Vergonha alheia: as maiores mancadas em feiras de games [vídeo]

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Vídeo BJ

Você espera o ano inteiro para cada evento. Seja na E3, gamescom ou Tokyo Game Show, há todo um preparativo emocional e financeiro para receber as novidades prometidas pelas desenvolvedoras — mas é algo que você faz sempre de bom grado. É um ritual que todos nós, apaixonados por video games, passamos. É inevitável.

É claro que, em contrapartida, esperamos sempre um retorno convincente. Não queremos apenas anúncios e revelações de peso, mas que isso seja feito com um impacto que faça nossa expectativa valer a pena. Afinal, de que adianta passar meses na torcida quando o conteúdo é apresentado de maneira sem graça ou quase imperceptível?

O pior de tudo é que esse tipo de situação não é tão raro assim. É inevitável: todos os anos, uma empresa vai virar piada por conta de uma gafe cometida ou por causa de uma apresentação malsucedida. É quase uma regra e faz com que o evento não seja apenas um momento para conferirmos as novidades, mas também para rirmos — tanto que boa parte dos memes inspirados em jogos nasceu em momentos assim.

Sabe aquele momento em que a palhaçada rola em cima do palco? (Fonte da imagem: Reprodução/Geekrest)

E para provar que até mesmo os grandes nomes da indústria erram, selecionamos alguns dos momentos mais vergonhosos das feiras na última década. Por isso, prepare a vergonha alheia, os facepalms e confira quais as conferências que entraram para a história dos eventos pela porta dos fundos.

A falta de noção da SonyOu por que 2006 é um ano para Kaz Hirai esquecer
Para começar nossa lista de momentos constrangedores, nada melhor do que voltar ao ano de 2006. Naquela edição da E3, a Sony prometia fazer anúncios bombásticos, como um incrível recurso para o PSP e a tão esperada revelação do sucessor do PlayStation 2. Era o ambiente perfeito para a empresa e não tinha como as coisas darem errado, certo? Pois o pior aconteceu, e mais de uma vez.

Para começo de conversa, o manda-chuva da companhia, Kaz Hirai, subiu ao palco com o portátil em mãos para mostrar que o aparelho também rodaria jogos do PSOne. E para demonstrar o funcionamento dessa “incrível” novidade, nada melhor do que... RIIIIIIIDGE RACER!

Sério, Hirai? Sério mesmo? Quem quer ver um jogo de corrida não tão popular assim quando há tantos outros clássicos do console que mereciam mais destaque? Alguém deveria ter mostrado Final Fantasy VII para ele. Isso sem falar que o que o público realmente queria ver era o novo PlayStation.

Pois foi exatamente isso o que a Sony decidiu, enfim, mostrar. Vamos ignorar o fato de o console ter sido anunciado ao ridículo preço de US$ 600 e vamos nos focar nos jogos, que eram aquilo que o pessoal realmente queria ver. E o potencial do aparelho foi exibido em um incrível jogo que reproduzia de maneira fiel o Japão Medieval, com direito a batalhas reais da história do país. Exceto, é claro, pelo caranguejo gigante que logo entrava em cena.

O livro dos pesadelos

Mas vamos deixar essas vergonhas no passado e voltar pra 2012. Afinal, depois de virar piada por anos, a Sony aprendeu a focar naquilo que realmente importa durante suas conferências, não é mesmo? Quem dera, já que a última E3 foi uma das edições mais sofríveis do evento, principalmente porque a empresa decidiu deixar de lado os anúncios de peso para mostrar o Wonderbook.

A ideia de um livro interativo até que é interessante, mas não a ponto de ocupar boa parte da apresentação. Pior ainda foi quando ele deixou de funcionar como deveria e tudo o que vimos foi uma sucessão de erros que parecia não acabar nunca. Seja para quem estava lá ou para quem acompanhava a transmissão pela internet, a vontade de se jogar pela janela era uma só.

Clássicos NintendoA “Big N” também coleciona vergonhas
As conferências da Nintendo também são marcadas por aqueles momentos que são lembrados até hoje graças às bizarrices que aconteceram. Isso que nem vamos entrar no mérito da apresentação de Reggie Fils-Aime dizendo que ia chutar bundas em 2004 ou a clássica afirmação de que seu corpo estava pronto em 2007. Vamos um pouco além.

Para começar, temos o icônico Shigeru Miyamoto demonstrado o aguardado The Legend of Zelda: Skyward Sword. O jogo empolgou tanta gente com seu visual que o criador da série quis mostrar também como o Wii Motion Plus ia deixar tudo mais preciso. O que ele não esperava, porém, era que as coisas simplesmente não funcionassem.


Ele bem que tentou configurar o controle, mas não teve jeito. Envergonhado pela situação, ele pediu para que as pessoas desligassem seus celulares para ver se o problema ia embora, mas não foi o suficiente. O que restou foram os pedidos de desculpa e aquele gosto amargo da vergonha. Pelo menos, o jogo conseguiu superar tudo isso.

Fracasso musical

Porém, nada supera o anúncio de Wii Music, em 2008. Para mostrar como era possível tocar instrumentos com seu console, nada melhor do que colocar alguém mandando ver na bateria. O problema é que a cena não ficou nada glamourosa quanto a Nintendo esperava e o resultado foi bem patético. A impressão que tivemos era que o músico estava tendo um ataque epilético no meio do palco, de tão absurdo que foi aquilo.

E como desgraça pouca é bobagem, Shigeru Miyamoto mais uma vez entrou para a história dos eventos ao participar de uma vergonhosa orquestra baseada no Wii Remote. Se a intenção era divertir o público, parabéns, vocês conseguiram — mesmo que não tenha sido da maneira planejada.

O movimento da vergonhaQuando o Kinect não responde quando deveria
O anúncio do Kinect — ou Project Natal, na época — foi algo realmente impressionante. Era uma tecnologia que ninguém nunca tinha visto até então e que levava o sistema de movimentos muito além daquilo que o Wii ou o Playstaion Move propunham. No entanto, não é porque ele é revolucionário que as coisas são menos constrangedoras.

No palco da E3 2010, a demonstração do periférico não ficou tão boa quanto deveria. Durante a explicação do quão fiel era a reprodução da ação pelo avatar, o boneco foi possuído por algum espírito maligno e se comportou exatamente como no filme “O Exorcista”, com direito a algumas contorções nada naturais. É claro que o público não perdoou e transformou aquilo em piada logo em seguida.


No ano seguinte, a Microsoft trouxe o acessório já finalizado para o evento, para a alegria dos jogadores que esperavam o anúncio de títulos que fizessem uso da novidade de maneira interessante. Já imaginou como seria fantástico um Gears of War ou um Halo com captura de movimento? Pois tudo o que tivemos foi uma longa, tediosa e incrivelmente insuportável apresentação de Kinect Disneyland Adventures — com direito a duas crianças pulando no palco por um tempo exageradamente longo.

Que entre a KonamiA especialista em vergonha alheia
É impossível falarmos de momentos constrangedores da história dos eventos sem citarmos a Konami. Além de seus bons jogos, o estúdio virou referência em como não fazer uma conferência, principalmente após a E3 2010. Aquele ano foi tão deprimente que, desde então, a empresa optou por disponibilizar apresentações gravadas com antecedência para evitar passar vergonha em público novamente.

Tudo começou errado quando decidiram simular um torneio de luta livre no anúncio de Lucha Libre AAA: Heroes of the Ring. A proposta era fazer uma brincadeira com o gênero, mas ninguém comprou a ideia e a situação ficou patética. Logo em seguida, o palco virou atração infantil quando um mágico brincava de arrancar sua cabeça — em uma referência à principal característica de Neverdead.

Porém, como tudo o que está ruim pode piorar, tivemos uma demonstração de Dance Masters. A evolução da série Dance Dance Revolution era até interessante, pois substituía o velho tapete pelo Kinect. Porém, o que ninguém esperava era que o produtor Naoki Maeda se empolgasse tanto com a novidade. Isso sem falar de seu jeito um tanto quanto excêntrico, é claro.

E para fechar o show da vergonha, temos Tak Fujii e a revelação do incrível Ninety-Nine Nights II. O jogo era tão maravilhoso que ninguém se importou e gerou algumas das frases mais engraçadas da história dos eventos. Ele até que tentou chamar a atenção a atenção das pessoas, dizendo que o título era “Extreeeeeme” e possuía “One Million Troops”, mas não teve jeito. Tudo foi tão constrangedor que o próprio Fujii declarou que nada daquilo era engraçado e acabou com um irônico “Eu amo vocês, pessoal”. Pois é, nós também.

O futuro é ainda pior?

É claro que esses são apenas alguns exemplos de fatos engraçados da história recente dos eventos. Isso quer dizer que as empresas perderam seu brilho por conta desses deslizes? O PlayStation 3 superou o caranguejo gigante, o Kinect foi um sucesso e o Wii quebrou todos os recordes de vendas. É claro que passar vergonha não vai fazer com que o jogo se saia bem, mas também não vai determinar seu fracasso antecipado.

O fato é que, independente do quanto as empresas se preparem, as coisas vão fugir do planejado. Seja por questões técnicas ou “falha humana”, os momentos constrangedores voltarão a acontecer para fazer com que as feiras de games sejam mais divertidas do que elas prometem ser. Por mais que o foco continue sendo os jogos, nós ainda esperamos para que Reggie Fils-Aime volte a dizer que seu corpo está pronto ou que algo absurdo apareça no palco para nos surpreender. Faz parte.

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