O futuro dos jogos para consoles? Façam suas apostas!

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Qual será o seu próximo console? Um Xbox 720? Um PlayStation 4? Ou, quem sabe, uma nova geração do Nintendo Wii, na qual (finalmente) seriam acrescentadas capacidades de alta definição? É claro, qualquer das opções acima soa bastante razoável... Não fosse o panorama atual do entretenimento interativo.

Em outras palavras, a relativa previsibilidade das gerações anteriores de consoles parece ter se mudado para algum outro setor da indústria, conforme surgem — com frequência quase diária — novas possibilidades de se jogar video games. Senão, basta nomear o seu: jogatina em nuvens, celulares com poder de fogo equiparável aos consoles de primeiro escalão, mais uma infinidade de propostas online — como a febre gerada em torno das fazendas virtuais, normalmente disponíveis em redes de relacionamento.

Afinal, o cenário atual da indústria pode mesmo acabar com a concepção atual de “video game”? Será que os consoles atuais podem virar peças de museu em algum momento próximo — quando nós estivermos rodando o novo hit de 99 centavos de dólar em um portentoso “celular-GPS-MP3-espremedor-de-pasta-de-dentes”? Há quem defenda que sim. Particularmente, certa desenvolvedora de jogos para celular cuja evidência tem crescido exponencialmente nos últimos meses...

Pássaros furiosos vs. consoles de mesaO fenômenos Angry Birds e suas consequências

Não há provavelmente sequer um jogador de video games — do mais hardcore ao estritamente casual — que não tenha ouvido falar em Angry Birds. Trata-se de um hit inconteste, cuja lista de plataformas só faz crescer. E não para por aí. Se você seguir o prognóstico da desenvolvedora do game, o singelo título baseado catapultar passarinhos traz em si o “canto do cisne” do atual modelo de jogos.

Afinal, não contente com o título de “novo Pac-Man”, a Rovio Mobile anda espalhando aos quatro ventos que Angry Birds deve ser o novo Super Mario. “O que nós estamos fazendo é construir o mundo de Angry Birds”, afirmou o chefão da softhouse, Peter Vesterbacka. “Pac-Man é apenas um jogo. Mario é um parâmetro de comparação mais adequado”.

De fato, Angry Birds surgiu pela primeira vez em dezembro de 2009 na App Store, da Apple. De lá para cá, o jogo se expandiu através de diversas plataformas, incluindo iPad, celulares movidos a Android e mesmo o PlayStation Portable (PSP), somando , até o momento, a impressionante quantia de 100 milhões de downloads — a maioria da própria App Store, que por diversas vezes teve os passarinhos raivosos como best-seller.

Mais gás para o mercado de celulares

Talvez um primeiro vislumbre não revele. Mas pode haver uma infraestrutura considerável por trás de passarinhos que são arremessados pelo ar. De fato, a Rovio mantém hoje um efetivo de 40 empregados, e espera aumetntar para 100 até o final do ano. E o trabalho aqui também foi digno de blockbuster. Segundo o CEO da Rovio, Mikael Hed, o sucesso de Angry Birds está ancorado em cuidadosa pesquisa, culminando em um jogo com reações físicas consistentes e simples de aprender.

Para tanto, a desenvolvedora empenhou 12 desenvolvedores durante oito meses para refinar, recriar, testar e, finalmente,lançar as criaturas através da App Store como um dos maiores virais dos últimos tempos. Paralelamente, a equipe ainda garantiu a visibilidade do título através de redes sociais como o Facebook e o Twitter — isso sem falar nos badulaques temáticos da Angry Birds Shop.

Esse crescimento exponencial aparentemente permitiu que Peter Vesterbacka soltasse a seguinte máxima em entrevista ao site Wired.com: "os jogos de grande porte vendidos a 50 dólares tem o mesmo destino do dodô".

Ok, é fácil argumentar. Trata-se sem dúvida de uma afirmação controversa, já que títulos como Call of Duty: Black Ops continuam fazendo a alegria das publicadoras — no caso, foram 13,7 milhões de unidades vendidas apenas na América do Norte.

Entretanto, é impossível deixar de notar que o mercado de desenvolvimento de jogos para celulares (e afins) tem experimentado franca expansão. Seja pela crescente popularização dos games, seja pela melhoria tecnológica dos celulares, fato é que muitas desenvolvedoras tem movido contingentes consideráveis de desenvolvedores para o setor — Ubisoft, por exemplo.

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Mas isso não necessariamente representa o fim dos consoles de mesa, certo? Bem, não agora, pelo menos.

“Xbox 720, PlayStation 4... E acabou!”

É verdade que nem todo mundo vê o fim dos consoles de mesa para um futuro assim tão próximo. David Jaffe, por exemplo. O fundador da Eat Sleep Play acredita que haverá ainda uma geração de consoles caseiros — isto é, aparelhos nos moldes criados no final da década de 1970. Mas não deve ir muito além. “Eu acredito que haverá grandes jogos. É apenas um palpite, mas eu acredito que a próxima geração de consoles será a última a utilizar esse formato de aparelhos, para os quais você deve se deslocar até uma loja e gastar 60 dólares”.

Segundo Jaffe, o motivo para isso é bastante claro: a jogabilidade está de mudança. “Quando você joga um título, você tem uma de duas coisas, ou ambas”, afirma o executivo. “Ou você tem uma ótima jogabilidade e uma boa imersão, ou ambas. A jogabilidade, que é a parte mais importante, os consumidores já demonstraram que [a plataforma] não importa”.

E ele continua: “Eles terão isso no iPhone, controlando Snake, World of Warcraft ou Call of Duty no seu bom e velho celular. A jogabilidade é portada com bastante facilidade.”

Nuvens e um novo padrão de jogos

Entre as novas possibilidades que despontam no horizonte de games, é impossível não dar alguma atenção para o filão cada vez maior da jogatina em nuvens. Afinal, é difícil não se empolgar com a possibilidade de um único terminal caseiro como porta de entrada para um sem-número de títulos dos mais diferentes estilos — sem qualquer tipo de preocupação com capacidades de hardware.

E por que não fazer algumas apostas? “Eu não estou dizendo que o OnLive ou o Gaikai são as principais companhias. Eu não estou dizendo que é a Steam”, afirmou David Jaffe. Para o produtor, a única coisa certa é que o formato atual de consoles está com os dias contados. “Talvez a Sony lance o seu próprio sistema de jogabilidade em nuvens, e talvez sejam acrescentados grandes jogos exclusivos a esse sistema”, cogita Jeffe.

Mais poder de fogo? Não, obrigadoO que esperar das novas plataformas caseiras

Durante as primeiras gerações de consoles era bastante simples prever o que o próximo salto reservava: nova tecnologia. Dessa forma, esperar por um novo console era, no fundo, apenas esperar por um upgrade nas tecnologias de áudio e vídeo. Jogos eram quase secundários.

Desnecessário dizer que isso tem mudado radicalmente, de forma que se trata hoje menos de poder de fogo do que de propostas distintas. Uma prova incontestável? Os dois concorrentes tardios na corrida pela interatividade casual, Kinect e Move, cuja proposta central reside em adicionar novas possibilidades de se jogar.

Isso leva à seguinte pergunta: uma nova geração de consoles realmente poderia depender única e exclusivamente de upgrades gráficos e de áudio? Há quem diga que não.

Na verdade, para o presidente e CEO da THQ, Brian Farrell, nós nem mesmo precisamos de uma nova plataforma, já que Move e Kinect são perfeitamente capazes de formar uma vanguarda bastante duradoura. “Eu penso que, estrategicamente, estender o ciclo ampliar a audiência seja a coisa certa a se fazer”, afirmou Farrell em entrevista ao site IGN.com. “E eu penso que o Kinect e o Move estão aí para isso”.

De fato, diante das novas possibilidades descortinadas pela jogabilidade interativa, torna-se óbvio que mais tecnologia não poderia ser a resposta. “Gráficos melhores? Eles já estão bons o suficiente. Melhores efeitos sonoros? Não. Jogabilidade? Provavelmente não”.

Que direção seguir, então? Para Farrell, não há muita dúvida: histórias mais ricas, personagens mais completos, produções que se aproximem cada vez mais (em termos de qualidade) aos resultados obtidos no cinema. “Eu penso que essa seja a direção, em vez de tecnologia e gráficos. Aqueles dias já se foram.”

Dessa forma, diante de uma enxurrada de tecnologias online e do avanço desmedido da telefonia móvel, fica a pergunta: qual será o futuro dos consoles caseiros? Mais tecnologia? Novas formas de se contar histórias?

Ou será que, dentro de alguns anos, estaremos todos com um terminal instalado no crânio, proporcionando assim uma leitura sem precedentes para o termo “realidade aumentada”? (Ok, isso ainda parece bastante improvável... Pelo menos durante as próximas décadas) Quer dizer, isso se pássaros raivosos não dominarem tudo...

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