Um ano de Wii U: será que a Nintendo está encontrando um rumo?

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Parece que 18 de novembro foi outro dia. E foi mesmo, afinal de contas, estamos no dia 21. Mas 18 de novembro de 2012 está mais de um ano atrás de nós. Data em que a Nintendo, queimando o grid de largada, lançou o Wii U com a promessa de suprir a necessidade dos fãs carentes pelo HD e inaugurar a próxima geração. O mercado também agradeceu a chegada, pois o HDMI hoje é praticamente uma conexão-padrão. No entanto, será que a Big N tem acertado a mira?

De um ano para cá, o console da Nintendo tem enfrentado fortes correntezas, mas luta para nadar contra a maré, que se traduz agora em PlayStation 4 e Xbox One. Os consoles de Sony e Microsoft são os “malvadões” da escola, enquanto o Wii U é o pobre indefeso que sofre o bullying. Mas será que o cenário ainda está assim?

Em um ano de vida, o console da Nintendo passou por poucas e boas. Com um hardware inferior ao da concorrência e uma proposta absolutamente desvinculada do direcionamento que o mercado está tomando, a Big N assumiu o risco e falou a si própria: “Vamos seguir por este caminho”, bifurcando-se em filosofias e políticas bem diferentes daquilo que vemos na Sony e na Microsoft. Em outras palavras, a Nintendo adotou outra postura e, ao que parece, não vai abrir mão dela de jeito nenhum.

Se tudo começou com mágoas e frustrações, os ares começam a mudar para os lados da empresa. O GamePad já mostrou ser muito mais que um mero controle, provando que é uma ferramenta pra lá de funcional. O hardware tem mais poder do que a gente imagina, e a atual biblioteca de títulos já soma um acervo divertidíssimo e que pode agradar a qualquer perfil de jogador. Vamos recapitular os altos e baixos da dona de Mario nesse período de um ano?

GamePad, uma proposta (quase) ambiciosa

Se por um lado o GamePad é um trambolhinho, por outro oferece uma experiência bem dinâmica. O controle por si só já é um trunfo na manga da Nintendo. Ainda que o peso possa ser um tanto inconveniente, a touchscreen é linda, tendo um excelente contraste e muito brilho para mostrar tudo sem dever nada à telona.

No começo, o GamePad foi muito “normal” e até trouxe baixas para as ações da Nintendo. No entanto, com o tempo, a parafernália foi sendo descoberta, e os desenvolvedores perceberam que o trambolhinho é na verdade uma mão na roda para a jogatina.

Jogos como ZombiU, Rayman Legends, Pikmin 3, The Legend of Zelda: Wind Waker HD, The Wonderful 101, entre outros, fazem a diferença ao brincar e abusar das possibilidades de que o GamePad dispõe. Nesse período de um ano, as produtoras perceberam esse potencial e continuam a explorar essa tela secundária, que abre um leque de variedades para a jogabilidade. Imagine só um novo Zelda, Metroid ou até mesmo F-Zero ali? Isso anima bastante.

A (enorme) espera entre lançamentos de exclusivos

Não é segredo para ninguém que os exclusivos praticamente sustentam a Big N. Estamos falando de Donkey Kong, Metroid, Mario, Star Fox, Zelda, F-Zero e outros. São nomes que vendem por sua própria natureza de ser; franquias que funcionam como uma locomotiva da Nintendo.

O problema é a demora para esses títulos surgirem. A companhia não consegue sobreviver só com third-parties, pois sabemos que eles infelizmente são escassos no console. Muitos clamam que os jogos multiplataforma saem “capados” no Wii U e não ganham o trato que merecem.

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O último grande Zelda lançado, Skyward Sword, é de 2011 (para o Wii). E o próximo não deve vir antes de 2015. Super Mario Galaxy 2 já está num longínquo 2010 e, por enquanto, não há previsão para um jogo desse calibre do bigodudo, pois Super Mario 3D World, que também é fantástico, trará uma diversão estilo arcade. Não há pistas de um F-Zero ou vestígios de um novo Metroid. As aeronaves de Star Fox estão mofando também.

A questão é: será que a Nintendo conseguirá suprir a carência dos jogadores nesses enormes intervalos entre um grande lançamento e outro? Que os próximos anos otimizem esse quesito e não releguem o console a uma plataforma “só para jogos Nintendo”.

Funções online e Miiverse: respostas às conquistas e troféus do Xbox e do PlayStation

A Nintendo não tem a mesma “pegada” que a Sony e a Microsoft no caráter online. Mas isso não é necessariamente ruim. A fórmula simples que a Big N adota remete à sua filosofia da humildade: um universo acessível a todos e que deve agradar toda a família. A inclusão do Miiverse para essa proposta foi primordial, pois esse mundinho online tem a magia da empresa.

O aplicativo eficientemente mistura funcionalidades online com um conceito de rede social de uma maneira que, de certa forma, faz sentido, transformando cada jogo num quadro de mensagens em que os jogadores podem comentar, desenhar imagens e curtir algumas jogatinas juntos.

O Miiverse começou timidamente, mas, nesse período de um ano, mostrou que pode ser uma boa resposta às conquistas do Xbox e aos troféus do PlayStation. O legal é que a Nintendo tem expandido a funcionalidade ao criar comunidades para games como Pikmin 3, New Super Mario Bros. U e o vindouro Super Smash Bros., entre outros. Ao que tudo indica, nem o céu pode ser o limite para esse inteligente mundinho virtual.

Ainda é preciso conquistar mais os third-parties

Ainda que exista uma providencial integração com o Miiverse e um leque de vantagens no GamePad, os third-parties precisam se encantar mais pelo console. É difícil achar uma fórmula ou uma definição: muitas desenvolvedoras, a exemplo da EA, simplesmente fecham as portas para um hardware que não apresenta todo o poderio da configuração da concorrência – ainda que resguarde ideias originais.

Jogos como Rayman Legends e Scribblenauts, por exemplo, são exceções. Eles fazem excelente uso do GamePad e cumprem com maestria o propósito do Wii U. Contudo, a massiva maioria, quando lança uma versão para o console, se limita a mostrar apenas um mapa ou inventário no GamePad, sendo que ali há muito mais talento do que somente isso. Se por um lado há um gráfico inferior, por outro existe uma vasta gama de opções para trabalhar de forma original com aquilo que o console coloca à disposição. Mas parece que há uma resistência das produtoras para enxergar ou reconhecer isso.

Os donos do console da Nintendo até ganham portabilidades decentes como Assassin’s Creed 4: Black Flag, Call of Duty: Ghosts, entre outras, mas ficam por fora de franquias como Battlefield, Madden ou Metal Gear Solid, só para citar alguns nomes. A Ubisoft e a Activision continuam erguendo firme a bandeira do console, mas EA, Capcom, Konami e outras já jogaram a toalha branca para o video game – o que é um erro.

Independentemente de ser um acerto ou um erro, a Nintendo também precisa se esforçar para estreitar o relacionamento com as publishers e mostrar que seu console, ainda que siga outro rumo, tem charme próprio e características distintas.

Um ano e uma biblioteca de jogos que vale a pena!

O começo do Wii U pode ter sido fraco, mas não é que a Big N deu um jeito de reverter a situação e lançou uma batelada de títulos de peso na segunda metade deste ano? Olha só quanta coisa boa você tem para jogar exclusivamente no console:

  • New Super Mario Bros. U;
  • New Super Luigi U.;
  • LEGO City Undercover;
  • Pikmin 3;
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  • The Legend of Zelda: Wind Waker HD;
  • Super Mario 3D World;
  • Sonic: Lost World;
  • ZombiU;
  • The Wonderful 101.

E há mais. Citamos apenas aqueles que consideramos os mais relevantes, lembrando que, no horizonte, há games como Donkey Kong Country: Tropical Freeze, Bayonetta 2, o aguardado X, projeto de RPG da Monolith, o novo e cobiçado Zelda, que mais uma vez nascerá das talentosas mãos de Eiji Aonuma, e muito mais. Todos exclusivos para o Wii U. E isso porque só um ano passou!

Olhando para o futuro: vale a pena?

Respondendo objetivamente? Sim, vale a pena. Mas talvez você não queira o Wii U como único console. O video game finalmente tem uma gama de títulos que justificam a aquisição do aparelho e animam os fãs da Nintendo, mas a companhia precisa fazer mais se quiser alcançar um público maior e não ficar restrita ao seu fiel nicho de jogadores.

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A situação dificilmente mudará com a chegada da concorrência. Xbox One e PS4 vão buzinar na orelha das desenvolvedoras, que certamente devem arregalar os olhos para o poderio que o hardware desses consoles tem. Por outro lado, a Nintendo tem um tempero exclusivo: magia. Esse é um recurso que nunca deixou de existir na política da empresa e jamais vai abandonar mentes brilhantes como as de Shigeru Miyamoto e Eiji Aonuma, só para citar alguns artistas.

Portanto, o Wii U deve agradar no longo prazo, ainda que seja um “console secundário”. Não ter o video game é abrir mão do tempero que dá um sabor diferente à indústria.

Parabéns pelo um ano de vida, Wii U!

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