Coluna: os DLCs estão mudando o mercado de games?

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Comprar um jogo novo e destrinchar cada cantinho do mapa, terminando o título em todos os níveis de dificuldade e assistindo a todos os finais possíveis. Poucos games têm o poder de despertar na gente esse sentimento, mas quando isso acontece certamente a experiência é inesquecível.

Se você viveu a geração de jogos da década de 90, assim como eu, provavelmente deve ter encontrado vários games assim ao longo da sua vida. Não importa o console, estamos falando daqueles jogos em que você investiu o seu suado dinheirinho e, depois de muitas e muitas horas, ficou com a aquela sensação de que valeu a pena.

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Jogos incompletos?

Nas duas últimas décadas, a dinâmica da indústria de jogos mudou consideravelmente. Hoje, segundo os desenvolvedores, a maioria dos jogadores prefere que as grandes franquias lancem títulos com um menor intervalo de tempo entre eles, o que acelera o processo muitas vezes além da conta.

Para não perder o ritmo, as empresas optam muitas vezes em lançar jogos com limitação de conteúdo. Em outras palavras: cria-se a estrutura básica para o jogo chegar ao mercado e, se for o caso, os diferenciais chegam às lojas depois. Assim nasceram os chamados DLCs (Downloadable Content).

Se por um lado eles podem ser úteis para trazer para os jogos algumas novidades depois de um certo tempo, ampliando a sua “vida útil”, por outro uma parte da indústria começou a utilizar o recurso para ganhar ainda mais dinheiro com os games que vende. Assim, a ideia de ter em mãos um jogo “completo” aos poucos se torna cada vez mais rara.

Arma para enfrentar um novo chefe: dinheiro

Em alguns gêneros a situação é ainda pior. Pense em um game de luta popular, como Super Street Fighter 4, da Capcom.  Se levarmos em consideração o preço médio de lançamento, para Xbox 360 ou PlayStation 3, estamos falando de um jogo que custou pelo menos R$ 150 no Brasil.

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A quantidade de DLCs lançados posteriormente, incluindo novos trajes, personagens e planos de fundo, arcade edition e 3D é tanta que, se você fizer as contas, verá que facilmente é possível desembolsar mais uns R$ 100 com a compra de conteúdo extra. Ou seja, o jogo completo mesmo, nesse caso, custa muito mais do que qualquer outro título.

Se isso em muitos casos não interfere diretamente na experiência de jogo, por outro basta entrar em um partida online e ver o personagem do seu colega com roupas e armas a que você só vai ter acesso caso compre um DLC para bater aquela frustração: “Poxa, comprei o jogo na pré-venda e não tenho acesso a esse tipo de coisa."

Um negócio cada vez mais caro

Se o consumidor reclama que essa não é a melhor solução, as empresas rebatem alegando que o mercado dos games está se tornando um negócio cada vez mais caro. Na última semana você acompanhou aqui no TecMundo Games uma série de notícias sobre empresas que cortaram parte do seu quadro de funcionários.

A verdade é que produzir grandes títulos está se tornando cada vez mais caro e quem está sofrendo com isso são as empresas de médio porte. Para as grandes, com franquias consagradas, os DLCs têm sido uma boa alternativa para aumentar a rentabilidade. Os independentes seguem o seu caminho tradicional, agora com mais canais de divulgação.

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A grande pergunta é: até que ponto é justificável privar o jogo original de conteúdo visando alimentá-lo ao longo de um certo tempo com os mais diversos tipos de DLC? Será que as vendas seriam maiores caso o jogo fosse disponibilizado completo já desde o princípio ou os conteúdos adicionais são necessários para manter o jogo na mídia e renovado diante das expectativas dos jogadores?

Ao que parece, ao menos por enquanto, o que veremos no mercado é um número cada vez maior de DLCs, acrescentando a maior quantidade possível de itens aos jogos já existentes. Ter um jogo completo na era digital está se tornando cada vez mais caro, mas em que ponto vamos encontrar os limites do que é tolerável em termos de valores?

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Qual das opções você prefere: jogos completos, sem DLC, mas que resultem em um intervalo maior de tempo para o lançamento de uma continuação ou jogos "incompletos", abastecidos por DLCs ao longo dos meses, e que resultem em uma espera menor entre um título e outro?

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