Coluna: se é para copiar, que façam direito!

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Um apontamento muito recorrente no mundo dos video games é que um jogo é algum tipo de cópia de algum outro já existente. Não importa o gênero, a data de lançamento e nem a marca. O pessoal gosta mesmo de afirmar e defender com unhas e dentes o conceito de que uma nova obra foi baseada em outra, que carregou a ideia original do intento.

Fonte: Reprodução/PipocaTV
Na maioria das vezes, quem diz que um título segue a mesma linha de outro, geralmente, tem razão. Até este ponto é muito fácil entrar em consenso com quem quer que seja, bastando para isso que todos tenham conhecimento prévio dos nomes em questão. No entanto, como a prerrogativa desse tipo de comentário já implica uma conotação negativa, eu estou aqui para defender a tese das cópias.

Comparações válidas

Quando uma companhia parte de um conceito muito comum para criar um jogo, ela tem algumas dificuldades a serem vencidas. A primeira delas é a de conseguir se sobressair em algum conceito, que permita ao mercado conseguir diferenciar a produção dela de qualquer outro trabalho já existente.

Por exemplo, quando Devil May Cry foi lançado, uma horda de jogadores ficou encantada com a jogabilidade Hack´n´Slash frenética que Dante proporcionava. Alguns anos mais tarde, o PlayStation 2 ganhava uma das obras mais icônicas de todos os tempos dos video games: God of War. Calma, antes que você pare de ler aqui, pense que a semelhança dos games é só uma mera questão de exemplo “mais do que positivo”.

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Não que um seja exatamente uma cópia propriamente dita do outro, mas o fato é que as semelhanças são várias. Elementos que vão desde o tipo de jogatina até os orbs (aquelas bolotas vermelhas) que os protagonistas arrecadam durante o jogo são iguais. Embora estejamos tratando de similaridades, Kratos conseguiu encabeçar uma série que aperfeiçoou a mecânica do jogo de Dante.

Tanto é que, no novo DmC: Devil May Cry, a jogabilidade foi modificada em relação aos outros títulos anteriores da série. God of War conseguiu utilizar o esquema de combos de uma maneira mais balanceada, sem abrir mão da quantidade de golpes, nem da mescla entre armas, pancadas e agarrões. O posicionamento e o uso das câmeras também são parecidos, mas duvido que alguém aqui não prefira a maneira com a qual esse recurso é utilizado em GoW àquela que é aplicada em DmC.

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Então, podemos concluir que não se trata de uma cópia descarada — de maneira nenhuma. Ao mesmo tempo, é inegável que o segundo jogo utiliza vários elementos do primeiro, conseguindo superá-lo em vários quesitos comuns. Isso nos leva ao próximo pensamento:

Mundo injusto

Seria muito injusto se, toda vez que uma desenvolvedora lançasse um jogo, a ideia por trás dele ficasse exclusivamente a cargo da empresa. O que seriam dos RPGs ou dos games de corrida, que não poderiam explorar ideias comuns, que poderiam ser encaradas com vieses diferentes. Quem conhece Mario Kart sabe que quase todos os jogos do gênero corrida de kart sofrem a comparação inevitável com o título do bigodudo da Nintendo.

Será que LittleBigPlanet Karting não tem nada que consiga ultrapassar Mario Kart? As mudanças não precisam ser apenas no que diz respeito à personalização dos pilotos. Talvez as novas fases, principalmente as que apresentam perspectivas realmente diferentes de pilotagem, podem configurar um frescor de jogo “novo” ao título dos Sack Boys, que tem previsão de ser lançado em novembro deste ano.

Só pelo que pudemos conferir na versão demonstrativa do game, ele vai sim ficar digno de competir com a franquia Mario Kart. Outra comparação passível de ser feita entre obra original e lançamento copiado é Grand Theft Auto e Saints Row. Se estivéssemos falando sobre jogos que não emplacaram, o exemplo seria Driver...

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Embora GTA e Saints Row tenham inúmeras diferenças, é notável que o segundo foi lançado depois, conta com um mundo aberto e os protagonistas são equivalentemente obtusos em relação aos bons costumes. Neste caso, a Rockstar consegue se manter sempre a frente dos trabalhos da Voilition, pois está sempre lançando novos conceitos.

Mesmo assim, enquanto “cópia” de GTA, Saints Row consegue manter muita dignidade e assumir uma proposta própria. A temática nos dois casos também entra por segmentos diferentes de enredo, sendo que o segundo jogo pende infinitamente mais para o lado do humor. Temos aqui uma cópia bem feita.

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E, falando em cópias descaradas, podemos entrar em nosso próximo tópico:

Estão fazendo e estão sabendo

Quem conhece Super Smash Bros. certamente é adepto dos games da Nintendo ou, pelo menos, teve muito contato com os consoles dessa marca. No entanto, você já deve ter entendido que eu vou falar aqui de PlayStation All-Stars Battle Royale. “Mas o jogo nem saiu ainda”, pode ser que você esteja pensando...

A própria proposta do vindouro título exclusivo da Sony já é a de “copiar” a prerrogativa de lutas contínuas em um mesmo cenário que o jogo original da Big N. Até agora, no entanto, sabe-se que a dona do PlayStation pretende adicionar várias inovações a Battle Royale para que ele possa ser reconhecido como um concorrente e não só como uma cópia.

Diferente do outro game de luta, seu objetivo não é apenas atacar o adversário até que um dos personagens seja nocauteado; de fato, Battle Royale nem conta com uma barra de energia. Neste jogo, seu objetivo é arremessar seu oponente para longe com seus golpes especiais, que são carregados durante a luta, e esse é o foco da jogatina.

A exceção ainda não é regra

Para terminar, podemos concluir que a mensagem central desta coluna é salientar que se as desenvolvedoras forem copiar jogos, que copiem direito! É possível tratar de um mesmo tema, com um gênero parecido e conseguir fazer um trabalho digno e decente.

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Então, de agora em diante, sempre que você ouvir que um jogo é uma cópia de algum outro, você já sabe que isso não é necessariamente um defeito. Viva a diversidade das coisas iguais!

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