma — além do que foram desmentidos os boatos sobre o novo console possuir imagens 3D.  Inclusive, para ele, esse não é o jeito da Nintendo trabalhar. E apenas quando os consoles não conseguirem mais darem conta das necessidades e exigências fundamentais dos gamers, é que a mudança é bem vinda.

Brilha muito na história

Depois de todo o panorama do mercado e dos lançamentos do Kinect e Move, a Nintendo certamente reagirá de alguma forma inesperada. Ela sempre faz assim. Quem acreditava na realidade do Wii Remote? Claro, em algum futuro imaginávamos isso. Mas para quem acompanha a criadora do encanador bigodudo sabe que ela é craque em nos surpreender.

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E você, o que acha? Deixe sua opinião nos comentários. O que será que a Big N fará para continuar entre as três grandes do mundo dos games?

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