Frankenstein: quais as engines que poderiam criar um jogo perfeito?

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Quando se fala no futuro dos jogos eletrônicos, uma das principais exigências dos jogadores e das desenvolvedoras é quanto ao realismo gráfico. Apesar de os games atuais já serem bastante bonitos, sempre fica a curiosidade de ver o quanto a indústria consegue se aproximar de nossa vida cotidiana.

Para isso, diversas empresas estão desenvolvendo ferramentas capazes de propiciar a criação de ambientes convincentes, nos quais suma a impressão de que o que estamos vendo são somente polígonos bem trabalhados. As mesmas exigências são feitas em aspectos que incluem a movimentação de personagens, expressões faciais e detalhes que vão desde os poros encontrados na pele até os pelos faciais de um guerreiro qualquer.

Neste artigo, fazemos tal qual o famoso Dr. Frankenstein e retiramos pedaços de diferentes engines para criar aquele que poderia ser considerado um jogo tecnicamente perfeito. Portanto, não estranhe se misturarmos aspectos da Frostbyte 2 com a Unreal Engine 4, já que nosso objetivo é realmente fugir da realidade.

O que é uma engine?

Uma engine é um sistema voltado à criação e ao desenvolvimento de jogos eletrônicos, servindo como uma base a partir da qual desenvolvedores criam um novo título. Entre os aspectos fornecidos por ela estão renderizadores de imagens 2D e 3D, um motor físico, dados sobre como objetos respondem a colisões, sons, animações, roteiros de comportamento, inteligência artificial, gerenciamento de memória e suporte a localizações, entre outros aspectos.

A grande vantagem apresentada por esse tipo de software é o fato de ele simplificar a criação de novos games, diminuindo o trabalho das equipes responsáveis por ele. Além disso, elas tornam mais fácil a adaptação do mesmo produto para múltiplas plataformas, diminuindo a carga de tempo necessária para realizar esse processo.

Fonte da imagem: Reprodução/Creative Observer
Atualmente, algumas das engines mais difundidas da indústria usam sistemas conhecidos como “middlewares” (as próprias engines podem ser consideradas middlewares com objetivos mais gerais) para aprimorar a experiência fornecida por elas. Esses softwares complementares atuam como uma forma de fazer alguma tarefa de forma mais eficiente ou convincente do que os recursos básicos oferecidos por um motor gráfico — exemplo disso é a Havoc, ferramenta usada por muitas produtoras para melhorar a física de seus jogos.

Para entender melhor o propósito de uma engine, é possível fazer uma comparação entre ela e um carro. No caso, o veículo com as características de fábrica seria a ferramenta pronta fornecida pela fabricante (no caso, empresas como a Epic ou a Electronic Arts), ficando a cargo das desenvolvedoras realizar tarefas como mudar a pintura, adicionar novas calotas ou instalar aerofólios — no caso, o desenvolvimento do jogo em si.

Game com cara de futuroFerramentas para criar o jogo idealColisões entre veículos - BeamNG

Focada especificamente na colisão de veículos, a BeamNG tem o potencial de mudar completamente os jogos de corrida no futuro. Ainda em etapa preliminar de desenvolvimento, a ferramenta é capaz de gerar colisões bastante realistas, dando atenção especial às deformações que um veículo sofre após algum impacto.

Cenários – CryEngine 3

Caso fôssemos fazer um game que tivesse a natureza como palco, a CryEngine 3 seria uma ótima escolha para montar os cenários. Como provam as imagens de Crysis 3 divulgadas até o momento, a nova plataforma de desenvolvimento da Crytek é capaz  de criar ambientes extremamente reais povoados por animais que realmente parecem existir.

Modelos dos personagens – Luminous Engine

Embora ferramentas como a Unreal Engine 4 e Frostbyte 2 consigam criar personagens bastante realistas, a maneira como a Luminous Engine trata figuras humanas realmente chama a atenção. Basta ver os vídeos de demonstração produzidos pela Square Enix (que, segundo ela, rodam em tempo real) para se surpreender com a naturalidade como expressões faciais e movimentos corporais são exibidos.

Atmosfera – Reset Atmosphere

Nada pior do que comprar um game de última geração e, assim que olhar para o céu, perceber que ele se trata simplesmente de uma imagem JPEG ampliada. Para corrigir esse problema, foi criada a Reset Atmosphere, responsável por reproduzir a iluminação do sol e efeitos atmosféricos de maneira extremamente realista.

O que chama a atenção é a maneira como o software reproduz nuvens e efeitos de neblina, que realmente condizem com o que vemos na vida real. Entre os gêneros que se beneficiariam muito com a tecnologia estão games de mundo aberto e simuladores de voo, que dependem muito desse tipo de efeito para passar uma experiência convincente.

Iluminação – AnvilNext Engine

Embora já tenha dado as caras em Assassin’s Creed 3, é no trailer de Watch Dogs que a AnvilNext Engine realmente mostra seu poder. Entre os aspectos que se destacam está a maneira como o motor gráfico lida com a iluminação dos ambientes — é difícil não se impressionar com a forma como a luz reage a folhas, edifícios e aos personagens da demonstração.

Porém, é somente quando a noite cai que o software realmente mostra a que veio, ajudando na composição de cenários que realmente lembram as ruas de grandes metrópoles.

Clima – FOX Engine

Caso tivéssemos que lidar com um evento meteorológico específico como a chuva, sem dúvida a escolha certa seria a FOX Engine. Embora diversos elementos chamem a atenção no vídeo de apresentação de Metal Gear Ground Zeroes, esse item em específico é responsável por gerar discussões acaloradas em fóruns até hoje.

Grande parte do destaque que esse elemento recebe se deve ao fato de que todo o trailer da produção ocorre durante uma tempestade. Entre os aspectos que chamam atenção está a maneira como as roupas dos personagens e os objetos que estão no ambiente respondem ao efeito. Caso algo semelhante ocorra em meio a outras condições climáticas, isso deve propiciar o desenvolvimento de jogos com visuais de cair o queixo.

Expressões faciais – VFX, da Janimation

Assim como acontece com um ator real, de nada adianta um personagem de game dizer corretamente suas falas se a expressão feita por ele não é convincente. Felizmente, empresas como a Janimation dedicam seus recursos a criar maneiras para que os personagens virtuais reproduzam expressões faciais bastante realistas.

Usando como base um modelo humano vestindo sensores de movimento, a tecnologia consegue retratar a maneira como rugas são exibidas pelo rosto de uma pessoa conforme ela deixa de sorrir e passa a mostrar uma expressão raivosa. Embora a VFX ainda esteja em fase de desenvolvimento, não deve demorar até que ela surja em algum game de grande porte.

Elementos destrutíveis – Frostbite 2

Não adianta criar um jogo com um visual realista se, ao interagirmos com ele, nada acontece de convincente. A Frostbite 2 já vem mostrando que é bastante eficiente nesse sentido, como bem pode ser visto em títulos como Battlefield 3 e Medal of Honor: Warfighter.

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Apesar de o motor gráfico já estar sendo utilizado atualmente, seu real potencial só deve dar as caras na próxima geração de consoles. Segundo a Electronic Arts, é somente nos próximos anos que a tecnologia realmente vai mostrar a que veio, continuando a surpreender milhares de jogadores no processo.

Efeitos de partículas – Unreal Engine 4

Embora a demonstração da Unreal Engine 4 tenha perdido impacto frente à revelação dos trabalhos feitos pelas concorrentes da Epic Games, a próxima geração do motor gráfico não deixa de ser surpreendente. Destaque especial deve ser dado à maneira como a plataforma lida com pequenas partículas que passam pelos ambientes.

No trailer conhecido pelo nome “Elemental” (que foi devidamente destrinchado pelo BJ), as cinzas de um vulcão se confundem de maneira impressionante com o fogo criado pelo personagem mostrado na tela. Da mesma forma, até o momento é impossível ver outra tecnologia que propicie uma recriação tão realista de uma nevasca.

Ideia de louco

Infelizmente, combinar todas as qualidades que chamam a atenção nas engines voltadas à próxima geração de consoles é algo impossível. Não somente porque elas foram desenvolvidas por empresas diferentes, mas também devido ao fato que os códigos utilizados na criação de cada uma delas se mostrariam incompatíveis com as demais.

Note que os exemplos dados aqui foram baseados no material divulgado por cada empresa até o momento, e só será possível saber o potencial de cada uma dessas tecnologias assim que elas forem disponibilizadas para o público em geral. Aproveitando isso, fica a pergunta: para você, qual engine realmente vai dominar a nova geração de consoles? Não deixe de comentar sobre o assunto em nossa seção de comentários.

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